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domingo, 7 de agosto de 2011

Entrevista com Fabio Assunção


Queremos algo diferente do que foi dito: apontamos para você, leitor, o que existe de melhor. Fico muito feliz ao apresentar todo o talento exibido por Fabio Assunção em seu atual trabalho. Em Adultérios vive um homem sonhador, considerado louco, lunático, mas, ao mesmo tempo, extremamente lúcido.

A peça exibe o humor genial do autor, Woody Allen, para quem riso e angústia se misturam no cotidiano. E, como Norival Rizzo me falou, é um espetáculo que promove a autoanálise. Da plateia, parece mesmo que estamos no divã. Norival falou da proposta de levar o público a pensar sobre nossos ímpetos de cometer atos considerados loucos. Para ele, dentro de cada um de nós existe outra pessoa, que tende a descompensar, brigar, matar e, por isto, vivemos contemporizando estes lados. Achei interessante e, depois de assistir à peça, constatei: eles cumpriram seus papeis brilhantemente.

E para vocês saberem que eu sofro pra manter a seriedade em certos momentos, alguém me responde: gente, o Fabio Assunção precisava ser tão bonito?



Versátil Magazine: Fabio, qual é a sua expectativa com o presente trabalho?

Fabio Assunção: Minha expectativa é oferecer ao público uma peça inteligente e com humor.


VM: O Woody Allen é um dos ícones do cinema. O que você vê no trabalho dele como especial?

FA: A originalidade, personalidade e obstinação. Certamente ele deve ter enfrentado dificuldades do mercado cinematográfico americano, filmes que deram certo, outros que não foram tão bem aceitos, e ele nunca parou. Todo ano está fazendo um filme original. Especial é perceber a trajetória de um homem que nasceu para isso. A trajetória do Woody passa para mim a imagem de um diretor especial.


VM: Como é a sensação de voltar ao palco, ao teatro, após tanto tempo?

FA: De mergulhar a fundo em todos os departamentos: a produção, a criação dessa peça está sendo uma ótima experiência. É uma sensação de plenitude. Estou trabalhando com sócios que são meus amigos, eu já produzi algumas coisas com o Giuliano Ricca, o diretor Alexandre Reinecke é um cara democrático, inteligente, experiente. A minha parceira, Nextel, entrou com o patrocínio, com mais outras empresas, como Porto Seguro, que apresenta o espetáculo, Banco GM. Então nós temos tranquilidade para produzir. Nós temos atores incríveis como o Norival Rizzo e a Carol Mariottini, as condições de produção favoráveis e equipe de amigos. O processo de ensaio está sendo prazeroso, temos um texto poderoso do Woody Allen. As dificuldades que poderia ter, eu não as tive.


VM: Fazer um trabalho no teatro, ao vivo, deve ser prazeroso por conta da interação imediata com o público. Qual é o lado difícil de estar exposto diante do público?

FA: Em nenhum momento, quando faço teatro, me sinto exposto. Eu gosto de desenhar os personagens que eu faço, e quando estou no palco, no teatro, estou dentro deles, e não eles dentro de mim. Tenho um prazer enorme em passar a energia daquele personagem.


VM: Como é ser uma grande figura pública? Existe um peso nisso tudo ou você se sente acolhido pelo público, pelos fãs?

FA: O público acolhe o que as pessoas produzem. O público gosta de qualidade, surpresa, originalidade, inteligência e diversão. Essas qualidades são as coisas que eu persigo para que o meu trabalho seja acolhido pelo público.


VM: Você pensa que as relações humanas sejam complexas como num filme de Woody Allen?

FA: A complexidade das relações humanas é relativa ao olhar que as observam. As relações humanas podem ou não ser complexas, depende do seu ponto de vista. Eu posso olhar uma mesma relação de uma forma complexa ou de uma forma simplória. Acho que os filmes do Woody mostram essa complexidade para as pessoas.


VM: O que você deseja, como ator, despertar nas pessoas?

FA: Alegria! A minha intenção com o meu trabalho é fazer as pessoas serem um pouco mais felizes.


ADULTÉRIOS. Texto de Woody Allen. Em Nova York, à beira do Rio Hudson, acontece o encontro entre Jim, um roteirista de cinema de recente sucesso, e Fred, um "homeless” esquizofrênico que o acusa de ter roubado sua história para escrever o roteiro do filme. Em meio a uma divertida e tensa discussão, os dois se vêem cada vez mais próximos, a ponto de Fred tornar-se conselheiro da relação amorosa de Jim e sua amante, Barbara, prestes a terminar. Tradução: Rachel Ripani. Direção e adaptação: Alexandre Reinecke. Com Fábio Assunção, Norival Rizzo e Carol Mariottini. Teatro Shopping Frei Caneca. Rua Frei Caneca, 569, Consolação, (11) 3472 2226. Até 27 de novembro.

Claudia Liba






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