Cinco mulheres foram baleadas e enterradas vivas porque três delas queriam casar com homens de suas escolhas, informaram grupos de defesa dos direitos humanos da região. O governo do Paquistão abriu nesta segunda-feira uma investigação sobre o caso.
Os assassinatos chocaram o país, onde em áreas rurais de forte tradição tribal não são incomuns episódios de mulheres mortas por maridos ou irmãos em nome da honra da família.
As mulheres foram mortas na vila de Babakot, na Província do Baluquistão, no mês passado. Segundo grupos de direitos humanos locais, os assassinos estão ligados a uma família de forte influência política que tinha conseguido obstruir a investigação até agora.
O ministro do Interior paquistanês, Rehman Malik, afirmou nesta segunda-feira que ordenou um inquérito a uma autoridade policial local e quer um relatório sobre o caso dentro de uma semana.
da Reuters, em Islamabad"Queremos fatos. Isto não é uma sociedade européia. Somos uma sociedade diferente, mas a violência contra a mulher não pode ser tolerada nem em nome da cultura, nem da religião", afirmou Malik.
O Paquistão é uma sociedade muçulmana conservadora, mas as mulheres conquistaram posições de poder, ocupando os mais altos cargos do governo. Benazir Bhutto foi premiê duas vezes e são mulheres também a presidente do banco central e a porta-voz do Parlamento.
No entanto, em áreas rurais a maior parte das mulheres tem sua liberdade cerceada e, segundo grupos de direitos humanos, elas não recebem nenhuma proteção da polícia e da Justiça em disputas com homens.
De acordo com a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, cerca de 1.000 mulheres são mortas em crimes relacionados com questões de honra, todo ano no Paquistão.
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