A tentativa de boicote a “Trovão tropical”, mais uma comédia sem graça de Hollywood, é boa publicidade para o filme.
Entidades de defesa dos deficientes mentais, apoiadas por ONGs de vários setores, realizam um movimento nos Estados Unidos e no Brasil (onde “Trovão” está em cartaz há uma semana) para que o público não vá assisti-lo.
O filme de Ben Stiller satiriza as produções cinematográficas de guerra. E está cheio de piadas de mau gosto sobre doenças mentais, com o termo “retardado” sendo fartamente repetido. Tentaram ser politicamente incorretos e foram apenas estúpidos.
O movimento de boicote também sofre da distância entre intenção e gesto. Os defensores das minorias querem golpear a bilheteria da superprodução de 90 milhões de dólares. Acreditam na censura à estupidez.
Nos Estados Unidos, o boicote fracassou. São três semanas de casa cheia nos cinemas. No Brasil, a bilheteria ficou abaixo da expectativa na primeira semana (o filme ficou apenas com o nono lugar). A campanha existe nos dois países. E a liberdade de escolha também.
A reação a “Trovão tropical” é sadia, mas o caminho do boicote é autoritário. É como se o público fosse intimado a não ser estúpido como o filme. Quem achar graça nesse tipo de humor, terá uma motivação a mais para assisti-lo. Quem se incomodar com ele, naturalmente vai propagar o seu mal-estar. A tentativa de cerceamento também é uma forma de estupidez.
Na era da internet e do YouTube, haveria campanhas mais eficientes para se fazer. Por que não um trailer-paródia sobre os “retardados” de Hollywood e seu humor sem graça?
A justiça humanitária não dá aos seus defensores licença para substituir a inteligência pela força.
PS (em 6/9): Em meados dos anos 80, a banda de rock Dr. Silvana, no topo das paradas, lançou seu novo hit “Taca a mãe pra ver se quica”. Fracasso total. Sem boicote de nenhuma ONG pró-mães. Os militantes da ética precisam se lembrar de que não têm o monopólio do bom senso.
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