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sábado, 5 de março de 2011

São Paulo enfrenta surto de conjuntivite



TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

O número de pacientes com conjuntivite aumentou em hospitais de São Paulo nas últimas semanas e médicos alertam que o problema pode piorar após o Carnaval.

O aumento de casos da doença é normal nesta época do ano, quando o contato entre as pessoas costuma ser maior. Contudo, médicos ouvidos pela Folha dizem que o crescimento de pacientes com conjuntivite foi maior até do que o esperado.

No hospital São Paulo, o problema passou a ser registrado com maior intensidade nesta semana, quando houve um incremento de quase 200% no número de casos. Só na última terça-feira, passaram pelo hospital 383 pessoas com a doença. Eram 130 por dia na semana passada.

O crescimento também foi observado em pelo menos quatro postos de saúde da cidade geridos pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), organização social que administra o Hospital São Paulo e outras unidades públicas de saúde. A afirmação é do oftalmologista Rubens Belfort Jr., presidente do conselho administrativo da entidade.

A oftalmologista Daniella Fairbanks afirma que, no hospital São Luiz, o aumento de pacientes com conjuntivite foi de 20% a 30% nas últimas duas semanas. Para ela, o problema está "muito mais intenso" neste ano.

Pedro Ivo Monteiro Pacheco, chefe do pronto-socorro do hospital Edmundo Vasconcelos, também notou o aumento: o hospital teve cerca de 30% mais casos que o esperado para esta época.

O aumento também foi registrado na Grande SP.

De acordo com Daniella, no hospital municipal de Santo André, onde ela também trabalha, eram atendidos na oftalmologia 80 pacientes por dia (com problemas variados). Nesta semana, 350 pessoas procuraram atendimento. O aumento foi gerado pela conjuntivite.

Apesar do relato dos hospitais, os dados oficiais não demonstram o crescimento, já que a doença não é de notificação compulsória.

CONTAGIOSA

Segundo o oftalmologista Rubens Belfort Jr., há em São Paulo uma epidemia de conjuntivite aguda viral, que é altamente contagiosa.

Para Daniella, o aumento pode ser consequência de um subtipo de vírus desconhecido, ao qual grande parte das pessoas não é imune.

O problema, afirmam eles, tende a se agravar no Carnaval, quando o contato entre as pessoas aumenta. Por isso, os cuidados com a higiene devem ser redobrados.

A doença é transmitida, principalmente, pelo contato com objetos contaminados e dura cerca de 15 dias.







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