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domingo, 25 de setembro de 2011

Sinistra Ana de Hollanda resiste ao cai-cai no governo




ELIANE TRINDADE
DE BRASÍLIA
Meados dos anos 1980. Ela estaciona o Fusca bege em frente ao colégio particular onde os filhos estudam em São Paulo. "Eles morriam de vergonha do meu fusquinha caindo aos pedaços no meio daqueles carrões e motoristas", recorda-se hoje a mãe de Sérgio, 39, e Ruth, 37.
Janeiro de 2011. O carro oficial --um Renault Mégane preto-- espera no aeroporto de Brasília para levar a futura ministra da Cultura ao hotel. Ana de Hollanda se acomoda no banco da frente, para espanto do motorista: "Olha, ministra, normalmente a senhora tem que sentar atrás".
Aquela mãe riponga de três décadas atrás precisou de um tempo para se habituar à liturgia do cargo.
Aos 63 anos, a avó de Theo, 11, Ana, 5, e Bernardo, 9 meses, viu o "o tempo rodar num instante", como na "Roda-Viva" cantada pelo irmão Chico Buarque, quando recebeu o convite de Dilma Rousseff para compor o primeiro escalão.

Cia. de Foto
Retrato da ministra da Cultura Ana Hollanda em Brasí­lia
Retrato da ministra da Cultura Ana Hollanda em Brasília
A sexta dos sete filhos do historiador Sérgio Buarque de Holanda, membro fundador do PT, instalou-se no Planalto Central sob fogo cruzado. "Os ataques, por mais violentos e pessoais que tentassem ser, não eram a mim, mas ao cargo", diz.
Para sobreviver à aridez do cerrado, um umidificador de ar fica ligado no gabinete. Chama a atenção também um vidro de pílulas. "Tome uma", oferece. Dentro da cápsula, desenrola-se um poema de Cora Coralina. Trouxe o mimo de viagem oficial a Goiás Velho (GO).
Delicadezas estranhas ao jogo pesado da política. A voz mansa, o corpo delgado e um sorriso perene levaram um crítico a qualificá-la de autista. "Quem me conhece sabe que a minha aparência é frágil, mas eu não sou", diz a leonina com ascendente em leão. "Não tenho conserto", brinca, sobre a combinação astral.
"Ela é guerreira", diz a filha Ruth. E avisa: "As mulheres da nossa família são muito mais fortes, que me desculpem os homens".
A começar pela matriarca, Maria Amélia, que morreu pouco depois de completar cem anos. Foi na festa do centenário de dona Memélia, em 28 fevereiro de 2010, que Ana e Dilma se conheceram. A então ministra foi levada à casa de Chico Buarque por Lula.
LIVRE DO CÂNCER
Assim como a chefe, que enfrentou um câncer linfático, Ana de Hollanda ganhou a batalha contra um tumor no pulmão diagnosticado aos 43 anos. "Quando apareceu, era do tamanho de um ovo. Não se podia operar."
Fez quimio e radioterapia. "O tratamento forte me maltratou muito. Eu tinha uma aparência mais jovem. Fiquei acabada."
A luta contra o câncer deixou a vaidade em segundo plano. Ela nunca fez plástica, nem cogita fazer. "Minhas ruguinhas estão todas aqui." Diz temer mais a perda de memória. "Meu pânico do envelhecimento é a decadência intelectual."
Com a queda dos cabelos pós-quimio, despediu-se da longa cabeleira que enfeita a capa dos primeiros discos da cantora Ana de Hollanda. Demorou a se assumir como tal, numa família pródiga em artistas. Já brilhavam, com maior ou menor intensidade, as irmãs Miúcha e Cristina e a sobrinha Bebel Gilberto.
E ainda tinha a sombra de Chico. "Evitava cantar. Compor foi ainda pior", admite. "A comparação permanente tirou a minha liberdade de poder errar, de não ser genial e de ser uma cantora como outra qualquer."
Todos os irmãos são "de Holanda", enquanto Ana é "de Hollanda", com duas letras "L". A mudança, por gosto, partiu da própria Ana, que, aliás, foi registrada Anna.
Com a genialidade paterna, a convivência foi mais leve. Menina ainda, Ana se divertia em altos papos com o pai, no escritório do autor de "Raízes do Brasil", quando a família morava na casa da rua Buri, no Pacaembu, em São Paulo.
Acordava mais cedo para ler os jornais e ter o que falar nos rotineiros encontros.
CONGO E COBRAS
Aos dez anos, encarava temas áridos, como as lutas pela independência nos países africanos. "Ninguém entendia as minhas conversas com papai, que passavam por Congo Belga, cobras e histórias do 'Livro das Mil e Uma Noites'."
Ana só foi entender a fixação paterna por serpentes anos depois, quando leu "Visão do Paraíso", uma das obras maiores de Buarque de Holanda. "Ele fala sobre as fantasias que corriam na Europa sobre as cobras brasileiras. Estudava isso e passava tudo pra mim."
Dona Memélia estranhava. "Isso lá é assunto para falar com uma criança de sete anos?!" A mãe mantinha as rédeas da família. "Papai era o deseducador, minha mãe punha ordem na casa. Ele era pura emoção. Ela, mais rigorosa."
Já os filhos da ministra levam consigo uma educação que fugiu dos padrões. "Minha mãe nos fez ver desde cedo que 'tailleur' e carros chiques não eram o mais importante", diz Ruth, assistente social do projeto Pracatu, ONG de Carlinhos Brown, em Salvador.
O fusquinha virou folclore. Ruth se diverte ao lembrar de caronas dadas no carro de piso esburacado. Coleguinhas de famílias endinheiradas andavam no carro cheio de adesivo do Partido Comunista. "Pelos buracos, dava para ver o chão. Andávamos com pés para cima."
A filha de Ana de Hollanda também teve uma passagem por Brasília, mas no governo do PSDB. Trabalhou com Ruth Cardoso, no programa Comunidade Solidária, na gestão Fernando Henrique Cardoso. "Tenho uma paixão incondicional por ela e respeito FHC," diz Ruth.
Já sua filha, que se chama Ana em homenagem à avó, é apaixonada por Dilma. Na parada de 7 de setembro, a pequena foi a Brasília ver a presidente. Depois, a família Holanda curtir um fim de semana na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. "Tomamos banho de 
cachoeira, fizemos trilha, voltei toda lascada", relata a ministra, que anda sem tempo para namorar nem compor. Ficaram em São Jorge, reduto de alternativos e de esotéricos.
Um momento de relax após sobreviver às sucessivas faxinas na Esplanada dos Ministérios. Para a netinha, Ana de Hollanda está podendo. Recentemente, quando o tio Sérgio implicou com ela, Ana não teve dúvida: "Vou ligar para a ministra da Cultura".
*
Qual é a voz da ministra?
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
Em recente jantar da presidente Dilma Rousseff com diretoras, grandes atrizes de cinema e uma ou outra jornalista no Palácio da Alvorada, Ana de Hollanda estava visivelmente desconfortável.
Enquanto Dilma circulava entre as mesas e os grupinhos, ora rindo simpaticamente com Tizuka Yamasaki, ora com Glória Pires, ora com Patrícia Pilar, entre outras ilustres de sua área, a ministra pouco falou, nada sorriu. Era festa em que ela era a natural co-anfitriã, mas parecia um peixe fora d'água.
Quando assumiu o Ministério da Cultura, no primeiro dia do governo Dilma, Ana de Hollanda foi recebida com uma grande interrogação: quem é ela?
Hoje, nove meses depois, essa perguntinha ardida continua pairando sobre Brasília, inclusive sobre o Congresso e até mesmo em muitos outros ministérios. Ela era e continua sendo uma incógnita.
Sabe-se que a ministra é irmã do Chico Buarque, gênio da MPB e velho "lulista" que praticamente liderou o apoio da classe artística a Dilma na campanha eleitoral de 2010. Mas não se sabia e não se sabe sobre a sua carreira de cantora e de compositora.
Também, pudera. Ana de Hollanda fez carreira na burocracia estatal, especialmente na Funarte, onde sua personalidade introvertida pôde deslizar tranquilamente. Como ministra, já não pode --ou não deveria-- mais. Para uns, ela é "excessivamente tímida". Para outros, "mal-humorada" e "incomunicável".
Sua gestão, neste primeiro ano, tem sido marcada por uma crise atrás da outra, espremida entre grupos de pressão. Já recebeu críticas em manifestos, entrevistas e internet. Ainda não mostrou a que veio.
Curiosamente, porém, Ana de Hollanda se mantém firme e forte, enquanto os ministros vão caindo em ritmo frenético. Já se foram cinco, desde o todo-poderoso Antonio Palocci, chefe da Casa Civil, até o inexpressivo Pedro Novais, do Turismo.
A explicação para a sobrevida pode estar menos na competência da ministra e mais no fato de a Cultura estar na periferia da Esplanada dos Ministérios.


Marcha contra a corrupção reúne moradores de cidade de SP
25 de setembro de 2011 10h29 atualizado às 10h31


Pelo menos 300 pessoas participaram da marcha contra a corrupção em Assis (SP). Foto: Danilo Assunção Ferreira/vc repórter Pelo menos 300 pessoas participaram da marcha contra a corrupção em Assis (SP)
Foto: Danilo Assunção Ferreira/vc repórter

Moradores de Assis, a cerca de 440 km de São Paulo, realizaram uma marcha contra a corrupção no País na manhã de sábado. De acordo com a Polícia Militar (PM), pelo menos 300 pessoas acompanharam a passeata pelas principais ruas da cidade.
A mobilização foi combinada pelas redes sociais e reuniu estudantes, professores e membros da comunidade. Munidos de cartazes e faixas, eles cobraram o fim da impunidade e mais investimento em educação e saúde.
De acordo com a polícia, a manifestação foi pacífica e terminou após um ato em frente à prefeitura e à Câmara de Vereadores da cidade.


Ana de Hollanda

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Anna de Hollanda
A ministra, em agosto de 2011 (Wilson Dias/ABr).
Ministra da Cultura do Brasil
Mandato 1 de janeiro de 2011
até atualidade
Antecessor(a) Juca Ferreira
Sucessor(a)
Vida
Nascimento 12 de agosto de 1948 (63 anos)
São Paulo, SP
Profissão Cantora
linkWP:PPO#Brasil
Anna Maria Buarque de Hollanda (São Paulo, 12 de agosto de 1948) é uma cantora e compositora brasileira, mas que se notabilizou sobretudo por trabalhos burocráticos na Funarte. Empossada por Dilma Rousseff, é a atual Ministra da Cultura do Governo Dilma.[1][2][3][4] Anna é irmã de Chico Buarque.

Índice

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[editar] Biografia

Cresceu no Pacaembu (bairro de São Paulo). Filha de Maria Amélia e Sergio Buarque de Holanda, cresceu numa casa frequentada pelos nomes mais expressivos da vida cultural e política do Brasil.
Estudou no Colégio Des Oiseaux. Aos 16 anos, estreou nos palcos no Teatro do Colégio Rio Branco, no show Primeira Audição, como integrante do conjunto Chico Buarque e as Quatro Mais, com seu irmão Chico, as irmãs Cristina e Maria do Carmo (Piií) e a amiga Helena Hungria, todas do mesmo colégio.
Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção, interpretando o frevo "Dança das Rosas". Em 1980, gravou o primeiro disco solo: "Ana de Hollanda", pelo selo Eldorado.
Ana participava das reuniões do bar Riviera, no centro de São Paulo, ponto de encontro de artistas e intelectuais. Foi nesta época que entrou para o Partido Comunista Brasileiro. No entanto, o nascimento dos filhos Sérgio e Ruth a impediram de dedicação maior à política (Fonte: Valor Econômico). Atualmente, Ana não é filiada a nenhum partido.
Em 1982, compôs e gravou o jingle "Acorda meu povo" para a campanha de Franco Montoro (PMDB), candidato ao governo de São Paulo.
De 1983 a 1985, Ana de Hollanda chefiou o setor musical do Centro Cultural São Paulo. Entre 1986 e 1988 foi secretária de Cultura do município de Osasco, na gestão de Humberto Parro (PMDB).
Depois de um ano de quimioterapia e radioterapia, curou-se de um câncer na região do mediastino, entre os pulmões. Curada, voltou a gravar. O segundo álbum solo, "Tão Simples", saiu pela MoviePlay em 1995.
Fez shows por todo o Brasil e também no Uruguai, em Angola e em Cuba, sempre com repertório da MPB.
De 2003 a 2007, dirigiu o Centro de Música da Funarte, durante a gestão do ator Antonio Grassi. Coordenou a Câmara Setorial de Cultura, reunindo representantes dos fóruns estaduais de música, entidades representativas da sociedade civil e setores do Poder Executivo. Segundo Grassi, todos os novos projetos musicais da Fundação, bem como o renascimento do Projeto Pixinguinha, foram de responsabildade de Ana.
Ana atuou como vocalista em discos de Toquinho, Vinicius de Moraes, Fafá de Belém e Tom Jobim. Trabalhou como atriz no espetáculo "Nunca te vi, sempre te amei", de Guto Maia.

[editar] Ministra da Cultura

Em seu primeiro mês como ministra, foi retirado da página do Ministério da Cultura na internet a licença Creative Commons, gerando críticas quanto à possível mudança de orientação no ministério no tocante à proteção dos direitos autorais.[5]









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