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domingo, 30 de novembro de 2008

A luta contra o vício


ÉPOCA falou com o ex-jogador Casagrande no centro de reabilitação onde há sete meses ele se recupera da dependência
Katia Mello
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BEM-DISPOSTO
Casagrande, na sexta-feira passada, na clínica onde está internado: “Tenho prazer em sentir que estou evoluindo”

Walter Casagrande Júnior, comentarista de futebol e ex-jogador, levanta-se cedo todos os dias. Às 7 horas começa sua rotina na Greenwood, uma clínica de reabilitação cercada por árvores e pela névoa da montanha em Itapecerica da Serra, município da Grande São Paulo, onde está há sete meses isolado. Lá dentro, Casagrande, ídolo do futebol, é apenas mais um dos pacientes que lutam para sair do abismo da dependência química. Assim como a maior parte dos internos da clínica, entrou ali de forma involuntária, por decisão da ex-mulher Mônica e de um dos três filhos, o produtor de rádio Victor Hugo Casagrande, o Kasinha, de 22 anos. A internação involuntária é permitida por uma lei federal, a nº 10.216, que autoriza essa internação psiquiátrica mediante laudo médico, termo assinado pela família – que se torna responsável pela entrada e saída do doente – e aprovação do Ministério Público. ÉPOCA encontrou Casagrande e publica seu primeiro depoimento desde a internação, há sete meses. “Tenho prazer em sentir que estou evoluindo”, diz.

Até agora, apenas os íntimos sabiam onde Casagrande estava. Em março, a revista Placar noticiou que ele estava internado, mas não se sabia em que clínica. O sigilo se explica pela natural preocupação da família e dos amigos em proteger a privacidade durante o tratamento. Localizado por ÉPOCA, ele aceitou falar sobre sua recuperação.

“As pessoas que gostam de mim podem ficar tranqüilas. Estou me tratando bem”, disse na tarde da sexta-feira, vestindo uma bata branca, óculos escuros, calça jeans e tênis de cano longo. Estava bronzeado e com ar bem-disposto. Casagrande chegou à clínica pesando 72 quilos; hoje, está com 92. “Pretendo retornar ao trabalho na TV, no jornal e no rádio, com futebol e rock-‘n’-roll. Tenho s prazer em sentir que estou evoluindo. A recuperação é muito mais difícil do que se afundar, mas posso falar com toda a certeza que é muito mais prazeroso estar se recuperando e limpo do que estar usando drogas”, disse. Casagrande deu um recado a outros dependentes, semelhante ao que outros pacientes que passaram por clínicas deram a ÉPOCA para esta reportagem. “As pessoas precisam aceitar que são dependentes e que estarão em recuperação diariamente, até o final da vida, porque a droga é sedutora” (

Casagrande foi parar na clínica Greenwood depois de um grave acidente de carro. Na noite de 22 de setembro de 2007, ele perdeu o controle de seu Jeep Cherokee, capotou e atingiu vários carros em uma rua do bairro da Lapa, em São Paulo. Foi internado em estado de coma na UTI do hospital Albert Einstein. De lá, foi levado para a clínica de Itapecerica, onde nos primeiros dias não pôde ver a família – um isolamento inicial que também ocorre com outros pacientes. Nos primeiros dias, a ex-mulher Mônica e os três filhos recebiam as notícias sobre Casagrande pelo telefone.

Embora desde os tempos de jogador Casagrande tivesse se envolvido em incidentes com drogas, esses episódios eram vistos como contratempos iguais aos de muitos jovens de sua geração. Apesar dos 45 anos completados na semana passada (“Fizeram um bolaço de aniversário aqui na clínica”, diz), Casagrande manteve os longos cabelos encaracolados e a imagem de jovem rebelde dos tempos em que foi ídolo dos torcedores do Corinthians (leia o quadro abaixo). Como jogador, ele despontou aos 19 anos, quando marcou três gols em uma vitória de 5 a 1 sobre o rival Palmeiras. Mesmo tão jovem, Casagrande foi um dos mais vistosos membros da Democracia Corintiana, movimento que reivindicava para os jogadores o direito de discutir questões internas do time e participar da política. Pela Seleção, jogou a Copa do Mundo de 1986, no México. Depois de alguns anos no futebol italiano, em um time pequeno (Ascoli) e um grande (Torino), voltou ao Brasil. Encerrou a carreira em 1996, aos 33 anos, e tornou-se comentarista de rádio e de TV. Seu contrato com a TV Globo vai até 2010. Licenciado por tempo indeterminado, continua a receber o salário de R$ 50 mil mensais.

