REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Que São Paulo é desigual todo mundo sabe. Pela primeira vez, porém, o
Observatório Cidadão da Rede Nossa São Paulo ordenou dados de órgãos
públicos de forma a tornar visível e mensurável essa desigualdade.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os resultados são estarrecedores. Sobretudo quando se leva em conta que cada um dos 96 distritos da capital tem, em média, mais de 110 mil habitantes --uma cidade.
"Qualquer distrito é maior que 95% das cidades brasileiras. Qualquer um que não tenha algum equipamento desses é gritante", diz Oded Grajew, coordenador da rede.
Em 45 distritos, os moradores não têm acesso a bibliotecas perto de casa; 26 distritos não têm nenhum leito em hospital; e em outros 56 não existe nenhuma quadra ou espaço para praticar esportes.
As barras do gráfico abaixo ilustram as disparidades, que forçam os moradores de bairros no polo negativo do ranking a viajar entre essas "cidades" todos os dias.
"Isso piora o trânsito, a poluição, o estresse", explica Grajew.
ONDE USAR OS RECURSOS
"Organizar um espaço urbano imenso e rico como São Paulo não é um problema de dinheiro, mas de alocação de recursos", afirma o economista da PUC Ladislau Dowbor.
"[A ideia de comparar distritos] É gerar um nível de compreensão da cidade muito mais amplo. Quando a gente disponibiliza um conjunto de dados na internet, obriga a autoridade a fazer um plano de metas", diz.
"É um instrumento de pressão política."
DIFERENÇA SALARIAL
O Quadro da Desigualdade mostra ainda que salários no Butantã, Lapa e Pinheiros (zona oeste da cidade) são 2,6 vezes maiores que os de Itaquera, na zona leste da capital.
E que 1,3 milhão de paulistanos vivem em favelas --94% das casas da Vila Andrade (sul) ficam em favelas, enquanto no Jardim Paulista e em mais 11 distritos não há nenhuma.
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