13/08/2008 (
Agencia Estado
Walmor Chagas subiu ontem ao palco do Palácio dos Festivais para receber o troféu Kikito. A temporada de homenagens do 36º Festival de Cinema Brasileiro e Latino começou no domingo, com o Kikito de Ouro especial outorgado a Renato Aragão, por sua carreira de 47 filmes. Ontem, Walmor Chagas recebeu seu troféu que leva o nome do lendário cômico da Atlântida e hoje e amanhã Gramado premia os dois Júlios - nesta noite, o brasileiro Júlio Bressane recebe o troféu Eduardo Abelim, que leva o nome do pioneiro do cinema gaúcho, e na de amanhã o cubano Julio García Espinoza ganha o Kikito de Cristal.
José Carlos Avellar, um dos curadores do evento (com Sérgio Sanz), explicou o conceito das premiações especiais. Walmor e os Júlios passaram pelo Festival de Pesaro, na Itália, que foi o palco da afirmação das novas cinematografias, nos anos 60. Bressane e Espinoza, no lendário 68, e Walmor três anos antes, com São Paulo S.A., de Luiz Sérgio Person.
Walmor queria o cinema, mas começou no teatro e, embora tenha feito grandes filmes - São Paulo S.A. e Xica da Silva, de Cacá Diegues -, sabe que deve sua popularidade à televisão. Na Globo, principalmente, ficou instituído que ele era perfeito para personagens 3 Ms (milionários, mulherengos e maus-caracteres). Walmor é crítico em relação à mídia. Diz que é indústria e, como tal, as novelas são feitas de referências, diluindo diversos clássicos que servem como fontes de inspiração para os autores.
Mesmo assim, ressalta alguns trabalhos - a minissérie Os Maias, dirigida por Luiz Fernando Carvalho (apesar da escritora Maria Adelaide Amaral, a quem acusa de introduzir um alívio cômico no drama, misturando outro Eça de Queirós, o de A Relíquia, à trama clássica) e Vereda Tropical. No teatro, teria muito mais espetáculos para destacar - mas os que vêm primeiro são Quem Tem Medo de Virgínia Woolf? e A Noite do Iguana.
No cinema, suas preferências são por São Paulo S.A. e Valsa para Bruno Stein - em Xica da Silva, era coadjuvante, "arrastado por Zezé Motta". Ao contrário do culto que existe hoje ao filme de Person, ele lembra que São Paulo S.A. não provocou tanto entusiasmo nos anos 60. "Havia uma rivalidade entre Rio e São Paulo, como se só os cariocas pudessem fazer cinema." Tudo isso é passado, e ele não vive no passado. Recebe a homenagem com agrado, porque pelo menos poderá participar dela. "Em geral, homenageiam a gente depois de morto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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José Carlos Avellar, um dos curadores do evento (com Sérgio Sanz), explicou o conceito das premiações especiais. Walmor e os Júlios passaram pelo Festival de Pesaro, na Itália, que foi o palco da afirmação das novas cinematografias, nos anos 60. Bressane e Espinoza, no lendário 68, e Walmor três anos antes, com São Paulo S.A., de Luiz Sérgio Person.
Walmor queria o cinema, mas começou no teatro e, embora tenha feito grandes filmes - São Paulo S.A. e Xica da Silva, de Cacá Diegues -, sabe que deve sua popularidade à televisão. Na Globo, principalmente, ficou instituído que ele era perfeito para personagens 3 Ms (milionários, mulherengos e maus-caracteres). Walmor é crítico em relação à mídia. Diz que é indústria e, como tal, as novelas são feitas de referências, diluindo diversos clássicos que servem como fontes de inspiração para os autores.
Mesmo assim, ressalta alguns trabalhos - a minissérie Os Maias, dirigida por Luiz Fernando Carvalho (apesar da escritora Maria Adelaide Amaral, a quem acusa de introduzir um alívio cômico no drama, misturando outro Eça de Queirós, o de A Relíquia, à trama clássica) e Vereda Tropical. No teatro, teria muito mais espetáculos para destacar - mas os que vêm primeiro são Quem Tem Medo de Virgínia Woolf? e A Noite do Iguana.
No cinema, suas preferências são por São Paulo S.A. e Valsa para Bruno Stein - em Xica da Silva, era coadjuvante, "arrastado por Zezé Motta". Ao contrário do culto que existe hoje ao filme de Person, ele lembra que São Paulo S.A. não provocou tanto entusiasmo nos anos 60. "Havia uma rivalidade entre Rio e São Paulo, como se só os cariocas pudessem fazer cinema." Tudo isso é passado, e ele não vive no passado. Recebe a homenagem com agrado, porque pelo menos poderá participar dela. "Em geral, homenageiam a gente depois de morto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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