2/03/2011 - 00h25
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
A juíza Rosane Michels, do 2º Juizado da 1ª vara do júri de Porto Alegre, decretou no final da noite de ontem (1) a prisão preventiva do bancário Ricardo Neis, 47, responsável pelo atropelamento de um grupo de ciclistas em Porto Alegre.
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A magistrada acolheu pedido feito pelo delegado Gilberto Montenegro, que investiga o caso. Requerimento similar, formulado pelo Ministério Público, foi negado pela juíza. O teor da decisão não foi divulgado.
Ontem, o delegado Montenegro anunciou que vai indiciar Neis por tentativa de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e não permitir chance de defesa às vítimas).
Vídeos que flagram o momento do atropelamento, que feriu pelo menos 16 pessoas na sexta, foram a principal evidência contra o motorista.
"Pelas imagens, ele fez uso do automóvel como arma, foi isso o que nos levou a pedir a prisão preventiva", afirmou o delegado.
Segundo ele, o número de vítimas pode chegar a 40 se forem contabilizadas, além dos atropelamentos pelo carro, as pessoas que se feriram com os choques entre as bicicletas.
O caso provocou comoção na cidade porque os ciclistas atropelados integram um grupo que defende o uso de bicicletas no trânsito. Ontem à noite uma multidão estimada entre 1500 e 2000 pessoas --segundo cálculos da Brigada Militar e da organização-- realizou um protesto pelas ruas do centro de Porto Alegre.
Na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso, onde os ciclistas foram feridos, os manifestantes se deitaram no chão e, aos gritos, chamaram Neis de assassino.
INTERNAÇÃO
Neis foi internado em uma clínica psquiátrica nesta terça-feira. No início da noite, os advogados dele confirmaram a internação, mas não revelaram a localização. "Ele está muito abalado porque não estava preparado para tudo isso. A internação foi o melhor caminho para evitar um surto", disse o advogado Jair Antônio Jonco.
Antes disso, Neis já havia procurado atendimento em outro local. Na Clínica Psiquiátrica São José, na zona sul de Porto Alegre, ele foi examinado por um médico e liberado em seguida. Anteontem, após dizer à polícia que acelerou contra os ciclistas para evitar um suposto "linchamento", Neis afirmou que estava abalado e não conseguia dormir.
OUTRO LADO
O advogado Jonco alegou que, embora já fosse esperado pela defesa, o pedido de prisão é injusto porque o bancário tem residência e trabalhos fixos e se apresentou espontaneamente à polícia para prestar esclarecimentos.
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