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sábado, 5 de março de 2011

Antônio Carlos Gomes da Costa Morre um dos mais renomados pedagogos do Brasil


Costa, que participou da criação do ECA, sofreu uma queda em casa, em Belo Horizonte, e bateu a cabeça

05 de março de 2011 | 0h 00
Marcelo Portela - O Estado de S.Paulo

Um dos mais renomados pedagogos do País, Antônio Carlos Gomes da Costa morreu ontem aos 61 anos após sofrer uma queda dentro de casa, em Belo Horizonte, e bater a cabeça. Costa era integrante do grupo responsável pela redação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O pedagogo estava acompanhado da mulher, Maria José, e de uma enfermeira, que tentou, sem sucesso, socorrê-lo. O enterro está marcado para hoje, às 9 horas, no Cemitério Parque da Colina, na capital mineira.

Segundo seu irmão, Armando Carlos Gomes da Costa, o pedagogo estava acompanhado de uma enfermeira porque se recuperava de uma depressão e havia colocado parafusos em um dos braços após sofrer uma fratura. "Ele fez exames na semana passada e estava se recuperando bem. Mas sofreu essa queda e, quando a enfermeira foi socorrê-lo, viu que ele já perdido o pulso."

História. Reconhecido internacionalmente, o pedagogo foi autor de mais de 40 livros e coautor de outra quantidade semelhante de obras. Também publicou centenas de artigos em diversas línguas, sempre voltados para a educação e a defesa dos direitos do público infanto-juvenil.

Natural de Belo Horizonte e filho de militar, Costa chegou a ingressar em Medicina, mas depois optou por Pedagogia, escolha que marcou toda sua vida.

Ele iniciou sua trajetória na área como professor de supletivo e dos ensinos fundamental e médio. Em seguida, dirigiu, por quase sete anos, a Escola Barão de Camargos, da Febem, em Ouro Preto, Minas Gerais, onde trabalhava ao lado da mulher. Costa presidiu a Febem durante o governo Tancredo Neves.

A partir daí, se desdobrou em diversas atividades, sempre na mesma área. Ocupou a Secretaria de Educação de Belo Horizonte, foi oficial de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), além de vários órgãos federais, estaduais e municipais em todo o País.

Foi membro do Comitê Internacional dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), na Suíça, e colaborou na criação da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.

Atualmente, era integrante dos conselhos de diversas fundações e exercia o cargo de diretor da Modus Faciendi, empresa de consultoria em responsabilidade social e educação que criou há mais de dez anos.

Entre seus mais de 200 clientes estão diversos órgãos governamentais, empresas e entidades, entre elas a própria Unicef, o Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente (Ilanud) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Também atendeu várias instituições do terceiro setor, como as Fundações Odebrecht, Itaú Social, Bradesco, Telefônica e o Instituto Ayrton Senna.

"Um ícone na causa pela garantia dos direitos de crianças e adolescentes", resumiu o sociólogo Rudá Ricci, ao saber da morte do pedagogo.





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