Nova Iorque: Odília Pereirinha está há onze dias junto do filho
Carta dirigida à célebre apresentadora de televisão dá conta de que Renato Seabra é “um menino de ouro”
A mãe de Renato Seabra, o manequim de Cantanhede que confessou o homicídio do cronista social Carlos Castro, num hotel em Nova Iorque, a 7 de Janeiro, já visitou o filho na ala prisional do Hospital Bellevue. Em simultâneo, em Portugal, os amigos da família enviaram uma carta à apresentadora de televisão Oprah Winfrey, pedindo-lhe ajuda.
Odília Pereirinha está em Nova Iorque há 11 dias, onde conta com a ajuda de amigos emigrantes nos Estados Unidos, com três objectivos: ver o filho, acompanhar de perto o andamento do processo judicial e arranjar meios para poder prolongar a sua estadia. A enfermeira, de 53 anos, está em casa de uma amiga e ainda não se sabe quando regressa.
Em Portugal, os amigos enviaram uma carta a Oprah Winfrey, uma das mulheres mais ricas e influentes dos EUA, pedindo-lhe para ajudar a mãe do manequim. "É um menino de ouro que voou atrás de um sonho", lê-se no texto escrito por Filomena Veloso, amiga da família, e publicado no Facebook, no perfil de Heleno Pereirinha, tio do jovem.
Depois de descrever a personalidade de Renato Seabra – "tímido e pouco habituado ao mundo deslumbrante" –, acrescenta que "esta mãe [Odília Pereirinha] tem o direito de estar junto ao seu filho e ele ao conforto da sua mãe". O objectivo da carta é que o caso seja debatido nos programas de Oprah Winfrey, vistos diariamente por milhões de telespectadores em todo o Mundo.
"Ela tem andado muito triste. Por vezes num pranto absoluto. E estar com um oceano inteiro a separá-la do filho, sem informação oficial sobre o seu estado, só agrava a situação", explicou José Malta, porta-voz da família, adiantando: "É um desespero para uma mãe não ter notícias do filho. Assim que conseguiu reunir as condições necessárias, regressou a Nova Iorque."
José Malta, que é cunhado de Renato Seabra, adiantou que mãe e filho estiveram juntos "pelo menos uma vez", na semana passada, e as visitas podem ser bissemanais.
CARTA A OPRAH WINFREY
História de vida, quantos de nós sonharam com uma vida melhor?
Querida Oprah,
Para as mães de Portugal, família e uma grande comunidade unida numa causa: O que podemos fazer para ajudar uma mãe que, por razões ainda por esclarecer, está separada do filho numa altura em que mais precisam um do outro. Esta é a história de um rapaz que voou atrás de um sonho, depois de lhe terem feito várias promessas, incluindo um pai que nunca teve. Promessas vãs, mas que para um rapaz de uma zona rural, calmo, envergonhado e não habituado ao mundo deslumbrante a que foi introduzido, o fizeram acreditar e voar, com o consentimento da mãe, também ela envolvida nas expectativas criadas por este empresário da moda, que assumiu a responsabilidade de tomar conta dele.
Tudo parecia correr bem até àquele dia fatídico, em que a mãe recebe um estranho telefonema no qual o jovem pede ajuda. Aflita, a mãe tenta contactar o empresário. Talvez nunca saberemos o que se passou naquela sala, mas Portugal sabe quem era Carlos Castro. Não era uma pessoa confiável, e infelizmente tanto a mãe como o filho não se aperceberam a tempo da sua personalidade. Todos comprovam que este rapaz é um MENINO DE OURO.
Apenas os médicos sabem o tormento por que este jovem está a passar. A família está completamente devastada, e nós portugueses incrédulos, zangados, devastados pela falta de apoio à MÃE, à FAMÍLIA e ao RENATO SEABRA. Onde estão os valores morais? Onde estão os direitos humanos? Onde estão os valores apregoados mas que não chegam até nós?
Quantos de nós cometeram erros? Esta carta é um apelo, um pedido, um por favor. (...) Ele tem 20 anos e não sabe o que o espera, mas provavelmente com a ajuda da família seria muito mais fácil. O futuro a Deus pertence, mas nós temos a certeza de que o Renato não tem a estrutura necessária para lidar sozinho com esta situação, num país que não é o seu, com uma língua que não fala. É por isso que estamos a pedir solidariedade para com esta MÃE que quer estar perto do seu filho, que continua a dizer todos os dias: MÃE, PRECISO TANTO DE TI.
Que mãe, que pai, que ser humano pode ficar indiferente a este caso? QUERIDA OPRAH, apenas lhe pedimos para reflectir por momentos e que se coloque na posição desta mãe, condenada a uma pena que não merece. Para o Renato, será uma sentença que provavelmente vai ter de cumprir. AJUDE POR AMOR DE DEUS.
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