Assessor de senador tucano recebeu planilha excel com gastos de FHC de 1998 a 2002.
Apontado como autor do vazamento, José Aparecido Nunes Pires nega envio do dossiê.
- » Troca de e-mails identifica quem vazou dossiê do governo FHC
- » PF ouvirá José Aparecido e assessor de Álvaro Dias sobre dossiê
- » Dirceu nega ligação com funcionário suspeito de 'vazar' suposto dossiê
- » Dilma reafirma que não há dossiê e que Casa Civil fez banco de dados
- » Tucanos vêem Dilma 'insegura' sobre dossiê
O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade ao e-mail que foi usado por um funcionário da Casa Civil para vazar o dossiê com gastos sigilosos do governo Fernando Henrique Cardoso.
Veja o site do Jornal Nacional
O Instituto de Tecnologia da Informação (ITI) descobriu como o dossiê vazou da Casa Civil. José Aparecido Nunes Pires, secretário de controle interno do ministério, mandou as informações por e-mail para André Eduardo da Silva Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias, do PSDB.
O e-mail foi enviado pelo endereço japarecido@planalto.gov.br para André Eduardo da Silva Fernandes, no dia dia 20 de fevereiro, às 11h47. O e-mail tem dois arquivos. No primeiro, um texto técnico. No segundo, uma planilha excel com gastos de 1998 a 2002. Em pastas, há depesas da ex-primeira-dama, Ruth Cardoso, e da chef de cozinha Roberta Sudbrack. As dos ex-ministros Eduardo Jorge, Arthur Virgílio e Clóvis Carvalho aparecem em branco. O arquivo foi feito pela Presidência da República, no dia 11 de fevereiro.
A ministra Dilma Rousseff passou o sábado em Brasília. Ela não se manifestou sobre o laudo preliminar do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), responsável pela perícia nos computadores da Casa Civil.
A ordem no Planalto é esperar pelo fim da sindicância e da investigação da Polícia Federal sobre o vazamento do dossiê com os gastos sigilosos da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso.
Entenda a crise dos cartões corporativos e o caso dossiê
José Aparecido disse ao Jornal Nacional que o arquivo que mandou para André Fernandes não era o dossiê. “Seguramente, há troca de e-mails, mas de amigos que foram colegas de trabalho. E jamais teve qualquer coisa que pudesse pelo menos beirar a ilegalidade”, afirmou.
André não quis gravar entrevista, mas disse que o que o que o ITI encontrou na perícia é a pura verdade e não há como José Aparecido negar. Seria “loucura”, segundo André.
Ele disse ainda que se sentiu intimidado ao receber o dossiê. Há cinco anos, ele e o senador Álvaro Dias tentavam conseguir os gastos sigilosos do governo Lula e, no momento em que estava para sair a CPI dos Cartões Corporativos, mandaram o arquivo. André disse que era como se fosse para avisar que haveria “troco”.
André falou por telefone e relatou conversas em que José Aparecido afirmou que não tem bom relacionamento com Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma, e que José Aparecido disse que partiu de Erenice a ordem para levantar os dados, que ela chamou de "exóticos", do governo Fernando Henrique.
A convocação de José Aparecido e André na CPI dos Cartões Corporativos une oposição e governo. "O governo quer que seja tudo investigado. Profundamente. Tanto pela Polícia Federal quanto pela CPI que está no Congresso", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Leia mais notícias de Política Sphere: Related Content
Nenhum comentário:
Postar um comentário