Da Reportagem
Ana Luiza Castro é membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos e do Conselho Federal de Psicologia. Ela diz que o relatório apresentado pelas equipes de assistentes sociais e psicólogos de cada Estado foram formulados a partir de depoimentos dos internos. Nenhum ato de mau trato teria sido presenciado pela equipe. O fato de as clínicas serem, em grande parte, filantrópicas e sem fins lucrativos, diz ela, não faz com que fiquem à margem das leis, tendo por obrigação prestarem serviços de qualidade.
“Dizer que o Estado de Mato Grosso não presta atendimento satisfatório ao setor não coloca essas clínicas acima de nada. Eles têm que prestar um atendimento digno”. Ana Luiza salienta que o usuário de drogas não deve ser tratado como um delinqüente, alguém irresponsável que não se adapta às regras, mas sim como alguém que precisa de cuidados médicos e psicológicos.
Ela acredita que usar drogas não é um crime e que as políticas públicas não devem “combater” os usuários, só os traficantes. A psicóloga disse ainda que não crê na eficácia dos tratamentos realizados pelas instituições religiosas. “Eu nunca vi nenhum caso de alguém que se recuperou só com orações e isolamento. Isso é um problema”. Ela afirma que o ministro da Saúde Alexandre Padilha e todos os Ministérios Públicos Estaduais receberam o relatório com as supostas irregularidades e se comprometeram a investigar cada caso. (AAJ)
Diário de Cuiabá © 2009
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