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quinta-feira, 29 de maio de 2008

Caso Isabella: testemunhas de acusação depõem em junho

Hermano Freitas, Portal Terra

SÃO PAULO - A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo informou que as 18 testemunhas de acusação do caso Isabella Nardoni vão prestar depoimentos nos dias 17 e 18 de junho no Fórum de Santana, zona norte da capital paulista. A madrasta da menina, Anna Carolina Jatobá, foi interrogada das 13h52 às 17h30, e o pai, Alexandre Nardoni, das 18h às 20h. Eles não assistiram ao depoimento um do outro. Os dois deixaram o fórum por volta das 20h55 rumo às penintenciárias onde estão presos, na cidade de Tremembé (SP).

De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, o pai de Isabella afirmou em interrogatório que a Polícia Civil tentou coagi-lo a confessar participação na morte da filha. Nardoni disse que, em uma ocasião, o delegado titular do 9º Distrito Policial (Carandiru), Calixto Calil Filho, o chamou de "psicopata frio".

Além disso, acusou Calixto de ter tido ações violentas, como chutar lixeiras e bater na mesa. Ele reafirmou inocência ao juiz, demonstrou sobriedade, não chorou e procurou descrever todos os fatos. O delegado ainda não se pronunciou sobre as acusãções.

O pai de Isabella também acusou em interrogatório a delegada-assistente Renata Pontes e colegas de polícia de tê-lo chamado de "assassino" desde o dia da morte. Além disso, Nardoni afirmou que os policiais nunca investigaram outras pessoas além dele e de Anna Carolina. Ele citou como possíveis suspeitos do crime o porteito e um pedreiro, com o qual teria tido uma "áspera" discussão.

Madrasta

Segundo a assessoria do tribunal, Anna Carolina Jatobá se emocionou e chorou em diversos momentos do interrogatório e disse ao juiz Mauricio Fossen que as acusações são "totalmente falsas". O casal se encontrou por alguns minutos. De acordo com um policial, Nardoni tentou acalmar Anna Carolina.

A delegada-assistente do 9º Distrito Policial de São Paulo, Renata Pontes, informou em nota assinada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil que "jamais induziu, sugeriu, aconselhou ou mandou" que a madrasta de Isabella Nardoni "desse qualquer tipo de resposta ou informação contra a própria vontade". A delegada não respondeu às acusações de Alexandre Nardoni.

Isabella Nardoni, 5 anos, foi encontrada ferida no dia 29 de março no jardim do prédio onde moram o pai Alexandre Nardoni e a madrasta Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo. Segundo os Bombeiros, a menina chegou a ser socorrida e levada ao Pronto-Socorro da Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por volta da 0h.

O inquérito policial apontou que ela foi agredida, asfixiada e jogada do sexto andar do edifício. No dia 18 de abril, Alexandre e Anna Carolina foram indiciados por homicídio doloso, triplamente qualificado. No dia 6 de maio, o promotor Francisco Cembranelli denunciou e pediu a prisão preventiva do casal, aceita pela Justiça.

Como não houve flagrante, Ismael Vieira da Silva, de 23 anos, foi liberado. Ele não tem porte de arma e disse que agiu em legítima defesa na noite do crime.

O homem que matou com um tiro um adolescente de 18 anos, numa briga de trânsito, em São Paulo, foi liberado para responder ao processo em liberdade.

A polícia identificou a caminhonete por uma combinação de letras e números da placa e o motorista decidiu se entregar. Ismael Vieira da Silva, de 23 anos, disse que agiu em legítima defesa na noite do crime.

Os arranhões e os vidros quebrados são, segundo ele, as provas de que foi agredido por sete rapazes. Ismael contou à polícia que, assustado, atirou para trás e nem viu para onde disparou. Ele disse que jogou a arma num barranco.

A bala matou Alexandre Andrade Reis, de 18 anos. Segundo testemunhas, o crime aconteceu depois que a picape estava passando por uma lombada e quase foi atingida pelo carro que vinha atrás, freando bruscamente. O motorista da picape desceu para brigar. Logo depois, fez um disparo e fugiu.

Ismael Vieira da Silva já responde a processo por receptação de veículos. Ele não tem porte de arma, mas disse à polícia que anda com um revólver para se proteger. Foi indiciado por homicídio doloso quando há intenção de matar. Como não houve flagrante, ele foi liberado.

"Não é caso de prisão em flagrante, porque já decorreram quatro dias do evento e, por outro lado, ele se apresentou aqui com advogado e trouxe o veículo", afirmou o delegado Silvio Balanjo.

Para o jurista Nelson Calandra, presidente da Associação Paulista de Magistrados, enquanto há dúvidas se foi legítima defesa, Ismael deveria ser preso. "Ele pode ser preso preventivamente ou temporariamente, se a autoridade policial entende que a prisão temporária deve ser decretada para conseguir melhor investigar aquele crime”.

E o pedido de prisão não pode se basear no porte ilegal de arma, porque o revólver não foi encontrado com Ismael. “A grande questão no Brasil, a prisão em um processo, independente da gravidade do delito, é exceção. Em um país como o Brasil, que tem altíssimos índices de criminalidade, a sociedade deve começar a rediscutir isso”, declarou o juiz Edson Brandão.

Enquanto isso, Ismael pode dirigir. A carteira de habilitação dele não foi apreendida porque não houve um crime de trânsito.



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