Um relatório da embaixada dos Estados Unidos em Brasília considera o governo brasileiro como um "aliado cooperador" na luta contra o terrorismo, mas aponta a região da Tríplice Fronteira como potencial foco de terroristas, segundo documentos oficiais divulgados nesta terça-feira pelo site WikiLeaks.
Um documento de 1º de agosto de 2008 destaca a preocupação dos EUA com a possibilidade de que grupos terroristas aproveitem a falta de vigilância na zona de fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina para arrecadar fundos e organizar a logística de atentados.
O relatório da embaixada em Brasília aponta que na Tríplice Fronteira há um "fraco controle fronteiriço, contrabando, tráfico de drogas, fácil acesso a documentos falsos e a armas, circulação de produtos falsificados e fluxos de dinheiro sem qualquer controle", o que é um atrativo para grupos terroristas.
O texto afirma ainda que as autoridades locais são "altamente sensíveis às alegações de que organizações terroristas ou extremistas estão presentes ou mantém atividades no Brasil", mas admite que "há poucas evidências" sobre a atuação destes grupos na região.
Outro ponto do documento diplomático adverte que o governo brasileiro "se recusa a classificar, de forma retórica e oficial, grupos considerados terroristas pelos Estados Unidos, como (palestino) Hamas, (libanês) Hezbollah e (guerrilha colombiana) Farc".
Mas o relatório reconhece que "apesar da retórica negativa" do governo em Brasília, os órgãos de segurança brasileiros "têm consciência da potencial ameaça" e da possibilidade de que terroristas aproveitem "condições favoráveis de operação" existentes no país.
O relatório estima ainda que a chancelaria brasileira tem uma "inclinação antiamericana".
(com Agência France-Presse)
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