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sábado, 19 de setembro de 2009

Ministério Público descobre fraude milionária na Fundação Butantan, em São Paulo

Dinheiro de vacinas


Publicada em 18/09/2009 às 20h06m

Soraya Aggege

SÃO PAULO - A Fundação Butantan está sendo investigada pelo desvio de pelo menos R$ 30 milhões -o equivalente a 10% do faturamento anual da instituição, responsável pela produção de 90% das vacinas brasileiras, que são vendidas ao Ministério da Saúde. Pelo menos sete funcionários de segundo e terceiro escalões, além de várias empresas são investigados pelo desvio. O presidente da entidade, Isaias Raw, e a superintendente, Hisako Higashi, foram afastados, mas não há indícios de corrupção deles. No entanto, ambos poderão ser responsabilizados por gestão temerária, segundo o Ministério Público Estadual, que atua no caso.

- O desfalque não prejudicará a produção de vacinas. Não há nenhuma possibilidade de isso ocorrer, principalmente em um momento crítico como esse- assegurou o promotor Ariton Grazzioli, da Curadoria das Fundações, referindo-se ao desenvolvimento da vacina contra gripe suína, que deve ser testada e distribuída em 2010.

Segundo Grazzioli, o indício do esquema foi descoberto no ano passado, pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Uma micro-empresa de reparos em eletrodomésticos, chamada Sunstec, recebeu R$ 2,6 milhões da Fundação, de uma de suas 50 contas no Banco do Brasil, que estava desativada. As investigações do MPE revelaram que ocorreram mais depósitos do Ministério da Saúde na mesma conta.

O dinheiro, cerca de R$ 30 milhões, foi distribuído entre funcionários e outras pequenas empresas, avalia o MPE. A maior concentração foi de R$ 4,6 milhões, que teriam ido para o gerente financeiro da fundação, Adalberto Bezerra, segundo o MPE. O funcionário usaria cartões e senhas do presidente e da superintendente. Convocados pelo promotor, ambos abriram espontaneamente seus sigilos e foram convincentes na demonstração de que não faziam parte da fraude, segundo Grazzioli.

Várias auditorias, inclusive externas, não teriam identificado, no entanto, até agora, que a gestão da fundação era temerária:

- Avaliamos que o modelo gerencial é totalmente obsoleto, doméstico demais, para um manejo dessa quantidade de verbas. Nem informatizada é a gestão ainda. Mas, em nenhum momento das investigações identificamos qualquer indício do envolvimento do presidente e a da superintentendente - disse o promotor.

A própria fundação decidiu adotar todas as sugestões de mudanças propostas pela Curadoria das Fundações, inclusive com a demissão de funcionários e o afastamento dos dois dirigentes. Em nota, a entidade informou que nomeu Erney Plesman de Camargo presidente interino, em razão do afastamento cautelar de Raw, e assegurou que o caso não prejudicará a produção de imunológicos. A entidade reiterou sua disposição em auxiliar o MPE. A assessoria de imprensa informou ainda que os afastados não pretendiam dar entrevistas sobre o caso.









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