Atual chefe da Casa Civil e ex-secretário da gestão Serra, Sidney Beraldo fez as indicações de repasses quando estava licenciado da Assembleia de SP
21 de novembro de 2011 | 22h 45
Fernando Gallo, de O Estado de S.Paulo
Mesmo estando licenciado durante quase três anos e meio
dos quatro em que deteve mandato de deputado estadual na última
legislatura, o atual secretário-chefe da Casa Civil de São Paulo, Sidney
Beraldo (PSDB), conseguiu liberar R$ 4,6 milhões em emendas
parlamentares entre 2007 e 2010. A informação consta da lista de
indicações dos deputados divulgada pelo governo paulista há duas
semanas.
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Epitacio Pessoa/AE-14/1/2011
Segundo assessoria, Beraldo fez apenas ‘indicações’ e não emendas parlamentares
Até as denúncias de venda de emendas feitas pelo deputado Roque Barbiere (PTB), as emendas eram secretas: nenhum documento público informava os padrinhos e todos os acordos relativos às indicações eram extraoficiais. Só após a publicação da lista é que o governo fez vir a público que deputados licenciados também podiam elaborar indicações, inclusive quando ocupantes de cargos no governo.
Apesar de estar fora da Assembleia, o secretário conseguiu intermediar 63 convênios do governo com prefeituras do interior ou entidades. Apenas quatro das emendas têm valor superior a R$ 150 mil, limite para que as licitações possam ser feitas por uma simples carta-convite.
Coube a Beraldo, na condição de secretário da Casa Civil, coordenar a publicação das emendas feitas entre 2007 e 2011.
Outro lado. A Casa Civil, afirmou, em nota, que "no período citado, Sidney Beraldo, embora licenciado para ocupar a pasta de Gestão Pública até abril de 2010, era deputado estadual eleito em seu 4.º mandato". Segundo a pasta, "as indicações, que não devem ser confundidas com emendas parlamentares, foram apresentadas em função de solicitações feitas por municípios que (Beraldo) representava".
A Casa Civil sustentou, ainda, que "agentes públicos e não públicos podem apresentar suas sugestões ao governo para aplicação de recursos públicos", mas não soube responder se Beraldo tinha ciência de que cada deputado só poderia indicar R$ 2 milhões em emendas. O governo de São Paulo não respondeu se achava correto pagar emendas a um deputado licenciado que ocupava um cargo no governo. / COLABOROU DANIEL BRAMATTI
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