Punks estão em edifício que fica próximo à Reitoria da universidade.
Africano e espanhol compõem grupo de cerca de nove pessoas.
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Grupo ocupa prédio que foi desativado em 2006 (Foto: Ayrton Vignola/Agência Estado/AE)
Um grupo de punks anarquistas e antifascistas invadiu um prédio
abandonado pela administração da Universidade de São Paulo (USP) dentro
da Cidade Universitária, no Butantã, Zona Oeste da capital paulista.
Pelo menos nove deles ocupam o imóvel há cerca de um mês.Localizado a menos de 100 metros da Reitoria e ao lado do Museu de Arte Contemporânea (MAC), o imóvel em questão é conhecido como Centro de Vivência da USP. Ele abrigou durante anos a sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e lojinhas, até ser fechado para reforma, em 2006.
O prédio térreo foi ocupado por estudantes em 2009, mas eles saíram de lá no ano passado. Estava prevista uma reforma no edifício para abrigar a Farmácia Universitária, a FarmaUSP, e a Editora da Universidade de São Paulo, mas a obra não foi feita. A deterioração do edifício contrasta com o tratamento dado pela administração ao MAC, vigiado por guardas patrimoniais e até com o Conjunto Residencial da USP (Crusp).
Do lado de fora há restos de fogueira, garrafas e colchões queimados, vidraças pichadas, grafitadas e quebradas. Dentro, as lojinhas servem de acampamento, com colchões, lençóis e barracas. Há engradados de cerveja importada, carcaças de computadores e livros velhos nas bancadas, apesar de os invasores dizerem que limpam o local.
Os nove punks, com cerca de 20 anos, fazem parte do grupo Antifa - adversários dos skinheads fascistas, a quem chamam de carecas. A maioria é da capital paulista. Com eles, convivem pelo menos dois estrangeiros, Peter, de Johannesburgo, e o espanhol Eros, que está sem passaporte nem dinheiro.
Os punks continuam dentro do antigo DCE desde que saíram de uma ocupação no Vale de Anhangabaú, no Centro. Também passaram pela Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, e pelo prédio da Faculdade de Geografia, também da USP.
Manutenção
Procurada pela reportagem, a administração da USP afirma que não está fazendo manutenção nem limpeza da área e diz que analisa o que fazer com o imóvel do antigo Centro de Vivência. A Reitoria admite, no entanto, que há "ocupações pontuais" no prédio e que a situação está sendo analisada.
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