CLAUDIA JARDIM
da BBC Brasil, em Caracas
O Pentágono admitiu na noite desta segunda-feira que um avião norte-americano invadiu o espaço aéreo da Venezuela no sábado, mas afirmou que a aeronave teria perdido as coordenadas e "involuntariamente" ingressado em território venezuelano.
"Um aparelho S-3 Viking norte-americano que cumpria operações antidrogas perdeu suas referências de navegação, o que o levou a voar dentro do espaço aéreo da Venezuela", diz o comunicado americano.
Mais cedo, o governo da Venezuela havia denunciado a invasão e afirmado que se tratava de um "ato de provocação".
De acordo com o comunicado, o controle aéreo venezuelano teria colaborado para que o avião dos EUA deixasse seu espaço aéreo.
"O apoio do controle aéreo venezuelano, que ofereceu assistência ao guiar o avião norte-americano para o espaço aéreo internacional, foi bastante apreciado", diz o texto.
Apesar de reconhecer que a operação foi involuntária, o Pentágono afirma que o incidente será investigado.
A Força Aérea dos EUA mantém em Curaçao (ilha caribenha que faz parte das Antilhas Holandesas, localizada ao norte da Venezuela) uma base militar que é utilizada por Washington em sua missão antidrogas na região.
Explicações
Nesta terça-feira, o embaixador dos EUA na Venezuela, Patrick Dudy, deverá se reunir com o ministro de Relações Exteriores, Nicolas Maduro, para dar explicações sobre o incidente.
A violação do espaço aéreo ocorreu no mesmo dia em que 60 militares colombianos teriam sido flagrados sem autorização dentro do território venezuelano.
Para o governo de Caracas, que afirma que os EUA pretendem provocar um conflito armado entre Colômbia e Venezuela, as ações não foram "coincidências".
O governo da Colômbia nega as acusações. O ministro de Defesa, Juan Manuel Santos, disse em Bogotá que foi feita uma investigação interna e a conclusão foi de que nenhuma tropa colombiana teria cruzado a fronteira.
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