#DR.
04/12/2011 - 06h05
DE SÃO PAULO
Atualizado às 10h12.
O ex-jogador Sócrates morreu às 4h30 deste domingo aos 57 anos em
decorrência de um choque séptico, que ocorre quando bactérias de uma
infecção chegam à corrente sanguínea e se espalham pelo corpo.
Veja o especial sobre Sócrates
Em nota, Corinthians diz que hoje seria dia de alegria
Veja galeria de imagens da carreira de Sócrates
Veja trechos de bate-papo entre Juca Kfouri e Sócrates
O enterro será em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, pouco antes do início da última rodada do Campeonato Brasileiro, que está agendada para as 17h deste domingo. A CBF já comunicou que fará um minuto de silêncio em homenagem ao jogador que defendeu a seleção nas Copas de 1982 e 1986.
Fotomontagem | ||
Sócrates em vários momentos da carreira; clique na imagem e veja galeria do ídolo corintiano |
Sócrates, sua mulher e um amigo haviam se sentido mal na noite de quinta-feira (1º) após comerem em um evento.
Segundo o jornalista Juca Kfouri, colunista da Folha, um prato de estrogonofe contaminado com uma bactéria foi o responsável por desencadear a internação do ex-jogador.
Sócrates já esteve internado outras duas vezes entre agosto e setembro, também na UTI, por conta de hemorragias digestivas.
Além de Corinthians e Botafogo-SP, jogou também pelo Flamengo, Santos e Fiorentina, da Itália. Formado em medicina, trabalhava como comentarista na TV Cultura e colunista do "Agora São Paulo", do Grupo Folha, e da "Carta Capital".
Arte/Folhapress | ||
Andre Penner - 18.mai.2011/Associated Press | ||
O ex-jogador de futebol Sócrates, ídolo do Corinthians e da seleção brasileira |
NOTA DE FALECIMENTO
(São Paulo, 4 de dezembro de 2011, 5h30)
O Hospital Israelita Albert Einstein informa com profundo pesar o falecimento do ex-jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira às 4h30, em conseqüência a um choque séptico.
Médicos Responsáveis
Dr. Fernando Luis Pandullo
Dr. Ben-Hur Ferraz Neto
Diretor de Prática Médica
Dr. Oscar Fernando Pavão dos Santos
Jorge Duran-1º.jun.85/France Presse | ||
Sócrates posa com a camisa da seleção em 1985; clique na foto e veja imagens históricas do ex-jogador |
Ex-jogador Sócrates morre em São Paulo
O ex-jogador morreu às 4h30, em consequência a um choque séptico, de acordo com nota do hospital.
Sócrates era considerado ícone do futebol ofensivo do Brasil na Copa do Mundo de 1982 e um dos idealizadores do movimento que ficou conhecido como Democracia Corinthiana.
A Confederação Brasileira de Futebol manifestou pesar pela morte do atleta e informou que os jogos da última rodada do Campeonato Brasileiro, que serão disputados neste domingo, terão a observância de um minuto de silêncio em homenagem a Sócrates.
O Corinthians, time que o ex-jogador se destacou, pode ser campeão nacional neste domingo.
O time paulista lamentou a morte de Sócrates e fez uma homenagem ao atleta.
"Obrigado pelos lindos gols, pelos toques geniais, pelo futebol magistral que só Sócrates tinha", disse um comunicado do clube em seu site na Internet.
Sócrates disputou 297 jogos com a camisa corinthiana, marcou 172 gols e venceu três Campeonatos Paulistas pelo time, em 1979, 1982 e 1983.
Sócrates será enterrado em Ribeirão Preto, minutos antes de rodada
04 de dezembro de 2011 • 09h49
• atualizado às 10h58
Sócrates, em uma das suas últimas aparições, após ser internado duas vezes
Foto: Zé Paulo Cardeal / TV Globo/Divulgação
Foto: Zé Paulo Cardeal / TV Globo/Divulgação
O velório e o enterro do ex-jogador Sócrates, 57 anos, acontecerá na
cidade de Ribeirão Preto, onde ele iniciou sua trajetória no futebol, na
equipe do Botafogo. O corpo do ídolo corintiano já deixou São Paulo e
chega à cidade do interior paulista às 13h, onde será velado no
Cemitério de Campo Bom. O enterro de Sócrates está previsto para
acontecer minutos antes do início da rodada final do Campeonato
Brasileiro, que pode ter o Corinthians como campeão - o time alvinegro
disputa o título com o Vasco.
O ex-jogador não resistiu a terceira internação em cerca de quatro meses e morreu nesta madrugada de domingo, em São Paulo. O Hospital Israelita Albert Einstein, local onde o ídolo corintiano estava internado desde a noite da última quinta-feira, confirmou a notícia por intermédio de boletim médico emitido às 5h30 (de Brasília).
Ainda segundo o hospital, o ex-jogador morreu às 4h30 em consequência a um choque séptico (infecção generalizada causada por bactéria). Natural de Belém, no Pará, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira deixa a mulher, Kátia, e seis filhos.
Essa havia sido a terceira vez que o ex-meia foi internado nos últimos quatro meses, sendo as duas anteriores por hemorragia digestiva decorrente do consumo prolongado de álcool.