Casagrande teve quatro overdoses nos últimos três anos.
“E estou vivo”, diz

O primeiro incidente público de Casagrande com drogas data da década de 80. Em dezembro de 1982 ele foi detido pela polícia com 3 gramas de cocaína. Naquela ocasião, disse ter sido vítima de uma armação. Em 1987, um ano depois de disputar sua primeira e única Copa do Mundo, o jogador foi mais uma vez parar na delegacia. Foi detido na companhia de um músico, Ocimar de Oliveira, que, segundo a polícia, portava 11 gramas de cocaína.

Entre 2005 e 2007 Casagrande teve quatro overdoses (“E estou vivo”, diz). Nesse período, internou-se apenas uma vez, por 40 dias. Esses episódios contribuíram para sua separação de Mônica, com quem foi casado por 21 anos. Depois da separação, ele passou a namorar a psiquiatra Karine Vasconcellos, que estava com ele no carro no dia do acidente (e saiu praticamente ilesa). Casagrande fez questão de dizer a ÉPOCA que Karine, sua ex-noiva, não é usuária de drogas.

Ao chegar à clínica,Casagrande foi avaliado por uma equipe comandada pelos psiquiatras Pablo Roig e Cirilo Tosset, donos da Greenwood. Todos os pacientes passam por essa triagem, em que é feito o primeiro diagnóstico. Casagrande disse que sua primeira reação foi negar estar doente e precisar de ajuda, algo comum entre dependentes químicos. O primeiro adversário de um dependente é reconhecer sua condição. No primeiro mês na clínica de Itapecerica, Casagrande levou quatro meses para aceitar o tratamento. Nessa etapa, psicólogos e pacientes discutiram os efeitos maléficos que a cocaína e a heroína têm. Como em uma final de campeonato, os pacientes precisam de disciplina, concentração e força de vontade para vencer. Os que acompanham o tratamento afirmam que Casagrande tem mostrado essa força de vontade. Os médicos dizem que hoje ele aceita bem o tratamento. Participa de todas as discussões em grupo com os outros companheiros. São três reuniões pela manhã e outras quatro à tarde. Como os demais, ajudou a cultivar a horta que abastece a cozinha da clínica. Ele também joga vôlei e futebol com outros pacientes. Com o mesmo carisma que tinha como jogador e comentarista, Casagrande conquistou os psicólogos e companheiros da clínica. No final do dia, ele participa de uma atividade de relaxamento. “Ele não tem privilégios”, diz um dos médicos.







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A CLÍNICA
O interior do centro em que Casagrande está internado. Os quartos dão de frente para uma piscina. Pagam-se cerca de R$ 12 mil por mês

À medida que o paciente progride no tratamento, ele é “promovido” e ganha algumas regalias, como visitas dos familiares nos finais de semana. Casagrande já recebeu visitas do pai, da mãe e dos filhos. Nesta semana deverá se encontrar com a ex-mulher Mônica. Enquanto ele está internado, sua família participa das atividades terapêuticas no consultório dos psiquiatras. Ali, são discutidas as fragilidades da família e como ela pode ajudá-lo na recuperação. Nos finais de semana, os pacientes em fase avançada de tratamento, com direito a sair, podem ir com um acompanhante até uma locadora próxima alugar um filme. Casagrande ainda não pode deixar a clínica.

As acomodações da Greenwood são simples, mas confortáveis. O “recepcionista” dos pacientes é um simpático são-bernardo, Shlomo, usado na terapia dos 30 internados. Muitos deles não conseguem expressar seus sentimentos em público, mas são afetuosos com o cachorro. A terapia com animais é uma tática para recuperar a afetividade. No fundo da clínica, um canil está sendo construído e futuramente os próprios pacientes cuidarão dos cães. Todos os quartos dão para uma piscina em comum. Ao lado da piscina, fica a quadra onde o ex-centroavante joga suas partidas com os colegas. Os pacientes são de classe média alta. O custo mensal do tratamento é de cerca de R$ 12 mil. Alguns pagam mais do que isso. Pacientes dos Estados Unidos, da Argentina, da Venezuela e da Colômbia já passaram pela Greenwood. Aulas em português são ministradas para que os estrangeiros possam interagir com os brasileiros.

