JILL SERJEANT - REUTERS
LOS ANGELES - A vida imita a arte, ou talvez o contrário. Um dos homens mais cobiçados de Hollywood, David Duchovny, que interpreta um escritor louco por sexo na série de TV "Californication", está se tratando contra uma compulsão sexual.
Ele anunciou na quinta-feira que tomou essa decisão voluntariamente, após anos negando ter um distúrbio que poucos admitem possuir. Muitas vezes comparada ao alcoolismo ou ao vício em jogo, a compulsão sexual leva cada vez mais pessoas aos consultórios, mas não chega a ser reconhecida como um "distúrbio diagnosticável" pela Associação Psiquiátrica Americana.
"O conceito de dependência sexual é polêmico, e por isso é difícil defini-lo", disse Steve Eichel, especialista em dependências que atua em Delaware. "Muitos criticam esse conceito porque vivemos numa sociedade que tende a medicalizar as coisas em excesso e transforma todo comportamento que se desvia da norma em dependência ou distúrbio".
Mas especialistas em distúrbios sexuais estimam que cerca entre 3 e 5 por cento dos norte-americanos -- inclusive mulheres -- tenham essa compulsão.
Segundo a Clínica Mayo, os sintomas podem incluir uma grande promiscuidade sexual, passar horas vendo pornografia e usar o sexo como válvula de escape para problemas como depressão ou estresse. Normalmente esse comportamento é cercado por segredo e vergonha, e o paciente tem dificuldades no envolvimento emocional.
"A Internet forneceu um nível de acesso [à pornografia] antes indisponível. Muita gente tem esse problema, e a Internet induziu a isso", disse Rob Weiss, diretor-executivo do Instituto de Recuperação Sexual, de Los Angeles.
Duchovny, ironicamente, busca tratamento após receber um Globo de Ouro neste ano por seu papel como Hank Moody, um pai solteiro e mulherengo na série "Californication", cuja segunda temporada estréia em 29 de setembro nos EUA.
"Não há dúvida de que o personagem interpretado por Duchovny é sexualmente compulsivo. Isso destruiu seu casamento, e o programa mostra algumas das ramificações do comportamento sexual do personagem sobre sua filha, o que é bastante realista", disse Eichel, que é fã da série.
Não é a primeira vez que a vida sexual de Duchovny vira notícia. Antes de se casar com a atriz Lea Toni, em 1997, ele teve vários relacionamentos seguidos, e em meados de 1990 veio a público negar rumores de que estaria freqüentando reuniões para se controlar.
"Não sou viciado em sexo", disse Duchovny à revista Playgirl em 1997. "Nunca fui a essas reuniões. É doloroso para a minha família, e se eu estivesse envolvido com uma mulher numa relação monogâmica seria doloroso para ela".
O tratamento para essa compulsão costuma incluir psicoterapia, reuniões semelhantes às dos Alcoólicos Anônimos e às vezes medicamentos como antidepressivos, que têm como efeito colateral uma redução da libido.
Recaídas são comuns, já que não é razoável esperar que o paciente se abstenha do sexo como um alcoólatra evita as bebidas.
O distúrbio já havia sido muito comentado no começo da década de 1990, quando o ator Michael Douglas teria se submetido a tratamento. O astro de "Atração Fatal" disse que na verdade foi procurar ajuda porque estava bebendo demais.
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Ele anunciou na quinta-feira que tomou essa decisão voluntariamente, após anos negando ter um distúrbio que poucos admitem possuir. Muitas vezes comparada ao alcoolismo ou ao vício em jogo, a compulsão sexual leva cada vez mais pessoas aos consultórios, mas não chega a ser reconhecida como um "distúrbio diagnosticável" pela Associação Psiquiátrica Americana.
"O conceito de dependência sexual é polêmico, e por isso é difícil defini-lo", disse Steve Eichel, especialista em dependências que atua em Delaware. "Muitos criticam esse conceito porque vivemos numa sociedade que tende a medicalizar as coisas em excesso e transforma todo comportamento que se desvia da norma em dependência ou distúrbio".
Mas especialistas em distúrbios sexuais estimam que cerca entre 3 e 5 por cento dos norte-americanos -- inclusive mulheres -- tenham essa compulsão.
Segundo a Clínica Mayo, os sintomas podem incluir uma grande promiscuidade sexual, passar horas vendo pornografia e usar o sexo como válvula de escape para problemas como depressão ou estresse. Normalmente esse comportamento é cercado por segredo e vergonha, e o paciente tem dificuldades no envolvimento emocional.
"A Internet forneceu um nível de acesso [à pornografia] antes indisponível. Muita gente tem esse problema, e a Internet induziu a isso", disse Rob Weiss, diretor-executivo do Instituto de Recuperação Sexual, de Los Angeles.
Duchovny, ironicamente, busca tratamento após receber um Globo de Ouro neste ano por seu papel como Hank Moody, um pai solteiro e mulherengo na série "Californication", cuja segunda temporada estréia em 29 de setembro nos EUA.
"Não há dúvida de que o personagem interpretado por Duchovny é sexualmente compulsivo. Isso destruiu seu casamento, e o programa mostra algumas das ramificações do comportamento sexual do personagem sobre sua filha, o que é bastante realista", disse Eichel, que é fã da série.
Não é a primeira vez que a vida sexual de Duchovny vira notícia. Antes de se casar com a atriz Lea Toni, em 1997, ele teve vários relacionamentos seguidos, e em meados de 1990 veio a público negar rumores de que estaria freqüentando reuniões para se controlar.
"Não sou viciado em sexo", disse Duchovny à revista Playgirl em 1997. "Nunca fui a essas reuniões. É doloroso para a minha família, e se eu estivesse envolvido com uma mulher numa relação monogâmica seria doloroso para ela".
O tratamento para essa compulsão costuma incluir psicoterapia, reuniões semelhantes às dos Alcoólicos Anônimos e às vezes medicamentos como antidepressivos, que têm como efeito colateral uma redução da libido.
Recaídas são comuns, já que não é razoável esperar que o paciente se abstenha do sexo como um alcoólatra evita as bebidas.
O distúrbio já havia sido muito comentado no começo da década de 1990, quando o ator Michael Douglas teria se submetido a tratamento. O astro de "Atração Fatal" disse que na verdade foi procurar ajuda porque estava bebendo demais.
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