Durante a primeira internação, em agosto deste ano, o ex-atleta ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital por nove dias. Chegou a ser submetido a uma cirurgia que teve sucesso, permitindo a recuperação. Após a primeira internação, Sócrates afirmou que o susto fez com que ele mudasse de atitude em relação à bebida.
No dia 5 de setembro voltou a ser internado devido a uma crise de cirrose hepática que incluiu um sangramento no esôfago. Permaneceu no hospital por 17 dias, e recebeu alta para continuar o tratamento em casa. Após nova internação, o ex-atleta assumiu ter feito escolhas erradas em sua vida e agradeceu o apoio das pessoas que torceram e rezaram por ele no momento em que estava hospitalizado.
Sócrates foi um dos maiores craques da história do futebol brasileiro. Ídolo do Corinthians, ele defendeu o clube alvinegro entre 1978 e 1984. Meia de habilidade, o paraense iniciou a carreira no Botafogo-SP na década de 70. Foi um dos principais astros da badalada Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1982, eliminada pela Itália de Paolo Rossi.
O ex-jogador não resistiu a terceira internação em cerca de quatro meses e morreu nesta madrugada de domingo, em São Paulo. O Hospital Israelita Albert Einstein, local onde o ídolo corintiano estava internado desde a noite da última quinta-feira, confirmou a notícia por intermédio de boletim médico emitido às 5h30 (de Brasília).
Ainda segundo o hospital, o ex-jogador morreu às 4h30 em consequência a um choque séptico (infecção generalizada causada por bactéria). Natural de Belém, no Pará, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira deixa a mulher, Kátia, e seis filhos.
Essa havia sido a terceira vez que o ex-meia foi internado nos últimos quatro meses, sendo as duas anteriores por hemorragia digestiva decorrente do consumo prolongado de álcool.
Durante a primeira internação, em agosto deste ano, o ex-atleta ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital por nove dias. Chegou a ser submetido a uma cirurgia que teve sucesso, permitindo a recuperação. Após a primeira internação, Sócrates afirmou que o susto fez com que ele mudasse de atitude em relação à bebida.
No dia 5 de setembro voltou a ser internado devido a uma crise de cirrose hepática que incluiu um sangramento no esôfago. Permaneceu no hospital por 17 dias, e recebeu alta para continuar o tratamento em casa. Após nova internação, o ex-atleta assumiu ter feito escolhas erradas em sua vida e agradeceu o apoio das pessoas que torceram e rezaram por ele no momento em que estava hospitalizado.
Sócrates foi um dos maiores craques da história do futebol brasileiro. Ídolo do Corinthians, ele defendeu o clube alvinegro entre 1978 e 1984. Meia de habilidade, o paraense iniciou a carreira no Botafogo-SP na década de 70. Foi um dos principais astros da badalada Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1982, eliminada pela Itália de Paolo Rossi.
Antes de "final", Corinthians homenageia Sócrates: "obrigado Doutor"
04 de dezembro de 2011 • 10h53
• atualizado às 11h18
Site oficial do Corinthians prestou homenagem ao ex-jogador Sócrates
Foto: Site do Corinthians/Reprodução
Foto: Site do Corinthians/Reprodução
O Corinthians tirou um pouco o foco e a concentração no clássico
decisivo contra o Palmeiras para prestar uma homenagem a um dos seus
maiores ídolos. A morte do ex-jogador Sócrates rendeu uma homenagem
especial no site do clube alvinegro, que mostra estar de luto em sua
página inicial, com apenas uma foto do craque com as datas de nascimento
e morte do ex-meia.
Relembrando a história de Sócrates no time alvinegro, o site lamenta iniciar o dia que pode marcar o quinto título brasileiro com uma notícia tão triste. "Hoje, que seria um dia apenas de alegria pela decisão do Brasileirão, começou triste para o futebol brasileiro, principalmente para os corinthianos", diz a nota.
Na mensagem, o clube ainda agradece o ex-jogador por todos os momentos de alegria que Sócrates deu aos torcedores corintianos. "Obrigado pelos lindos gols, pelos toques geniais, pelo futebol magistral que só Sócrates tinha. Obrigado, Doutor!".
O clube ainda não divulgou se alguma homenagem será feita ao ex-jogador, antes do início da partida diante do Palmeiras, neste domingo, às 17h, no Estádio do Pacaembu. O corpo de Sócrates será velado no Cemitério do Campo Bom, em Ribeirão Preto. O enterro está previsto para acontecer minutos antes do início da rodada do Brasileiro.
Ídolo corintiano, Sócrates fez história fora de campo e na Seleção
Ídolo do Corinthians morreu na madrugada deste domingo, na capital paulista.
O ex-craque do Timão estava internado no hospital Albert Einstein, na zona sul da capital paulista, e morreu em decorrência de um choque séptico às 4h30. Ele estava internado no hospital desde quinta-feira (1º) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
No Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital, outros torcedores do Corinthians também lamentaram a perda. Segundo Danilo Chaccur, 45 anos, que passeava pelo local com a mulher e filha, a morte de Sócrates será mais uma motivação para os jogadores do Timão na partida desta tarde. “Para os jogadores vai ser um impulso, agora para a torcida é certo que haverá uma grande comoção. O Sócrates não era ídolo apenas dos corinthianos, mas também dos brasileiros, já que ele vestiu a camisa da Seleção Brasileira”, afirma.
