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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Adolescentes somem após sessão de cinema

LIVIA SAMPAIO
do Agora

Duas adolescentes, de 15 e 16 anos, desapareceram na noite de quinta-feira após dizerem aos pais que iriam a uma sessão de cinema no Espaço Unibanco, na rua Augusta (centro).
Uma delas, Giovanna Maresti Sant'Anna Silva, 15, ligou para a avó por volta das 23h dizendo que estava deixando o cinema e voltando para a casa, de ônibus. Desde então -até ontem à noite-, não se teve mais notícias das duas.

Giovanna e Ana Lívia Destefani Luciano, 16, se conheceram no colégio Equipe, em Pinheiros (zona oeste da capital paulista), onde cursam o primeiro ano do ensino médio.
As famílias registraram a ocorrência um dia depois do sumiço. A delegacia de desaparecidos do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) investiga o caso.

Como até o momento nenhum contato foi feito com as famílias das adolescentes, a polícia descartou a hipótese de seqüestro. A polícia diz que as investigações estão começando e que já há algumas pistas, mas não deu detalhes.

Desde o desaparecimento, amigos e familiares utilizam a internet para tentar levantar informações. Já enviaram e-mails às meninas, aos conhecidos e criaram uma comunidade de busca no site de relacionamentos Orkut.

"A gente não tem idéia do que aconteceu, de onde elas estão, se estão vivam ou mortas", disse a atriz e professora de teatro Kelly di Bertolli, 32, mãe de Giovanna. Desde que a filha sumiu, sua vida "parou". A mãe de Ana Lívia, a arquiteta e corretora de imóveis Maria Valéria Destefani, 42, também se dedica integralmente a encontrar a filha desde quinta. "Nem tenho como fazer outra coisa."

A polícia já sabe que um estudante da USP conheceu as garotas em um ponto de ônibus da avenida Paulista, no final da noite de quinta. Ele esperava o pai e ofereceu caronas às meninas. Elas foram levadas a um terminal rodoviário.

As meninas foram assistir ao filme "Um Beijo Roubado", de Wong Kar-wai. Na história, a protagonista pega a estrada após uma desilusão amorosa. O Equipe informou que não se pronunciará sobre o caso.

Outros casos

Somente no ano passado, foram registrados 1.189 desaparecimentos de meninas de 13 a 18 anos na capital. No interior do Estado, foram outros 3.162 casos na mesma faixa etária
Na maioria dos episódios, as garotas fogem de casa, mas no caso das duas garotas a polícia ainda não descarta outras hipóteses. Em 2007 foram registrados 21.890 desaparecimentos no Estado. Segundo a polícia, 90% se resolvem.



Duas adolescentes desaparecem após pegar carona

No dia em que sumiram, elas comentaram que iriam trabalhar na Argentina; polícia acha caso preocupante

Rodrigo Pereira


Duas estudantes do Colégio Equipe, tradicional escola paulistana, estão desaparecidas há cinco dias - foram vistas pela última vez na madrugada de sexta-feira. Giovanna Maresti Sant?Anna Silva, de 16 anos, ainda ligou para a avó, pouco antes da meia-noite da quinta-feira, para avisar que deixava o Espaço Unibanco de Cinema, na Rua Augusta, e que dormiria na casa da amiga Ana Lívia Destefani Luciano, de 15 anos.

Logo depois, as duas conheceram um estudante de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) que esperava o pai na Paulista. Era 1 hora e elas pediram carona até o Terminal da Barra Funda, na zona oeste. No trajeto, segundo o pai do universitário contou às famílias das meninas, elas comentaram que iriam trabalhar em Buenos Aires, na Argentina, mas antes passariam por Monte Verde, em Minas. Eles procuraram as famílias das duas após receber e-mails com fotos sobre o desaparecimento.

Segundo a família de Ana Lívia, ela já tinha ido a Monte Verde e a Gonçalves (Minas) sozinha, de ônibus, em outras ocasiões, e nunca falou nada sobre Buenos Aires - a Barra Funda não tem como destino nenhuma dessas cidades. Ela pretendia deixar o atual colégio, onde está há três anos, pela bagunça feita pelos colegas nas aulas, o que a impedia de estudar.

Giovanna morou por três anos nos Estados Unidos com a mãe, a atriz Kelly di Bertolli, e voltou neste ano para São Paulo. Conheceu Ana Lívia na escola - estudavam na mesma sala. Uma amiga das meninas contou que elas estavam cada vez mais próximas e, nas últimas semanas, "começaram a andar mais sozinhas, só as duas".

Kelly confirmou que Ana Lívia era a amiga mais próxima de Giovanna e que sua filha costumava ir às quintas-feiras ao cinema, por ter ingressos mais baratos. Ela nunca permitiu que ficasse até tão tarde, voltasse de carona ou de ônibus. As duas famílias, desesperadas, temem que as garotas tenham sido vítima de aliciadores. "No início pensamos em seqüestro. Mas ninguém entrou em contato", disse Kelly, aos prantos.

As adolescentes levavam apenas duas mochilas, cerca de R$ 250 de Ana Lívia e aparelhos eletrônicos, como câmera digital e iPod. Não levaram objetos mais valiosos, como o computador portátil de Giovanna, nem roupas. As famílias refizeram o caminho até a Barra Funda e foram a Monte Verde, mas não conseguiram pistas.

A polícia, segundo Kelly, vai levantar os últimos registros do celular de Giovanna. A família de Ana Lívia deve pedir a quebra do sigilo de seus e-mails. O delegado Francisco Magano não quis comentar o caso "para não atrapalhar as investigações." Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) consideraram o sumiço "extremamente preocupante". "Houve casos parecidos que eram aventuras juvenis. Mas, no momento, o fato é desaparecimento e é preciso apurar", disse um delegado. A direção do Equipe não se manifestou sobre o caso.
COLABORARAM LAURA DINIZ e VITOR HUGO BRANDALISE



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