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domingo, 20 de março de 2011

Os vilões e os desafios do Super-Obama


O homem que encantou o mundo apanhou de inimigos, mas ensaia a volta por cima

POR EDUARDO PIERRE

Rio - O homem a que todas as atenções do Rio estão voltadas neste fim de semana não é um pássaro nem um avião. Tem superpoderes, mas não é de ferro. O Barack Obama que chegou à cidade ontem é um pouco diferente daquele que, em 20 de janeiro de 2009, tomou posse sob puro encantamento numa fria Washington, a capital dos Estados Unidos. Obama levou um tombo na popularidade, mas, ao passar pela metade de seu mandato, começa a se levantar. Será que triunfará nas eleições do ano que vem?

“Obama perdeu aquela aura de agente da transformação dos EUA. Em parte porque exageraram muito nas expectativas antes da posse”, analisa Williams da Silva Gonçalves, professor de Política Internacional da UFF, para quem a reeleição dele não é garantida. Já Alcides Leite, professor de Economia da Trevisan, considera Obama um exímio estrategista, que soube enfrentar as adversidades e já ensaia a volta por cima sobre os inimigos históricos. “Não há ninguém no Partido Republicano capaz de vencê-lo”, opina.

Arte: O Dia
Arte: O Dia

Mas, afinal, quem é o arquirrival do Super-Obama? Williams e Alcides concordam que George W. Bush deixou imensa ‘criptonita’ que enfraqueceu o sucessor. “Além do desemprego, havia a guerra impopular e cara no Iraque e no Afeganistão, que não acabou quando Obama gostaria”, destaca o professor da UFF. “Foi a pior recessão desde 1929. O presidente teve de socorrer bancos para evitar uma catástrofe. A população queria ver o mesmo esforço para vencer o desemprego, e isso está demorando”, emenda Alcides.

Sem vida fácil no Congresso

A semana terminou com a popularidade de Obama em baixa. A pesquisa diária da Ramussen Reports apontava, sexta-feira, que 40% dos americanos rechaçavam seu desempenho, contra 26% que eram só elogios — quadro semelhante ao das eleições de novembro, quando os Republicanos tomaram a maioria no Congresso.

“Obama precisou acertar as promessas de campanha com a realidade, mas vejo muito dos ideais do candidato nele”, compara Mônica Lessa, professora de Relações Internacionais da Uerj.

Obama não coleciona só derrotas. Recebeu o Nobel da Paz em 2009, pelo esforço em acabar com as armas nucleares; aprovou a difícil Reforma da Saúde, que ampliou o acesso médico a 32 milhões de americanos, e segurou a economia: o desemprego já está cedendo. “Passou dos 10%, deve estar hoje em 8,5%. Se chegar a 7%, Obama é reeleito”, crava Alcides.

O professor da Trevisan dá outro trunfo: “Obama foi conciliador na abertura do ano legislativo, pedindo a união de todos pela recuperação dos EUA. Ele, porém, soube jogar os holofotes no radicalismo da oposição”. É com essa astúcia que o Super-Obama vai para o alto e avante.







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