O técnico de manutenção Fábio Araújo, 37 anos, disse estar triste pela morte do ex-jogador e explica que uma vitória do Corinthians sobre o Palmeiras seria uma homenagem. “Foi um grande craque”, disse.
Problemas de saúde
O ex-jogador estava em coma induzido e respirava com a ajuda de aparelhos. Segundo boletim médico divulgado neste sábado (3), o quadro dele já era grave. Esta foi a terceira vez este ano que o ex-atleta e ídolo do Corinthians foi internado. Nas duas ocasiões anteriores, ele passou por tratamento para conter uma hemorragia digestiva, causada pelo consumo prolongado de álcool.
Em sua última internação no mesmo hospital, dia 5 de setembro, Sócrates ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e precisou da ajuda de aparelhos para respirar. Recuperado, recebeu alta médica dia 22. Anteriormente, ele havia ficado nove dias internado, e saiu no dia 27 de agosto. Segundo a mulher de Sócrates, o ex-jogador teve uma infecção no intestino causada por uma bactéria.
De acordo com a família do jogador, o corpo dele será levado para Ribeirão Preto. A previsão de chegada é às 13h. Depois, será realizado o velório, e o enterro está marcado para as 17h deste domingo.
Perfil
Sócrates era o mais velho de seis irmãos – o ex-jogador Raí é um deles -, e teve seis filhos. Ele começou sua carreira em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Por causa da faculdade de medicina, que cursava na Universidade de São Paulo (USP), ele quase não treinava.
Em 1978 ele foi para o Corinthians, onde se consagrou como ídolo. Já era médico formado e ganhou da torcida o apelido de Doutor. Com o time, foi bicampeão paulista em 1982 e 1983.
O jogador participou de duas Copas do Mundo pela Seleção Brasileira. Em 1982, foi capitão. Depois de uma breve passagem pelo Fiorentina, da Itália, atuou ainda no Flamengo e no Santos.
Sócrates também era politizado. Ele participou da campanha pelas Diretas Já, e em 1984 foi um dos principais idealizadores da Democracia Corintiana, que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube.
Sócrates foi um jogador raro não apenas por seu talento, mas também pelo seu espírito notoriamente contestador num meio, o futebol, marcado por extremo conservadorismo e subserviência dos jogadores em relação a ações questionáveis da cartolagem que tomou conta do esporte nas últimas décadas.
Leia também:
Sócrates morre em São Paulo aos 57 anos vítima de infecção generalizada
Sócrates foi médico, craque, pai da Democracia Corintiana e artista
Fãs se despedem e prestam homenagens a Sócrates nas redes sociais
Rebelde por natureza e politicamente alinhado à esquerda, Sócrates sempre expôs seu ponto de vista sobre questões polêmicas do futebol, do Corinthians, clube com o qual é identificado, e, claro, do Brasil. Veja abaixo algumas das principais declarações do ídolo:
“Não tenho nenhuma mágoa do presidente Matheus, nem mesmo desse pequeno grupo que atritou comigo no Pacaembu. Tudo isso foi ultrapassado. É uma reação natural da torcida, e o presidente tinha o direito de não revisar o meu contrato”
Em janeiro de 1980, sobre a crítica de torcedores e possível saída do Corinthians
“O tigrão virou cachorra, tchutchuca. O Brasil deixou a cobertura e está quase na porta do zelador”
Ao criticar o técnico Emerson Leão e os maus resultados da seleção brasileira em 2001, à rádio Jovem Pan
“Não conheço detalhes administrativos da gestão dele, mas aparentemente ele jogou dinheiro fora. Em relação a tudo, mas principalmente com jogadores. Os títulos que conquistou não foram importantes. E o Ronaldo no Corinthians foi bom para o próprio Ronaldo. Para o clube não valeu de nada”
Crítica a Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e Ronaldo
“Eu queria que meu filho nascesse lá, eu queria ser um cubano. Nós estivemos lá agora, nós fomos passear! Peguei minha mulher e fui lá, passear, curtir lampejos de humanidade. Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar”
Sobre Cuba e Fidel castro, em 2011, à "Folha de S. Paulo"
“O mundo reagiu à mudança do país. É muito melhor ouvir quem está de fora falar o que é o Brasil hoje. E temos uma chance única nos próximos seis ou sete anos de mostrar para o mundo todo quem é o brasileiro. Para o mundo descobrir o Brasil. Não serão “Cabrais”, mas vão descobrir o melhor do Brasil, que é o brasileiro”
Sobre o Governo de seu amigo Lula, em dezembro de 2009
“Deus não tem idade. O Corinthians é muito maior que a idade que possa ter; é um símbolo, uma essência, um sentimento. É claro que o centenário tem um valor simbólico e as pessoas se reúnem em torno desse símbolo. Mas isso é secundário à importância que tem alguma coisa capaz de agregar tanta gente de origens absolutamente distintas”
Sobre o centenário do Corinthians, à Carta Capital, em setembro de 2010
“Sempre lutei pelo voto direto e continuo a acreditar ser esse o melhor meio de avaliação democrática. Com ele respeita-se a alternância de poder, tão necessária, principalmente naqueles tempos de ditadura militar”
Sobre democracia e o voto direto, à "Carta Capital", em 2010
“Antes, falavam que as meninas cozinhavam como as mães, agora que bebem com os pais”
Sobre álcool na sociedade, ao iG, agosto de 2011
A gestão da Copa do Mundo está nas mãos de quem não tem muita compromisso com a nação”
Sobre o Mundial no Brasil, em junho de 2010, ao Estadão
No último texto que escreveu, Sócrates manteve a verve questionadora, a
postura crítica e a contestadora que sempre foram sua característica.
