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terça-feira, 17 de maio de 2011

Novo Código Florestal - A paz não interessa a quem lucra com a guerra


Se Marina Silva e a miríade de ONGs não conseguirem, uma vez mais, humilhar o Congresso brasileiro, acusando-o de incompetente para votar um novo Código Florestal, é possível que o sensato texto do deputado Aldo Rebelo (PC do B) seja aprovado hoje. E, meus caros, aí sim, os nossos problemas estarão apenas começando, já digo por quê. Antes que chegue lá, algumas considerações que são vitais para o entendimento do debate. Cumpre indagar: quem não quer um acordo para que se tenha um Código Florestal exeqüível e responsável no Brasil? A resposta óbvia: as ONGs e os políticos que fizeram da causa ecológica a sua principal fonte de financiamento.

Essa gente precisa do clima de guerra — inclusive da guerra contra a natureza — para que possa se financiar no mercado das idéias. A venda do caos, das teorias escatológicas, do fim-do-mundismo rendem um dinheirão. Bancos, indústrias de tecnologia, gigantes da área de serviços, grande redes do comércio, toda essa gente está disposta a ganhar o selo de “ecologicamente correta”. Fundações mundo afora, financiadas pelo culpado dinheiro velho, inundam o caixa dos prosélitos da causa. Se o Brasil tiver um Código Florestal que possa ser cumprido, a quem se vai vender a salvação do mundo?

O Brasil é o país que mantém a melhor relação desenvolvimento/conservação do mundo. Alguns dos agentes internacionais que vêm cá fazer o seu proselitismo não teriam o que preservar em seus países de origem e preferem fazer de conta que é razoável ter o Bananão como um grande santuário. É evidente que a contestação desse farisaísmo não deve servir de estímulo à exploração irresponsável dos recursos naturais ou à sua destruição. Mas quem prega isso? Certamente não é o texto de Aldo Rebelo, ao qual se atribuiu, de forma estúpida e vigarista, até mesmo a responsabilidade de cuidar da ocupação do solo urbano, o que é regulado por outras leis e códigos. Trata-se de um formidável espetáculo de desinformação, no qual a imprensa entrou alegremente porque, quase na totalidade, passou a atuar como militante da causa.

Criou-se até a falsa clivagem entre “progressistas” (os que se opõem ao texto de Rebelo) e “reacionários” (os que o defendem), “atrasados” (idem) e “modernos” (o mesmo…). Até ontem à noite, um ponto impedia a votação: a dispensa de reflorestamento para os pequenos proprietários, de até quatro módulos. Ora, fica evidente o caráter anti-social dos que se opõem ao texto. Quem possui grandes extensões de terra não se opõe à recomposição florestal porque ela ocupará uma porcentagem pequena da terra.

Nesse caso, de modo espantoso, além da militância escatológica dos ditos ecologistas, é preciso enfrentar a má fé ideológica do petismo. O governo aceitava isentar os pequenos desde que eles pertencessem a cooperativas ou integrassem a cadeia da chamada “agricultura familiar” — vale dizer, o crivo passaria a ser, então, de natureza puramente política. É sabido que esses grupos, na maioria das vezes, são ligados ao MST e, por conseqüência ao PT. Entenderam o busílis? Se o pequeno agricultor tem pedigree ideológico, então ele não precisa recompor a mata nativa; se não tem, está lascado. É o fim da picada!

Dificuldades
Se o texto de Aldo for aprovado, o país terá uma das mais avançadas e preservacionistas leis ambientais do mundo, que não seria cumprida em qualquer lugar do planeta. Ainda que a aprovação, como se nota, dê um trabalho danado, essa não será a maior dificuldade. Será preciso ter estrutura para fazer valer a letra da lei. E, nesse caso, é preciso mobilizar também os estados, em vez de tentar manter a estrutura centralizada em Brasília. Mas, de novo, os ecologistas ongueiros não querem nem ouvir falar da divisão de responsabilidades e de uma autonomia relativa dos estados; para eles, isso seria sinônimo de desmatamento.

Uma ova! Enquanto o meio ambiente, mesmo dotado de um bom código, como será o de Aldo Rebelo, continuar como terra de ninguém, melhor para essas “Milícias do Bem”, que podem continuar a bater a carteira do grande capital e das fundações para “proteger” o verde. Não fosse assim, não teriam defendido que se adiasse qualquer decisão por mais dois anos. Ora, se essas mesmas entidades dizem que o desmatamento em curso é grande, sem qualquer controle ou regra, o que se ganharia com o adiamento?

RESPOSTA: MUITO DINHEIRO!

Nesses dois anos, todas as “forças do bem” se conjurariam para que se tivesse no Brasil um Código Florestal que saísse a contento da militância. Provavelmente, ele estaria muito próximo deste de Rebele, mas seriam necessários muitos milhões de dólares para financiar campanhas de preservação e para satanizar os malvados “ruralistas” e o “agronegócio”, que não gostam da natureza, entenderam? Ora… Os grandes empresários do setor já resolveram suas pendengas e estão de olho, hoje, no que fazem muito bem, no mercado de créditos de carbono — como, diga-se, faz George Soros, um grande ecologista hoje em dia.

Quem é mesmo o atrasado nesse debate? Quem é o oportunista? Quem pretende fazer do terrorismo ecológico um redutor do debate público, de modo que não se pode apelar nem mesmo à racionalidade sem que isso pareça de um insuportável reacionarismo? Tenham paciência! Notem que vocês nem ouviram falar do setor sucroalcooleiro ou das papeleiras nesse processo todo. Esses gigantes não terão qualquer dificuldade em se adaptar às restrições. O problema, reitero, está mesmo com os pequenos proprietários. Milhões deles teriam inviabilizada sua atividade se obrigados, como queriam alguns, a recompor a matar nativa.

O nosso problema, reitero, será fazer cumprir o novo código. Para isso, sim, num país viciado em ilegalidade, será preciso mobilizar forças. Quanto à turma viciada no dinheiro fácil que rende a pregação do fim do mundo, dizer o quê? Sei lá… Comece a pregar a substituição de combustíveis fósseis pela energia do pensamento.

O código, como o propõe Aldo, abre uma janela para a convivência pacífica entre economia e preservação. Como sempre, a paz não interessa aos que lucram com a guerra.

Por Reinaldo Azevedo






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