Não há previsão de quando Casagrande deixará a clínica. Alguns pacientes permanecem até dois anos na Greenwood. Muitos desistem no meio do caminho, porque a jornada costuma ser longa e dura. Entre os psiquiatras e psicólogos existe uma discussão sobre a eficácia dos tratamentos prolongados. Alguns acreditam que o total isolamento pode, na verdade, dificultar a volta do dependente à sociedade. Segundo o médico Cirilo Tissot, da Greenwood, a s clínica adota uma metodologia denominada de “comunidade terapêutica” em que se prioriza a mudança comportamental do indivíduo. Os psiquiatras da Greenwood afirmam que, para ser reabilitado, o paciente tem de completar todas as “fases complementares”, que incluem a internação, a passagem pelo hospital-dia e o ambulatório. A alta é preparada aos poucos. Ao deixar a Greenwood, o tratamento continua em um hospital-dia (aquele em que o paciente não fica internado à noite) em São Paulo. Se Casagrande superar essa etapa, estará preparado para voltar ao meio social, segundo Tissot. “O hospital-dia é, na verdade, a fase de maior solidão do dependente”, afirma. Ele explica: durante a internação, o dependente desfaz a teia de amigos que podem levá-lo a consumir novamente a droga. Ao voltar para o mundo exterior, tem de estar ciente da necessidade de deixar de freqüentar lugares que possam incitá-lo ao consumo. Rever os amigos consumidores de drogas pode levar às recaídas, tão freqüentes entre os dependentes químicos. Para Tissot, o problema maior não é recair, mas a reação à recaída. Alguns afundam, outros percebem que estavam errados e voltam a trilhar o caminho longe das drogas.

Ídolos da música e do esporte, como Maradona e Amy Winehouse,
já passaram por clínicas

As clínicas de reabilitação ganharam projeção nos últimos anos, com diversos casos de ídolos do esporte e da música internados nelas para se livrar do vício. A cantora inglesa Amy Winehouse, ganhadora este ano de cinco prêmios Grammy (o Oscar da música americana), fez da reabilitação o tema de uma de suas canções, “Rehab”: Eles tentaram me mandar para uma clínica de reabilitação/Mas eu disse não, não, não/Sim, eu estou mal, mas, quando eu melhorar, você vai ver. Imersa nas drogas e no álcool, Amy, de 24 anos, disse que nunca se internaria numa clínica. Por pressão dos pais, cedeu e passou por uma rápida internação. Mas recaiu nas drogas. Semanas atrás, foi vista “aspirando” vodca. O vídeo foi um dos recordistas de acessos do YouTube. A cantora Britney Spears, as atrizes Eva Mendes, Lindsay Lohan, Kirsten Dunst e outras celebridades de Hollywood também estiveram recentemente em centros de reabilitação. Nas clínicas americanas como a Malibu, na Califórnia, a mensalidade pode chegar a US$ 40 mil. No Brasil, em fevereiro deste ano, o ator Fábio Assunção afastou-se da TV Globo, supostamente por problemas com drogas. Ele já teria passado pela mesma clínica americana onde esteve Lindsay Lohan. No futebol, dois internados notórios são o ex-jogador argentino Diego Maradona, que teve várias passagens por uma clínica cubana, e o ex-goleiro Edinho, filho de Pelé.

Casos de entra-e-sai desses centros, como o de Britney, levantaram uma discussão sobre a eficácia dessas instituições. Um dos maiores dramas em uma família é ter um dependente químico, seja de drogas ilícitas como maconha, cocaína e heroína, ou as lícitas, álcool e cigarro. O crack, antes considerado uma droga “de classe baixa”, ganhou muitos adeptos na classe média e alta. No Brasil, cresce o número de dependentes químicos. Os dados mais confiáveis são os das Nações Unidas, que apontam um aumento de 10% no consumo de todo tipo de droga. Uma recente pesquisa da ONU afirma que o consumo da cocaína no Brasil aumentou 30% entre 2002 e 2007. “Nunca se consumiu tanta cocaína no Brasil. O problema é preocupante, porque o consumo não pára de crescer, na contramão do que ocorre no mundo”, afirmou Giovanni Quaglia, diretor do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes. Na Espanha, considerada o maior consumidor per capita do mundo, a média é 3 usuários para 100 pessoas. No Brasil, esse número chega a 2,6 para cada 100. Em 2001, era apenas um consumidor para 100.

A dependência química não tem cura e não existe remédio ou vacina que a elimine. Os médicos costumam comparar o dependente com um diabético que, uma vez recuperado, nunca mais pode provar açúcar. A internação pode ser um caminho. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, apenas 30 de 100 dependentes conseguem chegar à recuperação. “Ao contrário do abuso, o conceito de dependência está fortemente ligado à idéia de perda de controle sobre o uso”, afirma o psiquiatra Ivan Mario Braun, que trabalha há décadas com esse assunto e escreveu o livro Drogas – Perguntas e Respostas (MG Editores).






