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segunda-feira, 25 de abril de 2011

#ElizaSamudio Bola teria planos de matar juíza e delegado, diz assistente de acusação


Denúncia foi protocolada na Justiça na segunda-feira (18).
Bola teria dito a companheiro de cela que eles prejudicam a vida dele.

Alex Araújo Do G1 MG


O advogado e assistente de acusação do processo que julga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, José Arteiro Cavalcante Lima, protocolou no início da semana passada, na segunda-feira (18), no Tribunal de Justiça de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma denúncia de que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, teria um plano para matar a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o processo; o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil; e o próprio Arteiro.

Segundo o advogado, ele ficou sabendo da informação por meio de um detento que dividia a cela com o Bola na Penitenciária Nelson Hungria. “A mulher dele [do preso] me ligou na quinta [14] dizendo que o marido dela queria conversar comigo a respeito de um assunto que me interessaria. Achei que fosse sobre trabalho e na sexta [15] fui à penitenciária, mas ele [o detento] me falou sobre o plano”, contou Arteiro.

Os planos de Bola, segundo Arteiro, seriam as mortes dos três – da juíza, do delegado e dele mesmo – e mais de dois policiais civis do Grupo de Resposta Especial (GRE). “De acordo com [...] seríamos mortos porque estamos prejudicando a vida dele [do Bola]”, afirmou o advogado.

Segundo o documento protocolado por Arteiro na Justiça, Bola teria entrado em contato com traficantes do Rio de Janeiro para que viessem a Minas Gerais e matassem as supostas vítimas.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e o órgão disse que Marixa encaminhará a denúncia para a Corregedoria Geral de Justiça para que as providências cabíveis sejam tomadas.

O delegado Edson Moreira disse à reportagem que ficou sabendo do fato por meio da imprensa e que conversará com Arteiro para se inteirar melhor sobre o assunto. Moreira falou também que entrará em contato com os seus superiores e que o caso será investigado por outro delegado.

Já a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que Bola e o companheiro de cela foram transferidos na última quarta-feira (20) para a Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, e que estão em ambientes separados.

assessoria afirmou também que a mudança nada tem a ver com o fato envolvendo os dois detentos e que este tipo de alteração “é feita por causa da gestão de vagas dentro do sistema prisional, da movimentação que acontece no sistema”.

Vistoria na Nelson Hungria
A Penitenciária Nelson Hungria passou por uma operação de vistoria nesta segunda-feira (25), realizada por 400 agentes do Grupo de Intervenção Tática (GIT), do Comando de Operações Especiais (Cope) e de outras unidades prisionais. O mesmo procedimento será realizado em todas as 120 unidades administradas pela Superintendência de Administração Prisional (Suapi) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), para retirar armas, celulares ou outros materiais ilícitos caso sejam encontrados nas celas.

De acordo com o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, as revistas rotineiras fazem parte dos procedimentos operacionais padrões do sistema prisional. “O que nós mudamos foi a forma, com a integração das equipes de várias unidades para garantir mais agilidade e qualidade do trabalho”, explica.

Na Nelson Hungria a operação começou às 6h desta segunda-feira (25) e será finalizada na manhã de terça-feira (26), quando cerca de 1,3 mil celas da unidade terão sido vistoriadas, além do pátio e a área externa dos pavilhões. A ação é acompanhada pelo Ministério Público, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros.

Os casos em que forem encontrados materiais ilícitos serão relatados em comunicado que será enviado ao conselho disciplinar da unidade e ao juiz da execução penal, que avaliará as consequências penais para o detento envolvido.

Entenda o caso
Eliza Samudio teve um relacionamento com o goleiro Bruno. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, Eliza teria sito morta no início de junho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil indiciou Bruno e mais oito envolvidos no desparecimento e morte da jovem. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público em agosto de 2010. O corpo de Eliza não foi encontrado.

Em dezembro de 2010, a ex-mulher de Bruno, Dayanne; a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro; o caseiro do sítio, Elenílson Vítor da Silva; e Wemerson Marques, o Coxinha, foram soltos e respondem em liberdade. O goleiro, o amigo Macarrão e o primo Sérgio estão presos e vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.






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