Em sua coluna na revista Carta Capital que chega às bancas de todo o
Brasil nesta semana, o Doutor questiona a questão ambiental relacionada à
Copa do Mundo de 2014.
“O abastecimento de água e de energia nos estádios e centros de imprensa tem sido motivo de poucas discussões, como se fosse tema secundário. Pelo contrário, é fundamental para se evitarem desperdícios e emissão de gás e fuligem no caso de utilização de diesel para viabilizar a transmissão do evento”, escreveu Sócrates.
“Lixo! Será que algum dos que possuem poder de decisão para o mundial pensou em como ratar e manipular o lixo produzido?”, questiona o ex-jogador. “Acredito que não”, ele mesmo responde.
Sócrates conclui o texto com uma triste constatação. Ele classifica o trabalho de organização da Copa como uma farra – e vai além. “Uma inconsequência sem limites das instituições que delas deveriam cuidar”, disse.
Sócrates morreu na madrugada deste domingo, aos 57 anos, vítima de uma infecção generalizada.
Relembrando a história de Sócrates no time alvinegro, o site lamenta iniciar o dia que pode marcar o quinto título brasileiro com uma notícia tão triste. "Hoje, que seria um dia apenas de alegria pela decisão do Brasileirão, começou triste para o futebol brasileiro, principalmente para os corinthianos", diz a nota.
Na mensagem, o clube ainda agradece o ex-jogador por todos os momentos de alegria que Sócrates deu aos torcedores corintianos. "Obrigado pelos lindos gols, pelos toques geniais, pelo futebol magistral que só Sócrates tinha. Obrigado, Doutor!".
O clube ainda não divulgou se alguma homenagem será feita ao ex-jogador, antes do início da partida diante do Palmeiras, neste domingo, às 17h, no Estádio do Pacaembu. O corpo de Sócrates será velado no Cemitério do Campo Bom, em Ribeirão Preto. O enterro está previsto para acontecer minutos antes do início da rodada do Brasileiro.
Ídolo corintiano, Sócrates fez história fora de campo e na Seleção
04 de dezembro de 2011 • 06h38
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Sócrates era um dos principais jogadores da Seleção Brasileira que encantou, mas não levou a Copa de 1982
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Formado em medicina na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão
Preto, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira iniciou a
carreira de jogador de futebol no Botafogo-SP, clube o qual também
revelou o irmão do ex-jogador Raí, campeão do mundo em 1992 e 1993 pelo
São Paulo, no ano de 1974, depois de terminar o curso de graduação.
Com a camisa tricolor no interior, Sócrates mostrou um enorme talento, especialmente na troca de passes. Sem muita velocidade e explosão, o ex-meio-campista notabilizou o toque de calcanhar e a categoria com a bola nos pés. No Botafogo-SP, a principal campanha ocorreu em 1977, quando terminou como artilheiro da competição.
A boa passagem durante os quatro anos pelo clube do interior rendeu a transferência para o clube do Parque São Jorge no ano de 1978, quando se firmou no cenário nacional, conquistando espaço, inclusive, na Seleção Brasileira. Com a camisa alvinegra, o "Doutor", como ficou conhecido no mundo do futebol por conta da formação acadêmica, disputou 298 jogos e assinalou 172 gols - ocupa a oitava colocação no ranking de artilheiros da história do clube. Além das conquistas individuais, o ex-meio-campista se consagrou ao vencer os Campeonatos Paulistas de 1979, 1982, 1983
Além das conquistas esportivas com o Corinthians, Sócrates também teve um papel fundamental na política do clube, atingindo até um nível nacional. O ex-meio-campista acabou sendo um dos líderes da Democracia Corintiana, um movimento de cunho ideológico que transformou o ambiente normal do dia a dia de um clube. Os jogadores, anteriormente submissos às decisões da comissão técnica, passaram a também participar das decisões, como em caso de concentrações, viagens, entre outros.
As atitudes da equipe modificaram a hierarquia dentro do Corinthians. Sob o período da democracia, o voto do presidente em uma decisão interna teria o mesmo peso da opção de um roupeiro. Com tamanha politização fora dos gramados, o ex-jogador se tornou um símbolo, inclusive, da luta contra o regime militar, que acabou abolida no País no ano de 1985.
O movimento criado internamente no clube acabou transferido para o público, especialmente quando o Corinthians vestiu uma camisa com o "patrocínio" das "Diretas Já", variando para frases como "Dia 15, vote", por conta da eleição direta para o governo de São Paulo, e "Eu quero votar para presidente".
Um dos atletas mais influentes dentro do grupo, Sócrates nunca escondeu a insatisfação em relação à ditadura, e externava a liderança dentro da equipe com opiniões fortes em um dos períodos mais tensos da história recente brasileira.
Tal movimento não atrapalhou o desempenho da equipe alvinegra dentro dos gramados. Durante o período da "Democracia", o Corinthians venceu o bicampeonato paulista (1982 e 1983), em uma das formações mais exaltadas pela torcida. O desempenho de Sócrates, inclusive, rendeu ao meio-campista a convocação para a Copa do Mundo de 1982, quando o Brasil perdeu para a Itália nas quartas de final.
