[Valid Atom 1.0]

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Os vigaristas

Desde que começou a batalha do mínimo, afirmei aqui que o valor era o que menos importava, até porque o governo tinha maioria para fazer o que bem entendesse — e com folga. A questão era, sustentei, desde sempre, política. A oposição tinha de aproveitar a oportunidade para denunciar a difícil situação fiscal em que o governo Lula-Dilma deixou o país ao fim de 2010, de modo que o debate já nem falo dos R$ 600, mas de uma mera antecipação de R$ 15 — de R$ 545 para R$ 560 —, segundo o Planalto, acenava para o caos nas contas públicas. Essa gente ainda não explicou se vai chover dinheiro feito maná nos próximos 10 meses para fazer frente ao reajuste de 14% no ano que vem. Mas vamos voltar ao ponto: a questão era mesmo política. Relembro esta foto.

É de maio de 2000. Da esquerda para a direita, vocês vêem os então deputados Aloizio Mercadante, Antonio Palocci, José Dirceu, Babá (hoje no PSOL) e Ricardo Berzoini. Todos eles protestam contra o reajuste do mínimo proposto pelo governo FHC, que passava de R$ 136 para R$ 151 — 11,11% de reajuste. A inflação de 1999 tinha sido de 8,94%. No ano seguinte, 2001, o mínimo foi para R$ 180 (19% de elevação), contra uma inflação, em 2000, de 5,97%. O salário votado para 2002 foi de R$ 200, com reajuste de 11,11%, contra uma inflação, em 2001, de 7,67%.

É de maio de 2000. Da esquerda para a direita, vocês vêem os então deputados Aloizio Mercadante, Antonio Palocci, José Dirceu, Babá (hoje no PSOL) e Ricardo Berzoini. Todos eles protestam contra o reajuste do mínimo proposto pelo governo FHC, que passava de R$ 136 para R$ 151 — 11,11% de reajuste. A inflação de 1999 tinha sido de 8,94%. No ano seguinte, 2001, o mínimo foi para R$ 180 (19% de elevação), contra uma inflação, em 2000, de 5,97%. O salário votado para 2002 foi de R$ 200, com reajuste de 11,11%, contra uma inflação, em 2001, de 7,67%.

Publicada neste e em muitos outros sites, a imagem foi exibida no Senado no dia da votação. Vemos aí o primeiro escalão petista a protestar contra o salário mínimo definido pelo governo FHC. Pois bem. Alguns bobalhões afirmam que não reconheço a maturidade do PT; que trato o partido como se fosse aquele do passado, a dizer sempre “não” a tudo, disposto a ir até as últimas conseqüências para sabotar as iniciativas do governo a que se opõe, mesmo as mais justas. O partido, insistem alguns, teria aprendido a lição, amadurecido, mudado… Pois é. Então vamos ver.

Noticiei ontem aqui e comentei o comportamento do PT no governo Alckmin. São Paulo tem um piso salarial diferenciado, dividido em três faixas. Com a correção prevista no projeto que o governador Geraldo Alckmin enviou à Assembléia, esse piso será, segundo a divisão das categorias profissionais, de R$ 600, R$ 610 e R$ 620. Não se depender do PT!!! O partido que exaltou as glórias verdadeiramente revolucionárias de um mínimo de R$ 545, quer, em São Paulo, que essas faixas sejam, respectivamente, de R$ 660, R$ 720 e R$ 830. Um aumento em relação ao piso petista de até 52%!!!

Incoerência? Segundo o mensaleiro processado pelo STF, deputado estadual Antônio Mentor, que comanda os petistas, de jeito nenhum! Para ele, os outros estados têm dificuldades que São Paulo, porque é mais rico, não tem. Então vamos pensar. Se fosse para levar em conta o conjunto da produção de riquezas do estado para pagar o mínimo, haveria de ser o PIB per capita. O do Brasil, para o qual o PT fez aprovar um mínimo de R$ 545, é de R$ 15.989,75 (números de 2008, do IBGE, aqui). São Paulo, com efeito, tem um PIB per capita 53% maior: R$ 24.457! Mentor, o gênio mensaleiro, finge, então estar sendo justo. Mas esperem! São Paulo conta apenas com O SEGUNDO MAIOR PIB PER CAPITA DO PAÍS. Perde para o Distrito Federal. E perde feio: o do DF é 88% maior do que o paulista e 188% maior do que o nacional: R$ 45.978. Daí que o mínimo de lá, então, segundo esse juízo aloprado, deveria ser de R$ 1.569,60!

