CYRUS AFSHAR
da Folha de S.Paulo
Aquele livro bacana que você nem lembra mais que tem, perdido no fundo de uma gaveta ou juntando pó em uma estante, poderia estar solto no mundo, satisfazendo a sede de outros leitores. E outra obra interessante, já devorada por algum leitor, poderia estar na cabeceira de sua cama.
Novas formas de consumo começam a mudar a relação que as pessoas têm com as coisas, inclusive com os livros. Criado em 2001 nos EUA, o site de trocas de livros Bookcrossing ganha cada vez mais adeptos no mundo todo e também no Brasil.
A idéia do projeto é simples e pode ser resumida em uma palavra: desapego. Não diz muito, mas diz tudo. Os membros do site filiam-se de graça e registram na internet os livros que querem "libertar", escolhendo quando e onde vão deixá-los.
Antes, devem escrever, na folha de rosto de cada obra, uma "dedicatória" com uma breve explicação pessoal, o endereço do Bookcrossing e um código de identificação gerado no site (BCID). Depois, deixam os livros em um lugar qualquer ou em "crossing zones" ("zonas de cruzamento") oficiais.
Quem achar o livro deve escrever seu o BCID no site, conforme as instruções deixadas na folha de rosto, o que permite seguir a trajetória do livro pelo mundo. Quando terminar, o atual leitor deve "libertar" o livro, como fez o anterior.
É como se qualquer lugar pudesse ser uma biblioteca, e qualquer um pudesse ser seu sócio. Quando o livro é "pego", você recebe um e-mail informando onde ele foi parar, desde que a pessoa que está com o livro não quebre a corrente.
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