Dono de um estilo elegante dentro de campo, Sócrates deixou o Corinthians no ano de 1984 e se transferiu para a Fiorentina, da Itália. No futebol europeu, o ex-jogador não apresentou o mesmo nível de jogo, e retornou ao País um ano depois para defender o Flamengo. No Rio de Janeiro, ele acabou convocado para a Copa do Mundo de 1986.
No Mundial do México, Sócrates ficou marcado por errar a penalidade na disputa por pênaltis contra a França, nas quartas de final. Eliminado com o time nacional, o ex-meio-campista perdeu espaço no elenco. Antes de encerrar a carreira, o "Doutor" ainda vestiu a camisa do Santos e do Botafogo de Ribeirão Preto.
Em 2004, o carismático médico-jogador ainda "voltou" aos gramados. Aos 50 anos de idade, Sócrates acabou contratado pelo Garforth Town, uma equipe semi-profissional do norte da Inglaterra. Com um contrato de um mês, o ex-atleta da Seleção Brasileira atuou por menos de 15 minutos, em partida contra Tadcaster Albion, por um campeonato regional.
Apesar da aposentadoria e do estilo de vida do "momento", como declarou no último dia 19 de agosto o amigo e jornalista Juca Kfouri, Sócrates continuou perto do futebol. O ex-jogador trabalhou como articulista na revista Carta Capital, como comentarista no programa Cartão Verde, da TV Cultura, e foi blogueiro do Terra durante a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
Com a camisa tricolor no interior, Sócrates mostrou um enorme talento, especialmente na troca de passes. Sem muita velocidade e explosão, o ex-meio-campista notabilizou o toque de calcanhar e a categoria com a bola nos pés. No Botafogo-SP, a principal campanha ocorreu em 1977, quando terminou como artilheiro da competição.
A boa passagem durante os quatro anos pelo clube do interior rendeu a transferência para o clube do Parque São Jorge no ano de 1978, quando se firmou no cenário nacional, conquistando espaço, inclusive, na Seleção Brasileira. Com a camisa alvinegra, o "Doutor", como ficou conhecido no mundo do futebol por conta da formação acadêmica, disputou 298 jogos e assinalou 172 gols - ocupa a oitava colocação no ranking de artilheiros da história do clube. Além das conquistas individuais, o ex-meio-campista se consagrou ao vencer os Campeonatos Paulistas de 1979, 1982, 1983
Além das conquistas esportivas com o Corinthians, Sócrates também teve um papel fundamental na política do clube, atingindo até um nível nacional. O ex-meio-campista acabou sendo um dos líderes da Democracia Corintiana, um movimento de cunho ideológico que transformou o ambiente normal do dia a dia de um clube. Os jogadores, anteriormente submissos às decisões da comissão técnica, passaram a também participar das decisões, como em caso de concentrações, viagens, entre outros.
As atitudes da equipe modificaram a hierarquia dentro do Corinthians. Sob o período da democracia, o voto do presidente em uma decisão interna teria o mesmo peso da opção de um roupeiro. Com tamanha politização fora dos gramados, o ex-jogador se tornou um símbolo, inclusive, da luta contra o regime militar, que acabou abolida no País no ano de 1985.
O movimento criado internamente no clube acabou transferido para o público, especialmente quando o Corinthians vestiu uma camisa com o "patrocínio" das "Diretas Já", variando para frases como "Dia 15, vote", por conta da eleição direta para o governo de São Paulo, e "Eu quero votar para presidente".
Um dos atletas mais influentes dentro do grupo, Sócrates nunca escondeu a insatisfação em relação à ditadura, e externava a liderança dentro da equipe com opiniões fortes em um dos períodos mais tensos da história recente brasileira.
Tal movimento não atrapalhou o desempenho da equipe alvinegra dentro dos gramados. Durante o período da "Democracia", o Corinthians venceu o bicampeonato paulista (1982 e 1983), em uma das formações mais exaltadas pela torcida. O desempenho de Sócrates, inclusive, rendeu ao meio-campista a convocação para a Copa do Mundo de 1982, quando o Brasil perdeu para a Itália nas quartas de final.
Dono de um estilo elegante dentro de campo, Sócrates deixou o Corinthians no ano de 1984 e se transferiu para a Fiorentina, da Itália. No futebol europeu, o ex-jogador não apresentou o mesmo nível de jogo, e retornou ao País um ano depois para defender o Flamengo. No Rio de Janeiro, ele acabou convocado para a Copa do Mundo de 1986.
No Mundial do México, Sócrates ficou marcado por errar a penalidade na disputa por pênaltis contra a França, nas quartas de final. Eliminado com o time nacional, o ex-meio-campista perdeu espaço no elenco. Antes de encerrar a carreira, o "Doutor" ainda vestiu a camisa do Santos e do Botafogo de Ribeirão Preto.
Em 2004, o carismático médico-jogador ainda "voltou" aos gramados. Aos 50 anos de idade, Sócrates acabou contratado pelo Garforth Town, uma equipe semi-profissional do norte da Inglaterra. Com um contrato de um mês, o ex-atleta da Seleção Brasileira atuou por menos de 15 minutos, em partida contra Tadcaster Albion, por um campeonato regional.