Em 2008, apenas seis estados tinham um PIB per capita superior ao do país: Distrito Federal, São Paulo, Rio, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Se a conta estúpida de Mentor fizesse sentido, 17 estados deveriam reajustar o seu mínimo para baixo, certo? O Piauí, o menorzinho deles (R$ 5.373), um terço da média nacional, poderia pagar um mínimo de R$ 182!

A conta vigarista não decorre da burrice dos petistas, mas de seu caráter e de sua natureza. Respondendo, então, àquelas contraposições de alguns leitores, contato: eles não mudaram! Seguem sendo o que sempre foram. Podem recorrer à conta mais estúpida para justificar, eles sim, o seu oposicionismo sistemático. “Mas não é legítimo fazer oposição, Reinaldo? Você mesmo não vive dizendo isso aqui?” É claro que é! Mas é preciso fazê-lo com vergonha na cara! O partido que mobilizou uma verdadeira operação de guerra para aprovar o mínimo de R$ 545 não pode ter a cara-de-pau de defender um piso de R$ 830 no estado em que é oposição.

Método
Essa sem-vergonhice é método, revelado em frase célebre de Lula ainda em 2003, quando apontaram que ele seguia as regras do governo FHC: “A gente, quando está na oposição, faz muita bravata”. O PT, justiça se faça, bravateia também no governo. Eles se querem monopolistas da verdade, não importa que posição defendam. Na foto lá do alto, faziam o sinal de um reajuste mixuruca para o mínimo, embora houvesse ganho real. Neste 2011, com ganho zero, exaltam as virtudes transcendentais de sua proposta. Querem-se os progressistas, os demiurgos da classe trabalhadora, tanto ao defender os R$ 545 no Congresso como os R$ 830 em São Paulo. A coerência é uma obrigação alheia.

Não me espanta que o senador Paulo Paim, que fez uma greve de fome em defesa do mínimo em 1991 (de apenas dois dias, é verdade…), tenha sido, desta vez, “dispensado” pelas centrais sindicais de votar um valor maior para o mínimo. Afinal, ele é da turma do “bem”, pouco importa o seu voto. Na quarta, escolheu os R$ 545, junto com Fernando Collor, contra quem fez a “greve” aquela vez.

Petista não tem razão nenhuma para temer más companhias, se é que vocês me entendem…

Por Reinaldo Azevedo

26/02/2011

às 6:15

A farra dos comunas - Fornecedora do Segundo Tempo emite notas fiscais de jingle até chapas de aço

Por Bruno Boghossian e Alfredo Junqueira, no Estadão:
A empresa contratada para fornecer R$ 4,6 milhões em kits lanches para o Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, já emitiu notas fiscais para justificar gasto parlamentar com publicidade, despesas com um imóvel durante disputa eleitoral, compra de chapas de aço para a Marinha, reforma na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e até aquisição de materiais de saúde para a Prefeitura de São Pedro da Aldeia.

Sediada num galpão abandonado na zona rural de Tanguá, região metropolitana do Rio, a JJ Logística Empresarial Ltda. também foi contratada pelo Instituto Contato, uma das entidades responsáveis pela gestão do Segundo Tempo em Santa Catarina - conforme o Estado revelou na quarta-feira. A entidade catarinense é comandada por dirigentes do PC do B, mesmo partido do ministro Orlando Silva.

Apesar de o proprietário da JJ Logística, João Batista Vieira Machado, ter afirmado que jamais trabalhou com políticos ou partidos, a empresa aparece na prestação de contas da eleição de 2008 do comitê financeiro municipal do PR em Cabo Frio, a 90 quilômetros de Tanguá.

A firma seria responsável por serviços de locação de veículos, publicidade e produção de jingles e vinhetas, no valor de R$ 113,3 mil. O candidato do partido à prefeitura na ocasião era o atual deputado federal Dr. Paulo Cesar (PR-RJ).

O parlamentar também contratou a empresa em sua campanha à reeleição na Câmara, no ano passado, quando pagou R$ 20 mil pelo aluguel de um imóvel para a instalação de um comitê.

Três notas fiscais da JJ Logística ainda foram usadas, em novembro e dezembro de 2009 e março de 2010, para justificar gastos da verba indenizatória de Dr. Paulo Cesar, no total de R$ 32,5 mil, para a “divulgação da atividade parlamentar”.

Eclética. A variedade de serviços prestados pela JJ Logística se estende à área médica, como revela um contrato firmado em 2006 com a Prefeitura de São Pedro da Aldeia - município localizado a 74 quilômetros de Tanguá. A empresa teria recebido R$ 136,4 mil para a “aquisição de materiais para atendimento das unidades de saúde”.

