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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Estudo inclui corrupção policial entre motivos de ataques do PCC

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Cinco anos após a onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) que pararam São Paulo, o maior estudo desde então aponta as três principais causas para as ações.

Leia relatório da Justiça Global e da Universidade de Havard
ONG Mães de Maio lança livro sobre ataques; leia

São elas: a corrupção policial contra membros do grupo, a falta de integração dos aparatos repressivos do Estado e a transferência que uniu 765 chefes do PCC, às vésperas do Dia das Mães de 2006, numa prisão de Presidente Venceslau (620 km de SP).

Os dados constam do estudo "São Paulo Sob Achaque", contundente raio-x elaborado durante quatro anos e oito meses sobre a onda de ataques da facção. O documento será divulgado nesta segunda-feira, com versões em português e inglês.

O estudo de quase 250 páginas foi produzido pela ONG de defesa de direitos humanos Justiça Global e pela Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, uma das mais importantes dos EUA.

Os responsáveis por "São Paulo Sob Achaque" pesquisaram centenas de documentos, muitos deles sigilosos, processos criminais sobre as mortes ocorridas em maio de 2006 e entrevistaram a maior parte das autoridades envolvidas no episódio.

NEGOCIAÇÃO

A extorsão de R$ 300 mil que, segundo a Promotoria, foi praticada em março de 2005 pelos policiais civis Augusto Peña e José Roberto de Araújo contra Rodrigo Olivatto de Morais, enteado de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, tido pela polícia paulista como chefe do PCC, é o principal caso de corrupção policial que influenciou os ataques de maio, segundo o documento.

Os dois policiais chegaram a ser presos. Hoje estão soltos. Eles negam as acusações.

O documento também aponta que, em 14 de maio de 2006, dois dias após os primeiros atentados, o Estado enviou uma comissão a um presídio para negociar com os chefes do PCC o fim dos ataques. O fato sempre foi negado pelo governo.

"O maio de 2006 não foi puramente uma manifestação da violência, precisamos ter a visão do todo e como esse todo contribuiu para a eclosão daquele momento", diz Sandra Carvalho, diretora da Justiça Global. "Passados cinco anos, nossa pesquisa indica que não foram construídos mecanismos eficazes, consistentes de superação e de enfrentamento para essa situação", completa ela.

MORTES

Ao esmiuçar os 493 homicídios ocorridos no Estado de 12 a 20 de maio de 2006, o estudo viu "indícios da participação de policiais em 122 execuções", além de discrepância na elucidação desses casos em relação aos que vitimaram 43 agentes públicos.

Por conta disso, "São Paulo Sob Achaque" propõe a federalização da investigação.


Bases da Guarda Civil e da PM são atacadas na Grande SP

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RACHEL AÑÓN
DE SÃO PAULO

Um novo ataque foi registrado na madrugada desta segunda-feira contra uma base da Polícia Militar no terminal de cargas da rodovia Fernão Dias, na zona norte de São Paulo.

Mais cedo, uma base da Guarda Civil de Santo André (ABC paulista) foi atingida por tiros disparados pelos criminosos. Pouco depois, uma viatura também foi alvejada durante troca de tiros com suspeitos.

Segundo a Polícia Militar, dois ocupantes de um gol preto dispararam quatro tiros contra a sede da 1ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar, localizada na avenida do Poeta, região do Parque Novo Mundo. Duas balas atingiram o carro particular de um policial de plantão; os outros atingiram colunas do prédio.

Houve perseguição e troca de tiros e os suspeitos foram presos em flagrante. Um dos acusados foi ferido na perna. Também foi apreendido uma pistola 9mm.

O caso esta sendo apresentado no 9º Distrito Policial do Carandiru.


Rivaldo Gomes/Folhapress
Base da Guarda Civil Metropolitana de Santo André, na Grande SP, foi alvo de criminosos na madrugada de hoje
Base da Guarda Civil Metropolitana de Santo André, na Grande SP, foi alvo de criminosos na madrugada de hoje

SANTO ANDRÉ

Por volta das 22h deste domingo, dois homens em uma moto se aproximaram da unidade da Guarda da rua coronel Celestino Fernandes, na Vila Santa Amália, e usando metralhadoras, atiraram contra o prédio. Ao menos 11 disparos atingiram a guarita, que ficou completamente destruída. A dupla fugiu.

Uma equipe da GCM em busca de suspeitos pela região, trocou tiros com dois suspeitos que fugiram para o interior da favela Tamarutaca, próximo ao local do ataque. Seis balas atingiram o parabrisa do carro da corporação. Ninguém ficou ferido.

A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana reforçaram o patrulhamento na cidade durante toda a madrugada.






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