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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

#PT Programa do Ministério do Esporte é denunciado




No Amazonas, o programa é desenvolvido por uma parceria com o governo do Estado e gerido pela Secretaria de Estado da Juventude, Deporto e Lazer (Sejel), dirigida pelo PCdoB.

O PCdoB, que comanda o Ministério do Esporte, aparece ‘mal na foto’ em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de ontem. Segundo a publicação, o programa Segundo Tempo é cercado de fraudes e turbina o caixa e políticos do PCdoB. No Amazonas, o programa é desenvolvido por uma parceria com o governo do Estado e gerido pela Secretaria de Estado da Juventude, Deporto e Lazer (Sejel), dirigida pelo PCdoB. Em 2009, o Ministério do Esporte também firmou convênio com a Prefeitura de Manaus para desenvolver atividades do Segundo Tempo. Desde 2005, quando o projeto foi iniciado no Amazonas, até 2009 foram liberados R$ 12,8 milhões, divididos entre o governo do Estado e a Prefeitura de Manaus.

Com o município – O convênio com a Prefeitura de Manaus tem vigência até março deste ano, mas os recursos (R$ 5,98 milhões) foram liberados até novembro de 2009. De acordo com o secretário municipal de Esportes, Fabrício Lima, o dinheiro está em uma conta bancária e os juros vão possibilitar a extensão do programa por mais dois meses.

‘Lição de casa’ – Uma das preocupações do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, demonstradas nas conversas que teve ontem com autoridades do Estado foi com o risco de a dengue tipo 4 se espalhar por outros Estados do País. Ele pediu que governo e prefeituras façam a ‘lição de casa’.

Insatisfação – O governador Omar Aziz resmungou contra o valor prometido pelo Ministério da Saúde para o combate à dengue (R$ 3,1 milhões) e o comparou com o montante a ser liberado pelo governo do Estado (R$ 25 milhões).

Ausência notada – Na visita do ministro Alexandre Padilha a Manaus, ontem, apenas os senadores João Pedro (PT) e Vanessa Grazziotin (PCdoB) marcaram presença no evento realizado no Palácio do Governo. O senador Eduardo Braga (PMDB) não compareceu ao evento.

Voto-problema – Uma das consequências do voto do deputado federal Francisco Praciano (PT-AM) contra a proposta do governo de salário mínimo de R$ 545 (ele votou na proposta da oposição de R$ 560) é um eventual veto à candidatura dele à Prefeitura de Manaus, em 2012.

Tem que querer – Praciano não descarta essa possibilidade, mas afirma que não está preocupado. “Só saio candidato a prefeito se o PT quiser. Digo até que só saio se o partido me pedir”. Ele avalia que tem chances na disputa, mas não sem o apoio do PT e de partidos aliados.

Na ocasião… – Os parlamentares do PT vão aproveitar a reunião de hoje (adiada de sexta-feira) com o procurador-geral de Justiça, Francisco Cruz, para protocolar representação contra a empresa Águas do Amazonas por falta d’água no bairro São José, zona leste.

Esclarecimento – A Coencil Comércio, Importação e Exportação Ltda. informou, ontem, que o contrato de locação de imóvel para o Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Amazonas, no valor de R$ 10,8 milhões, é para o período de cinco anos (R$ 180 mil/mês).

LETRAS E NÚMEROS – 4 mil motocicletas é quanto a fabricante Harley-Davidson pretende vender este ano, depois de inaugurar sua nova fábrica em Manaus, em março. Esse é o mesmo número de 2010, mas a fábrica ainda está parada em função da mudança. A previsão é montar 13 modelos na Zona Franca.

? Pergunta do dia – Se o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está tão preocupado com a possibilidade de a dengue tipo 4 se alastrar do Amazonas para o resto do País, o Ministério da Saúde não deveria ser mais generoso na liberação de recursos para o combate à doença?

(conteúdo da coluna Claro&Escuro, do DIÁRIO, em 21/02/2011)


Governo Federal

Projeto do Ministério do Esporte turbina caixa do PCdoB

Em site oficial, Segundo Tempo é descrito como um programa de "inclusão social" e "desenvolvimento integral do homem"

As crianças ficam expostas ao mato alto e a detritos nos terrenos onde deveriam existir quadras esportivas

Principal programa do Ministério do Esporte, comandado por Orlando Silva, o Segundo Tempo, além de gerar dividendos eleitorais, transformou-se num instrumento financeiro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), legenda à qual é filiado o ministro.

Uma reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo deste domingo descreve a situação de núcleos do Segundo Tempo no Distrito Federal, em Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina. A amostra, na capital e região do entorno, no Nordeste mais pobre ou no Sul e no Sudeste com melhores indicadores socioeconômicos, flagrou o mesmo quadro: entidades de fachada recebendo o dinheiro do projeto, núcleos esportivos fantasmas, abandonados ou em condições precárias.

As crianças ficam expostas ao mato alto e a detritos nos terrenos onde deveriam existir quadras esportivas. Alguns espaços são precariamente improvisados, faltam uniformes e calçados, os salários estão atrasados e a merenda é desviada ou entregue com prazo de validade vencido.

No site do ministério, o Segundo Tempo é descrito como um programa de "inclusão social" e "desenvolvimento integral do homem". Tem como prioridade atuar em áreas "de risco e vulnerabilidade social", criando núcleos esportivos para oferecer a crianças e jovens carentes a prática esportiva após o turno escolar e também nas férias.

Conferidas de perto, pode-se constatar que as diretrizes do projeto, que falam em "democratização da gestão", foram substituídas pelo aparelhamento partidário. A reportagem também mostra como o ministro Orlando Silva, sem licitação, entregou o programa ao PCdoB.

O Segundo Tempo está, majoritariamente, nas mãos de entidades dirigidas pelo partido e virou arma política e eleitoral. Só em 2010, ano eleitoral, os contratos com essas entidades somaram R$ 30 milhões.

Em nota, o Ministério do Esporte afirmou que "cabe às entidades parceiras promoverem a estruturação do projeto". Questionado sobre as situações constatadas pela reportagem e pelo controle partidário do programa, o ministério defendeu o critério de escolha das entidades sob o argumento que é feita uma seleção técnica dos parceiros.

O ministério do Esporte é feudo do PCdoB desde março de 2006, quando Orlando Silva substituiu o petista Agnelo Queiroz. Com a vitória de Dilma Rousseff, o partido avisou que, para integrar a base de sustentação do governo, não abriria mão do ministério, cobiçado pelo PMDB. Chegou-se a cogitar a nomeação da deputada federal Luciana Santos, também do PCdoB, o que não aconteceu.

(Com Agência Estado)




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