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INTERNAÇÃO
Um dependente na clínica de reabilitação Jorge Jaber, no Rio de Janeiro. Os centros dão atenção médica e psicológica aos pacientes

No Brasil, existem 300 centros de reabilitação – nos Estados Unidos são 9 mil. Um problema que deveria ser considerado uma questão de saúde pública ainda sofre com o descaso. São poucos os hospitais, como o Hospital das Clínicas de São Paulo, que mantêm ambulatórios especializados. No sistema público, foram criados em 2002 os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps Ad), cujo número ainda é insuficiente – calcula-se que sejam necessários 110 Caps Ad, dez vezes o número atual. Além das clínicas e dos ambulatórios, ainda existem os grupos de ajuda mútua. Os mais conhecidos são os Narcóticos Anônimos e os Alcoólicos Anônimos, que oferecem serviço gratuito. A idéia dessas instituições é que o dependente admita que tem um problema e não consegue dar conta dele sozinho. A abstinência é considerada a única forma de tratamento.

Quem pode pagar vai para as clínicas particulares. Algumas, de cunho religioso, nada cobram. Em outras o custo mensal pode variar de apenas R$ 400 a R$ 20 mil. Existem clínicas boas e ruins – recomenda-se pesquisar o histórico antes de uma internação –, mas um bom centro de reabilitação não é nem um spa onde se passa o dia à beira da piscina nem o s manicômio retratado no filme Bicho de Sete Cabeças, em que o ator Rodrigo Santoro vive um atormentado dependente de maconha.

Normalmente a internação é o último estágio de um dependente químico. Existem as clínicas mais fechadas e com tratamentos mais prolongados, como a de Casagrande. Alguns psiquiatras questionam a eficácia do isolamento do paciente por muito tempo por acreditar que ele perde o contato com a realidade. Os que defendem o total isolamento dizem que apenas longe do meio que propicia o contato com as drogas o dependente tem chances de ser curado. Existem também hospitais-dia, em que a pessoa freqüenta a clínica durante o dia e volta à noite para casa (leia no quadro ao lado as diferentes abordagens terapêuticas).

Na internação, o paciente recebe cuidados médicos, psicológicos e faz terapias em grupo. Algumas clínicas receitam medicamentos quando os psiquiatras acham necessário. A família deve ser sempre avisada toda vez que isso acontecer. Na maior parte das vezes, o ingresso é voluntário. Em quase todas elas, uma equipe multidisciplinar conduz as atividades diárias. Psicólogos, enfermeiras, psiquiatras, assistente social, terapeuta ocupacional e educador físico especializado em dependência química se sucedem em sessões terapêuticas e atividades práticas. Ex-pacientes se tornam palestrantes e testemunhas de como é possível se livrar das drogas. Na Clínica Centro Vida, no Rio de Janeiro, os pacientes comparecem todos os dias, com exceção dos domingos, durante três meses. “Claro que há regras e horários, mas estamos sempre abertos para os desejos de quem passa por aqui”, diz a dona da clínica, a psicóloga Susana Biazetto. No Recanto Maria Teresa, na Grande São Paulo, os familiares participam das terapias nos sábados. Na fase final do tratamento, o internado escreve um inventário com tudo o que lembra sobre si mesmo, desde que nasceu.

Falar de si mesmo é uma ênfase em todos os tratamentos. Na clínica do psiquiatra Jorge Jaber, em Vargem Pequena, zona oeste do Rio de Janeiro, um dos principais grupos é o do “sentimento”. Segundo Jaber, membro da Associação Psiquiátrica Americana, isso é importante porque o consumo de drogas “embota” os sentimentos. “Eles são substituídos pelas emoções fortes, urgentes, passageiras”, afirma o médico. Dois terços de seus pacientes são homens, como acontece na maior parte dos centros de recuperação – embora venha aumentando o número de mulheres dependentes.

Há clínicas fechadas, de longo tratamento, e outras
em que o paciente dorme em casa

Para o psiquiatra Arthur Guerra, supervisor do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da USP, a recuperação de um paciente depende de três fatores. O primeiro é aceitar que a abstinência é a saída para o tratamento. Se ele quiser se tratar sozinho, a chance de recaída é maior. O segundo fator é o apoio da família e dos amigos. Se a família apóia, as chances de recuperação são maiores. Muitas vezes, é preciso que a família também se trate. Por último, a recuperação depende das atividades do paciente, do trabalho, do estudo. Enquanto ele estiver ocupado, a chance de se recuperar é maior. Para evitar as recaídas, muito comuns entre os pacientes, as clínicas fazem um plano de prevenção. Como qualquer paciente que vence todas as etapas do tratamento, Casagrande terá de fazer parte de um programa de “reestruturação” da própria vida. Isso significa definir metas para os próximos cinco anos, que o ajudem a reconstruir as relações familiares; decidir onde e como vai trabalhar e que tipo de lazer o ajudará a se manter longe das drogas. Os fãs do jogador torcem para que Casão volte a ter uma vida sadia e produtiva.





Um ídolo rebelde
Os cabelos longos e encaracolados, o comportamento irreverente e o talento para fazer gols e falar de futebol fizeram de Casagrande uma figura popular antes e depois da carreira como jogador
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1982
Um jovem ídolo
Aos 19 anos, Casagrande marcou três gols pelo Corinthians, contra o rival Palmeiras, e conquista os torcedores. No mesmo ano, foi detido com cocaína
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1984
O militante
Integrante do libertário movimento Democracia Corintiana, Casagrande participou do comício das Diretas, com Sócrates, FHC e Osmar Santos
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1985
O noivo
O casamento com Mônica durou 21 anos. Mesmo separados, ela atuou diretamente na internação para livrá-lo do vício
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1986
A seleção
O auge de Casagrande na Seleção veio na Copa do Mundo de 1986. Além do Corinthians, ele jogou em dois times da Itália, no São Paulo e no Flamengo, entre outros
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1997
O Comentarista
Casagrande parou de jogar em 1996 e tornou-se comentarista de rádio. O sucesso falando de futebol lhe valeu um convite da TV Globo. Hoje ele está licenciado por tempo indeterminado

2007
O Acidente
O acidente Em setembro passado, o problema com drogas veio à tona com o acidente de carro em São Paulo. Internado na UTI, sobreviveu



Como funciona uma clínica particular que conta com uma equipe profissional multidisciplinar
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1. Instalação As clínicas particulares não têm cara de hospital. Parecem-se mais com clubes ou pousadas. Área verde, piscina, salas de reuniões, refeitórios. Outras lembram hospitais, silenciosas, com dormitórios em série e jardim. Homens e mulheres têm instalações separadas. Alguns pacientes que precisam de tratamento psiquiátrico mais intenso costumam ter uma ala separada, com maior segurança
2. Entrada O ingresso dos pacientes nas clínicas, na maior parte das vezes, é voluntário. Quando isso não acontece, as famílias precisam ter autorização do Ministério Público
3. Primeiro contato Ao ingressar na clínica, é feita uma entrevista com um psiquiatra, que faz uma análise da história do paciente. As famílias são entrevistadas por psicólogos
4. Alta Ela se dá quando o paciente atinge a meta de abstinência. Então, o dependente passa a ter consultas periódicas com os psiquiatras, na própria clínica ou em consultório. Em todos os casos, o acompanhamento é fundamental para evitar as recaídas
5. Equipe Os dependentes realizam as atividades com médicos psiquiatras, psicólogos e enfermeiros. As reuniões e palestras são coordenadas por essas equipes ou por dependentes em recuperação que trabalham como conselheiros. Nesses encontros, pode haver ou não participação da família
Tipos de abordagem
Consultórios e ambulatórios. Disponíveis no serviço público, mas sem o atendimento exclusivo das clínicas particulares. São raros os leitos reservados para esse fim
Clínicas de reabilitação particulares. Contam com equipes multidisciplinares e têm atendimentos que variam desde orientação psicológica ao paciente e à família até internação, voluntária ou forçada. Os programas duram de 30 dias a mais de um ano
Grupos de anônimos. Os participantes relatam as dificuldades de largar o vício e se comprometem a não usar a droga por 24 horas. Encontram conforto na solidariedade. Existem em qualquer cidade, a participação é gratuita, e dispensam equipe especializada. Costumam dar bons resultados
Comunidades terapêuticas. A pessoa é deslocada de seu ambiente usual por longos períodos, de alguns meses e, em raras ocasiões, por mais de um ano. Vive num retiro onde não há drogas, norteado por novos valores. Algumas dessas comunidades são religiosas
A internação é recomendada quando
Não se consegue promover a abstinência
Não se percebe a ruína causada pela dependência
Não há julgamento correto da realidade
Ocorrem duas patologias associadas
Há risco de suicídio ou à sociedade
Há comprometimento dos relacionamentos
Há interesse em agilizar a recuperação

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