Apesar da aposentadoria e do estilo de vida do "momento", como declarou no último dia 19 de agosto o amigo e jornalista Juca Kfouri, Sócrates continuou perto do futebol. O ex-jogador trabalhou como articulista na revista Carta Capital, como comentarista no programa Cartão Verde, da TV Cultura, e foi blogueiro do Terra durante a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
Em SP, torcedores lamentam a morte do ex-jogador Sócrates
Ídolo do Corinthians morreu na madrugada deste domingo, na capital paulista.
Torcedores que aguardam decisão do Brasileirão foram surpreendidos.
Comente agora
O
eletricista Paulo da Silva, 38 anos, afirma que ficou surpreso e triste
com a notícia da morte do ex-jogador Sócrates. (Foto: Eduardo
Carvalho/G1)
A morte do ex-jogador Sócrates, aos 57 anos, anunciada durante a
madrugada deste domingo (4), surpreendeu os torcedores do Corinthians
que vivem em São Paulo e que aguardam pela partida com o Palmeiras, às
17h, que será realizada no estádio do Pacaembu, pela última rodada do
Campeonato Brasileiro.O ex-craque do Timão estava internado no hospital Albert Einstein, na zona sul da capital paulista, e morreu em decorrência de um choque séptico às 4h30. Ele estava internado no hospital desde quinta-feira (1º) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
saiba mais
O eletricista Paulo da Silva, 38 anos, morador de Uberlândia, veio até
São Paulo para tentar comprar ingresso para a partida deste domingo
quando foi avisado pela reportagem do G1 sobre a morte do ex-jogador. “Confesso que meu até um calafrio na hora. Fico triste com uma notícia dessa”, afirma.No Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital, outros torcedores do Corinthians também lamentaram a perda. Segundo Danilo Chaccur, 45 anos, que passeava pelo local com a mulher e filha, a morte de Sócrates será mais uma motivação para os jogadores do Timão na partida desta tarde. “Para os jogadores vai ser um impulso, agora para a torcida é certo que haverá uma grande comoção. O Sócrates não era ídolo apenas dos corinthianos, mas também dos brasileiros, já que ele vestiu a camisa da Seleção Brasileira”, afirma.
O técnico de manutenção Fábio Araújo, 37 anos, disse estar triste pela morte do ex-jogador e explica que uma vitória do Corinthians sobre o Palmeiras seria uma homenagem. “Foi um grande craque”, disse.
O ex-jogador estava em coma induzido e respirava com a ajuda de aparelhos. Segundo boletim médico divulgado neste sábado (3), o quadro dele já era grave. Esta foi a terceira vez este ano que o ex-atleta e ídolo do Corinthians foi internado. Nas duas ocasiões anteriores, ele passou por tratamento para conter uma hemorragia digestiva, causada pelo consumo prolongado de álcool.
Em sua última internação no mesmo hospital, dia 5 de setembro, Sócrates ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e precisou da ajuda de aparelhos para respirar. Recuperado, recebeu alta médica dia 22. Anteriormente, ele havia ficado nove dias internado, e saiu no dia 27 de agosto. Segundo a mulher de Sócrates, o ex-jogador teve uma infecção no intestino causada por uma bactéria.
De acordo com a família do jogador, o corpo dele será levado para Ribeirão Preto. A previsão de chegada é às 13h. Depois, será realizado o velório, e o enterro está marcado para as 17h deste domingo.
Perfil
Sócrates era o mais velho de seis irmãos – o ex-jogador Raí é um deles -, e teve seis filhos. Ele começou sua carreira em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Por causa da faculdade de medicina, que cursava na Universidade de São Paulo (USP), ele quase não treinava.
Em 1978 ele foi para o Corinthians, onde se consagrou como ídolo. Já era médico formado e ganhou da torcida o apelido de Doutor. Com o time, foi bicampeão paulista em 1982 e 1983.
O jogador participou de duas Copas do Mundo pela Seleção Brasileira. Em 1982, foi capitão. Depois de uma breve passagem pelo Fiorentina, da Itália, atuou ainda no Flamengo e no Santos.
Sócrates também era politizado. Ele participou da campanha pelas Diretas Já, e em 1984 foi um dos principais idealizadores da Democracia Corintiana, que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube.
Sócrates queria que o Brasil exportasse suas artes e não seus artistas, diz Bueno
Amigo afirma que ex-jogador elogiava o Santos por manter Neymar no time brasileiro
04/12/2011 - 10:58
Da redação
Da redação
O ex-jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de
Sousa Vieira de Oliveira, ídolo do futebol nacional e internacional,
não concordava com a exportação de jogadores para times do exterior. A
afirmação é de seu amigo Bueno, cantor e compositor, com quem o craque
gravou um CD em 1.999.
Confira galeria de fotos de Sócrates.
“O Sócrates dizia sempre que o Brasil deveria exportar suas artes e não seus artistas. Ele fez essa referência quando Ronaldinho Gaúcho foi vendido e, atualmente, ele elogia o Santos por conseguir segurar o Neymar no time brasileiro”, afirma.
De acordo com Bueno, o grande sonho do craque era ajudar os menos favorecidos. “Esse sonho ele não conseguiu realizar. Sócrates tinha um projeto de levar um ônibus com um consultório móvel até os bairros mais pobres. Uma vez, ele me disse que uma barraca de lona serviria”.
