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DE SÃO PAULO
O tenente da PM Caio Teizen, que esteve na manifestação realizado nesta segunda-feira pelos moradores da favela Real Parque (zona oeste de São Paulo), afirmou que a polícia foi hostilizada e recebida a pedradas. O protesto teve início após reunião com a Secretaria Municipal de Habitação na tarde de hoje.
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Na última sexta-feira (24), um incêndio atingiu de 2.500 a 3.000 metros quadrados da região. Aproximadamente 340 casas teriam sido destruídas, segundo levantamento prévio da Subprefeitura do Butantã (zona oeste).
Na reunião, técnicos da Prefeitura de São Paulo afirmaram que seria pago auxílio aluguel no valor de R$ 400 por mês durante quatro meses. Os profissionais também disseram que a maioria dos moradores receberia um ofício, chamado compromisso habitacional, pelo qual a família tem a garantia de ser atendida "em moradia definitiva no futuro".
A revolta dos moradores se deu porque a prefeitura informou que apenas as vítimas que constarem do cadastro original de 1.131 famílias da favela, feito em 2008, terão direito ao documento. As famílias que foram atendidas após o incêndio, mas não comprovarem residência no local --com o nome no cadastro-- serão analisadas posteriormente e não receberão o compromisso habitacional.
A PM usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Motos e carros da força tática da PM, além de equipes do Corpo de Bombeiros foram para o local. Segundo informações da PM, o policiamento foi reforçado na região porque pessoas poderiam se aproveitar da manifestação para assaltar motoristas.
Até as 23h50, a PM não tinha registro de vítimas e presos. De acordo com o tenente Teizen, a situação estava normalizada e a polícia permanecia nos arredores da favela para evitar que os moradores organizassem uma nova manifestação com bloqueio de vias.
O tenente afirmou ainda que uma ocorrência seria registrada no 34º DP (Morumbi). Ele não soube informar quantos policiais participaram da ação.
Em nota, a prefeitura diz condenar "veementemente" o que chamou de "ação de um pequeno grupo de radicais".
A Folha tentou localizar os moradores que participaram da manifestação, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.
PROTESTO
A manifestação teve início por volta das 17h50. Moradores da favela Real Parque montaram --no fim da tarde de hoje-- barricadas com fogo e interditaram as pistas expressa e local da via.
Um ônibus da empresa Consórcio 7 foi abordado por cerca de 50 pessoas que exigiram que o motorista manobrasse e fechasse a marginal Pinheiros com o veículo. Eles atiraram um butijão de gás contra o para-brisa do ônibus.
De acordo com o motorista, que se identificou apenas como Marcos, os manifestantes exigiram que todos os passageiros saíssem do ônibus. Em seguida, colocaram foto em madeira, pneus e móveis velhos.
O motorista afirmou que o grupo não estava armado, mas que carregava pedaços de pau e tijolos, além do butijão. "Eles gritavam que queriam suas casas de volta", disse.
A lentidão na marginal atingiu 8 km devido à interdição. Às 20h20 as pistas expressa e local e o acesso à ponte Octávio Frias de Oliveira (ponte Estaiada) foram liberadas.
Por volta das 21h50, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não registrava mais lentidão na via.
| Fabio Braga/Folhapress | ||
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| Polícia Militar usou bombas de efeito moral para dispersar moradores da favela Real Parque que protestavam na marginal Pinheiros |
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