21 de janeiro de 2011 | 18h 25
TÂNIA MONTEIRO - Agência Estado
O Palácio do Planalto confirmou que o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, enviou uma carta para a presidente Dilma Roussef insistindo na extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti. No texto, ele reforça compreender que esta é uma "questão jurídica" e que "não afetará a relação política entre os dois países". O Palácio não divulgou a íntegra da carta, que acabou tendo seu conteúdo revelado por jornais italianos. Até agora, não há uma resposta oficial de Dilma ao presidente italiano.
O caso de Cesare Battisti foi a primeira polêmica enfrentada por Dilma ao assumir o cargo, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não extraditá-lo no dia 31 de dezembro, último dia de seu governo, contrariando pedido do governo italiano. Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua pela participação em quatro homicídios no período em que integrava organizações de extrema esquerda. O Brasil entendeu que havia motivação política na sua pena e, por isso, decidiu por não realizar a extradição.
O documento do presidente italiano foi encaminhado à presidente Dilma no dia 14 de janeiro. Na carta, Giorgio Napolitano explica a importância da extradição do ex-militante Cesare Battisti para os italianos, lembrando que este é um tema "sensível" para a Itália, já que, para o país, ele cometeu atos classificados como de terrorismo.Sexta-feira, 21 de janeiro de 2011 - 19h10 Última atualização, 21/01/2011 - 19h10
Parlamento Europeu confia na extradição de Battisti
Da Redação, com Agência Brasil
mundo@eband.com.br
O Parlamento Europeu publicou nesta sexta-feira em seu site que está confiante na mudança de posição do governo brasileiro no caso Battisti.
A manifestação veio depois da aprovação de uma moção do governo italiano em favor da extradição do ex-ativista Cesare Battisti, de 51 anos.
“O Parlamento Europeu manifesta a confiança de que as autoridades brasileiras irão processar um novo pedido feito pelo governo italiano para rever a decisão e buscar formas de assegurar que o tratado bilateral de extradição seja interpretado corretamente”, informa a nota.
Ainda nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff recebeu uma carta do presidente da Itália, Giorgio Napolitano, reiterando o pedido.
O governo italiano e os partidos de direita e esquerda do país estão inconformados com a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manteve Battisti no Brasil baseado em uma parecer da Advocacia-Geral da União.
O réu está preso preventivamente no Brasil desde 2007, após fugir da Itália para a França. Ele fazia parte do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) e argumenta que os assassinados que lhe são atribuídos foram cometidos por seus ex-companheiros.
A manifestação do Parlamento Europeu será comunicada oficialmente à presidenta e aos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), assim como ao presidente da Comissão Parlamentar do Mercosul, senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS). A aprovação do texto deve ser interpretada como recomendação em nome da parceria estratégica que há entre o Conselho da União Europeia e o Brasil.
Redator: Roberto Saraiva
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