A firma também foi contratada pela Marinha, por R$ 6.761, para o fornecimento de “chapas de aço inox, martelos industriais, molas, parafusos, luvas, botas e óculos de segurança” para a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, em 2006. A JJ Logística ainda foi responsável por uma obra no Departamento de Pediatria da UFRJ, no ano passado, tendo recebido R$ 15 mil pelo serviço.

Respostas. Questionado pelo Estado, o proprietário da JJ Logística não confirmou se a empresa foi contratada para a prestação desses serviços e se havia terceirizado o fornecimento de materiais. Mas defendeu o procedimento. “Eu posso fazer isso. Posso ganhar uma licitação e terceirizar. E aí?”, disse Machado.

Na terça-feira, ele já havia revelado ao Estado que comprara de uma outra empresa os alimentos que foram fornecidos para o programa Segundo Tempo, por intermédio do Instituto Contato. Machado, no entanto, não revelou os nomes dos fornecedores. Aqui

Por Reinaldo Azevedo


26/02/2011

às 6:13

Uma nova ética! Estatal libera verbas a suspeitos de fraude

Por Rubens Valente, na Folha:
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) contrariou sua área de fiscalização ao ordenar pagamentos a pelo menos 87 empresas suspeitas de envolvimento numa fraude milionária que teria ocorrido em leilões organizados pelo governo para a comercialização de milho. Os fiscais da estatal detectaram a fraude no segundo semestre de 2010. Os pagamentos estavam suspensos desde então, mas foram retomados a partir de dezembro. Cinco dias após o primeiro pedido de informações feito pela Folha sobre o tema, o presidente da Conab, Alexandre Magno de Aguiar, assinou ofício pelo qual determinou que toda suspeita sobre os leilões de milho fosse informada à Polícia Federal.

Aguiar foi indicado pelo seu antecessor, o ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB), forte aliado do vice-presidente Michel Temer. Documentos obtidos pela Folha indicam que a suspeita de fraude envolve leilões do PEP (Prêmio para o Escoamento de Produto). É uma subvenção usada pela Conab quando o preço do produto no mercado está abaixo do preço mínimo. Para que o produtor receba o mínimo, o governo banca a diferença. Em 2010 os contratos do PEP foram de R$ 760 milhões, com desembolso até agora de R$ 201 milhões. Os fiscais da Conab apontam que boa parte do PEP está contaminada por fraude. O produtor rural estaria sendo forçado a devolver à empresa arrematante do prêmio concedido pelo governo, por cheque ou dinheiro em espécie, a diferença a que teria direito. Na prática, o produtor continua recebendo apenas o preço de mercado. O produtor Leoci Favarin, de Primavera do Leste (MT), reconheceu que teve que devolver a diferença ao comprador. “Se não fizesse isso, não havia comércio. Isso aí não está certo. A gente era obrigado a devolver”, disse. Aqui

Por Reinaldo Azevedo


26/02/2011

às 6:11

Não me digam! PF adia pela quarta vez conclusão de inquérito que investiga caso Erenice

Na Folha:
A Polícia Federal vai adiar pela quarta vez a conclusão do inquérito que investiga suposto tráfico de influência de Erenice Guerra e seus familiares na Casa Civil. A PF escolheu como um dos alvos dessa fase a atuação do marido da ex-ministra. Braço direito da presidente Dilma Rousseff na gestão passada, Erenice deixou o governo no mesmo dia em que reportagem da Folha mostrou que a ex-ministra usou a estrutura da Casa Civil para beneficiar a empresa de seu filho. Até agora foram ouvidas 48 pessoas, entre elas funcionários da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e empresários ligados a José Roberto Camargo Campos, marido da ex-ministra.

Segundo o advogado do casal, Mario de Oliveira Filho, os dois estão em viagem no exterior. Ele sustenta que não há provas contra seus clientes. O último prazo concedido pela Justiça para a conclusão das investigações vence no dia 15 de março. A polícia ainda analisa o resultado da perícia nos computadores apreendidos na Casa Civil e outros órgãos do governo e pretende tomar novos depoimentos. A investigação do escândalo que derrubou oito pessoas no governo se arrasta há 120 dias. Caberá ao Ministério Público Federal definir o novo período da prorrogação. No último pedido da PF, a Justiça autorizou a prorrogação por 60 dias, antes disso foram duas de 30 dias.

Por Reinaldo Azevedo








LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: