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domingo, 14 de setembro de 2008

Piratas virtuais atacam computadores da "máquina do Big Bang"

Um grupo de piratas virtuais gregos atacou computadores da maior máquina já construída pelo homem. Eles invadiram computadores do CMS (Compact Muon Solenoid), o segundo maior detector que compõe o LHC (Grande Colisor de Hádrons, em inglês).

Segundo o jornal britânico "The Telegraph", enquanto o primeiro teste com a supermáquina era realizado, na quarta-feira (10), o clã "GST: Greek Security Team" aproveitou para acessar os computadores de um dos equipamentos ligados ao LHC. Houve investidas contra o LHC na terça-feira também, diz a publicação.

O jornal informa que o ataque levantou suspeitas sobre a segurança de todo projeto --fato negado pelos físicos do Cern (Centro de Física Nuclear Europeu). Eles afirmam que o controle do equipamento fica em um servidor independente.


Martial Trezzini/AP
Dois feixes de prótons percorreram na quarta-feira (10) um túnel circular de 27 quilômetros
Dois feixes de prótons percorreram na quarta-feira (10) um túnel circular de 27 quilômetros

Além de danificar arquivos do sistema do Cern, os invasores ficaram próximos do centro de controle do experimento, responsável pelo funcionamento do LHC, informa o jornal. Eles "picharam" a página do CMS na internet divulgando seu 'assalto' virtual.

"Nós somos 2600, não brinquem conosco", diziam os piratas virtuais no site http://cmsmon.cern.ch, que foi tirado do ar.

Cientistas do mundo inteiro reunidos na fronteira entre a Suíça e a França celebraram na quarta-feira a entrada em operação do superacelerador de partículas que promete desvendar grandes segredos do Universo, como a origem da massa e a misteriosa matéria escura.

Depois de 14 anos de construção e pesquisa e um investimento de quase US$ 10 bilhões, o primeiro acionamento do superacelerador LHC foi considerado um sucesso. Para alívio dos mais de 8.000 cientistas de 80 países envolvidos no projeto, o LHC passou no primeiro teste.

Teste

O teste realizado consistiu inicialmente em atirar um feixe de prótons em um gigantesco túnel circular de pouco mais de 27 quilômetros de comprimento. Colocados no acelerador, os prótons deram uma volta completa no enorme túnel.

O êxito do primeiro teste foi muito comemorado pelas dezenas de cientistas presentes na sala de controle do organismo, que aguardavam com expectativa o resultado.

Salvatore di Nolfi/Efe
Imã gigantesco é instalado em uma das cavernas do LHC (Grande Colisor de Hádrons), a máquina mais poderosa do mundo
Imã gigantesco é instalado em uma das cavernas do LHC (Grande Colisor de Hádrons), a máquina mais poderosa do mundo

Após o lançamento do primeiro feixe, um segundo feixe de milhões de prótons foi lançado no superacelerador de partículas e conseguiu completar uma volta em sentido anti-horário. No entanto, este segundo feixe levou quase o dobro do tempo que o lançamento de prótons anterior --este em sentido horário.

"Houve alguns problemas com o segundo feixe, e devemos esfriar alguns ímãs que tinham aquecido demais", disse o especialista italiano Guido Tonelli.

Miniburaco negro

Uma grande apreensão tomou conta dos momentos iniciais antes do primeiro teste. O grande temor por trás das pesquisas com o LHC são as notícias de que o experimento de colisões de hádrons (partículas como prótons e nêutrons) pela máquina poderia criar um "miniburaco negro" que engoliria a Terra.

"É irreal. Isso não faz sentido", disse James Gillies, o porta-voz do Cern (Organização Européia para Pesquisa Nuclear), organização responsável pelo LHC.

Em entrevista à imprensa internacional, Gillies afirmou que o mais perigoso incidente que poderia ocorrer com o LHC é o equipamento se quebrar e acabar soterrado sob a Europa. Além disso, ele declarou que no estágio inicial o colisor só funcionará parcialmente, sendo que o potencial máximo do LHC só deverá ser alcançado após um ano.

Construção

A realização do LHC foi algo tão complexo quanto as experiências que devem ser feitas nele. "Primeiro, foi necessário construir a máquina no túnel, algo que começamos a fazer há muitos anos, e depois tivemos de aprender a resfriá-la", explicou o engenheiro espanhol Antonio Vergara Fernández.

"São quase 28 quilômetros de acelerador que precisaram ser resfriados a -271°C", afirma. "Isso começou a ser feito há quase um ano e meio, depois tivemos de conseguir acender a máquina e ver que todos os sistemas funcionavam, mas sem introduzir nenhuma partícula no acelerador."

Esse processo para verificar se a máquina estava pronta para receber os prótons "durou cerca de dois anos". O passo seguinte consistiu em preparar o feixe de prótons do mecanismo, para que entrassem no acelerador e pudessem colidir com outras partículas no túnel.

Com a Folha de S.Paulo e as agências Associated Press e Efe

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