Último Pedido
O último pedido do Doutor ao amigo Bueno foi que ele fizesse gengibre curtido. “Ele me pediu para fazer gengibre fresca curtida há uns três meses. Eu fiz, mas ele não veio buscar. Não deu tempo”.
Em poucas palavras, Bueno definiu a morte de Sócrates. “Perdi meu melhor amigo. Um ser humano preocupado com os mais humildes”.
Bebida
Bueno disse que Sócrates estava sem ingerir bebidas alcoólicas. “Sua última recaída foi há uns 6 meses em Cuba, a partir daí ele só piorou”.
Internação
Sócrates estava internado deste quinta-feira (1) à noite, depois de ter se sentido mal durante o jantar. O quadro clínico dele chegou a apresentar leve melhora neste sábado, graças a um antibiótico mais potente, que fez regredir o quadro de infecção intestinal.
Mas os médicos já vinham alertando que o caso dele era grave – Sócrates estava sedado na UTI, respirando por aparelhos e passando por tratamento dialítico, que consiste na remoção do excesso de líquidos e substâncias prejudiciais acumuladas no organismo do paciente renal crônico. A expectativa era que ele permanecesse em observação por pelo menos 72 horas.
O ex-jogador foi internado com uma infecção intestinal causada por uma bactéria. Ele começou a se sentir mal depois de comer estrogonofe no jantar. Não foi confirmado pelos médicos, porém, que tenha sido essa a causa da internação.
Esta tinha sido a terceira internação de Sócrates nos últimos quatro meses. As duas internações anteriores foram para tratar de uma hemorragia digestiva, causada pelo consumo prolongado de álcool.
Confira galeria de fotos de Sócrates.
“O Sócrates dizia sempre que o Brasil deveria exportar suas artes e não seus artistas. Ele fez essa referência quando Ronaldinho Gaúcho foi vendido e, atualmente, ele elogia o Santos por conseguir segurar o Neymar no time brasileiro”, afirma.
De acordo com Bueno, o grande sonho do craque era ajudar os menos favorecidos. “Esse sonho ele não conseguiu realizar. Sócrates tinha um projeto de levar um ônibus com um consultório móvel até os bairros mais pobres. Uma vez, ele me disse que uma barraca de lona serviria”.
Último Pedido
O último pedido do Doutor ao amigo Bueno foi que ele fizesse gengibre curtido. “Ele me pediu para fazer gengibre fresca curtida há uns três meses. Eu fiz, mas ele não veio buscar. Não deu tempo”.
Em poucas palavras, Bueno definiu a morte de Sócrates. “Perdi meu melhor amigo. Um ser humano preocupado com os mais humildes”.
Bebida
Bueno disse que Sócrates estava sem ingerir bebidas alcoólicas. “Sua última recaída foi há uns 6 meses em Cuba, a partir daí ele só piorou”.
Internação
Sócrates estava internado deste quinta-feira (1) à noite, depois de ter se sentido mal durante o jantar. O quadro clínico dele chegou a apresentar leve melhora neste sábado, graças a um antibiótico mais potente, que fez regredir o quadro de infecção intestinal.
Mas os médicos já vinham alertando que o caso dele era grave – Sócrates estava sedado na UTI, respirando por aparelhos e passando por tratamento dialítico, que consiste na remoção do excesso de líquidos e substâncias prejudiciais acumuladas no organismo do paciente renal crônico. A expectativa era que ele permanecesse em observação por pelo menos 72 horas.
O ex-jogador foi internado com uma infecção intestinal causada por uma bactéria. Ele começou a se sentir mal depois de comer estrogonofe no jantar. Não foi confirmado pelos médicos, porém, que tenha sido essa a causa da internação.
Esta tinha sido a terceira internação de Sócrates nos últimos quatro meses. As duas internações anteriores foram para tratar de uma hemorragia digestiva, causada pelo consumo prolongado de álcool.
Contestação foi marca registrada de Sócrates. Leia frases do ídolo
Um dos principais ídolos do futebol brasileiro, ex-jogador morreu na madrugada de domingo, em São Paulo, aos 57 anos
Sócrates foi um jogador raro não apenas por seu talento, mas também pelo seu espírito notoriamente contestador num meio, o futebol, marcado por extremo conservadorismo e subserviência dos jogadores em relação a ações questionáveis da cartolagem que tomou conta do esporte nas últimas décadas.
