mas mantém afastamento do presidente da companhia
Débora MeloDo UOL Notícias, em São Paulo
O TJ-SP, entretanto, manteve o afastamento de Avelleda e a multa diária de R$ 100 mil ao governo do Estado caso o secretário de Estado de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, não cumpra a ordem.
Desorganização do metrô de São Paulo prejudica usuários
Foto 11 de 50 - Usuários
tentam embarcar em vagão na estação Paulista, da linha 4-amarela, na
noite de quinta-feira (27). Desorganização "rouba" até 30% do tempo de
viagem do usuário de metrô em São Paulo Mais Rodrigo Paiva/UOL
O desembargador disse ainda que as obras, “que já se encontram em execução, na fase final da demolição de mais de 200 imóveis desapropriados”, são "indispensáveis para desafogar o trânsito de veículos automotores” e proporcionar “conforto, segurança e rapidez de milhares de novos usuários”.
Bedran afirmou, porém, que o afastamento do presidente do Metrô não precisa ser suspenso porque "afeta predominantemente o interesse pessoal do administrador“. Quanto à decisão de manter a multa, o desembargador entendeu que “nenhuma multa foi cominada que pudesse abalar o erário”.
As obras da linha 5 (de Adolfo Pinheiro à Chácara Klabin) são orçadas em R$ 4 bilhões. De acordo com o estudo elaborado pela Gerência de Planejamento da Cia. do Metrô, o atraso na conclusão da obra implicará prejuízo mensal da ordem de mais de R$ 85 milhões.
A reportagem do UOL Notícias entrou em contato com a assessoria do Metrô, que ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão.
Entenda o caso
A liminar que suspendia as obras foi concedida na sexta-feira (18) pela juíza da 9ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, Simone Cassoretti. Os pedidos haviam sido formulados em ação civil pública impetrada este mês pelo Ministério Público estadual, para o qual houve conluio entre as empresas para fraudar a concorrência. Na segunda-feira (21), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou não haver provas das acusações, mas determinou a paralisação das obras em cumprimento à ordem judicial.Leia especial do UOL Notícias sobre o metrô
- Desorganização "rouba" até 30% do tempo de viagem do usuário de metrô em SP
- Secretário diz que linha 4 tem "situação mais caótica" do metrô, mas dá nota 7,5
- Feitas para agilizar, esteiras rolantes são desligadas em horários de pico
- Após um ano e oito meses, celular ainda não funciona na linha amarela do metrô
Em abril de 2010, o jornal "Folha de S.Paulo" registrou em cartório um documento antecipando o nome das empresas vencedoras da licitação antes da abertura dos envelopes com as propostas dos concorrentes.
Após a publicação, o governo do Estado chegou a suspender a licitação, mas acabou retomando o processo. Em agosto, o MP requereu ao Metrô a suspensão dos contratos, assinados há cerca de quatro meses, mas isso não foi feito.
Na avaliação da Promotoria, Avelleda deve ser responsabilizado porque, além de não suspender os contratos e não investigar a suspeita de fraude, teria ainda usado ou o "artifício insidioso" de tentar desqualificar documento com firma reconhecida usado na reportagem da Folha --o que foi descartado pelo próprio MP, após laudo.
Na decisão da última sexta-feira, a Justiça apontou que a "suspensão de todos os contratos e aditamentos oriundos da concorrência é medida que se impõe, como forma de resguardar o patrimônio público e fazer valer os princípios da legalidade, moralidade e isonomia".
Sobre o afastamento do presidente do Metrô, a magistrada classificou a medida como necessária por conta "de suas omissões dolosas". Ela ainda define que a permanência dele no cargo, enquanto o caso não for julgado no mérito, "apenas iria demonstrar a conivência do Poder Judiciário com as ilegalidades".
Em nota, a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos afirmou que a paralisação das obras da linha 5-lilás do metrô “prejudicaria” a população. O órgão classificou de “descabido” o pedido de afastamento de Sérgio Avelleda e avisou que recorreria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário