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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Banco Rural é citado 390 vezes no relatório do mensalão


RIO - Raras vezes uma instituição financeira privada, seus donos e principais executivos ficaram tão expostos e vulneráveis. Está acontecendo no Banco Rural, de Minas Gerais. Nas 400 páginas do relatório final do procurador-geral da República sobre o caso do mensalão, o banco está citado nada menos que 390 vezes.

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Foi retratado como o banco de uma "quadrilha" comandada pelo ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, que se dedicava à execução de um "plano criminoso para compra de votos no Congresso" - algo que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, define como "a mais grave agressão contra os valores democráticos que se possa conceber".

Os documentos do Banco Central e depoimentos transcritos no relatório da Procuradoria mostram que desde o início do governo Lula, em janeiro de 2003, até a denúncia do mensalão, em junho de 2005, o Rural manteve uma rotina de crimes contra o sistema financeiro, contra a administração pública e contra a fé pública, além de sustentar a lavagem de dinheiro.

Pena para banqueiros pode chegar a 877 anos

O banco nega tudo. São "questões de natureza técnica e periféricas no processo", alega em nota divulgada na sexta-feira. Não é bem assim. Baseando-se, principalmente, nos resultados das devassas contábeis realizadas pelo BC, a Procuradoria concluiu que a maior acionista do banco, Katia Rabello, e dois de seus principais executivos, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, foram responsáveis diretos pela manipulação e quebra das regras mais elementares de prevenção à lavagem de dinheiro, de análise de risco, de contabilidade e dos códigos jurídico, operacional, comercial e tecnológico do sistema financeiro.

Ou seja, dessa forma o Banco Rural teria cometido quase todo o cardápio de fraudes que, habitualmente, dissolvem a reputação de um banco num sistema onde a confiança é a principal mercadoria.

Como punição, a Procuradoria propôs ao Supremo Tribunal Federal a condenação de Rabello, Salgado e Samarane a oito penas consecutivas de 30 anos de prisão. É o mínimo, sugere. No máximo, indica 877 anos de cadeia. Para cada um dos banqueiros do mensalão.

Banco Central guarda provas há cinco anos

Nunca antes na História do sistema financeiro brasileiro, banqueiros se viram tratados de maneira tão rigorosa pela letra da lei. Há pelo menos cinco anos o Banco Central guarda as provas. O Ministério Público agiu. Agora, falta à autoridade monetária definir o futuro do banco. Por muito menos, dezenas de outras instituições foram liquidadas nas últimas duas décadas.








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