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Fãs se despedem e prestam homenagens a Sócrates nas redes sociais
Rebelde por natureza e politicamente alinhado à esquerda, Sócrates sempre expôs seu ponto de vista sobre questões polêmicas do futebol, do Corinthians, clube com o qual é identificado, e, claro, do Brasil. Veja abaixo algumas das principais declarações do ídolo:
“Não tenho nenhuma mágoa do presidente Matheus, nem mesmo desse pequeno grupo que atritou comigo no Pacaembu. Tudo isso foi ultrapassado. É uma reação natural da torcida, e o presidente tinha o direito de não revisar o meu contrato”
Em janeiro de 1980, sobre a crítica de torcedores e possível saída do Corinthians
“O tigrão virou cachorra, tchutchuca. O Brasil deixou a cobertura e está quase na porta do zelador”
Ao criticar o técnico Emerson Leão e os maus resultados da seleção brasileira em 2001, à rádio Jovem Pan
“Não conheço detalhes administrativos da gestão dele, mas aparentemente ele jogou dinheiro fora. Em relação a tudo, mas principalmente com jogadores. Os títulos que conquistou não foram importantes. E o Ronaldo no Corinthians foi bom para o próprio Ronaldo. Para o clube não valeu de nada”
Crítica a Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e Ronaldo
“Eu queria que meu filho nascesse lá, eu queria ser um cubano. Nós estivemos lá agora, nós fomos passear! Peguei minha mulher e fui lá, passear, curtir lampejos de humanidade. Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar”
Sobre Cuba e Fidel castro, em 2011, à "Folha de S. Paulo"
“O mundo reagiu à mudança do país. É muito melhor ouvir quem está de fora falar o que é o Brasil hoje. E temos uma chance única nos próximos seis ou sete anos de mostrar para o mundo todo quem é o brasileiro. Para o mundo descobrir o Brasil. Não serão “Cabrais”, mas vão descobrir o melhor do Brasil, que é o brasileiro”
Sobre o Governo de seu amigo Lula, em dezembro de 2009
“Deus não tem idade. O Corinthians é muito maior que a idade que possa ter; é um símbolo, uma essência, um sentimento. É claro que o centenário tem um valor simbólico e as pessoas se reúnem em torno desse símbolo. Mas isso é secundário à importância que tem alguma coisa capaz de agregar tanta gente de origens absolutamente distintas”
Sobre o centenário do Corinthians, à Carta Capital, em setembro de 2010
“Sempre lutei pelo voto direto e continuo a acreditar ser esse o melhor meio de avaliação democrática. Com ele respeita-se a alternância de poder, tão necessária, principalmente naqueles tempos de ditadura militar”
Sobre democracia e o voto direto, à "Carta Capital", em 2010
“Antes, falavam que as meninas cozinhavam como as mães, agora que bebem com os pais”
Sobre álcool na sociedade, ao iG, agosto de 2011
A gestão da Copa do Mundo está nas mãos de quem não tem muita compromisso com a nação”
Sobre o Mundial no Brasil, em junho de 2010, ao Estadão
Em última coluna, Sócrates questionava cuidados ambientas na Copa de 2014
por ESPN.com.br“O abastecimento de água e de energia nos estádios e centros de imprensa tem sido motivo de poucas discussões, como se fosse tema secundário. Pelo contrário, é fundamental para se evitarem desperdícios e emissão de gás e fuligem no caso de utilização de diesel para viabilizar a transmissão do evento”, escreveu Sócrates.
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“Lixo! Será que algum dos que possuem poder de decisão para o mundial pensou em como ratar e manipular o lixo produzido?”, questiona o ex-jogador. “Acredito que não”, ele mesmo responde.
Sócrates conclui o texto com uma triste constatação. Ele classifica o trabalho de organização da Copa como uma farra – e vai além. “Uma inconsequência sem limites das instituições que delas deveriam cuidar”, disse.
Sócrates morreu na madrugada deste domingo, aos 57 anos, vítima de uma infecção generalizada.
Sai Sócrates, mas as batalhas continuam
Mauricio Stycer
Pelo
que fez em campo, Sócrates integra um grupo pequeno, o dos gigantes do
futebol brasileiro. Pela capacidade de reflexão sobre o seu ofício,
ocupa um lugar único. Nenhum atleta brasileiro foi capaz de pensar sobre
os diferentes aspectos do esporte, questionar os seus problemas e
propor soluções com a sua coragem e inteligência.
Some-se a isso, Sócrates construiu uma imagem pública fascinante. O “antiatleta”, como ele dizia, sempre fumou e bebeu, era um iconoclasta, sem papas na língua, tinha prazer em chocar os mais conservadores com seu humor refinado e era de uma simpatia a toda prova.
Essa raríssima combinação – gigante em campo, gênio na tribuna, carismático no dia-a-dia – obrigou muita gente a engolir Sócrates a contragosto. Na verdade, num país com a estrutura esportiva pré-histórica que ainda tem o Brasil, Sócrates sempre foi um incômodo para quem, de fato, manda – dirigentes, políticos e empresários ocupados exclusivamente com os seus próprios interesses e negócios.
Além da tristeza gigante pela morte tão precoce de Sócrates, sinto muito também por achar que as principais batalhas que enfrentou ainda estão muito longe de ter um desfecho positivo. Mas não são batalhas perdidas. Sua voz será sempre lembrada por aqueles que sonham com um mundo esportivo mais justo.
Some-se a isso, Sócrates construiu uma imagem pública fascinante. O “antiatleta”, como ele dizia, sempre fumou e bebeu, era um iconoclasta, sem papas na língua, tinha prazer em chocar os mais conservadores com seu humor refinado e era de uma simpatia a toda prova.
Essa raríssima combinação – gigante em campo, gênio na tribuna, carismático no dia-a-dia – obrigou muita gente a engolir Sócrates a contragosto. Na verdade, num país com a estrutura esportiva pré-histórica que ainda tem o Brasil, Sócrates sempre foi um incômodo para quem, de fato, manda – dirigentes, políticos e empresários ocupados exclusivamente com os seus próprios interesses e negócios.
Além da tristeza gigante pela morte tão precoce de Sócrates, sinto muito também por achar que as principais batalhas que enfrentou ainda estão muito longe de ter um desfecho positivo. Mas não são batalhas perdidas. Sua voz será sempre lembrada por aqueles que sonham com um mundo esportivo mais justo.
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