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sábado, 16 de outubro de 2010

#dilma #lula "Cordel da Dilma", de autoria do poeta popular Miguezim de Princesa,

A TORTO & A DIREITO No 115

Da política, o melhor que fica

Destacar-se em meio à massa amorfa de pretendentes, é sempre um desafio para os pequenos candidatos, sem verba de propaganda, sem muito tempo para falar.

Sacar um slogan espirituoso é, pois, uma tentação a que eles não resistem.

Assim, vamos abrir a coluna de hoje conhecendo essa contribuição que nos manda o amigo jornalista Gervásio de Paula, de Fortaleza.

Nas fotos ilustrativas, entremeando as frases, vão outras aberrações que circularam por aí, Brasil afora, nesta e em outras campanhas anteriores.

Aguente, se puder:

Os 10 Melhores Slogans de Campanha Eleitoral

10º lugar - Edeilza, que tem o apelido de Dê, candidata em Miguel Calmon, na Bahia, lançou-se com o slogan: “Em 2009, Dê na câmara.”

9º lugar - Guilherme Bouças, de origem desconhecida, adotou o slogan: “Chega de malas, vote em Bouças.”

8º lugar - Grito de guerra do candidato Lingüiça, lá de Cotia , São Paulo: “Lingüiça Neles!”.

7º lugar - Em Descalvado, Alagoas, havia uma candidata chamada Dinha. Nada mais sugestivo que adotar o slogan “Tudo pela Dinha!”.Ôba...

6º lugar - Em Carmo do Rio Claro, tem um candidato chamado Gê. Pensou, pensou e largou: “Não vote em A, nem em B, nem em C; na hora H, vote em Gê.”

5º lugar - Em Hidrolândia, Goiás, tem um candidato chamado Pé. Elaborou, então, esta sacada de marketing : “Não vote sentado, vote em Pé.”

4º lugar - E em Piraí do Sul tem um gay chamado Lady Zu. Seu mote: “Aquele que dá o que promete.” Deve ter dado. Não sabemos é se ganhou a eleição com isso.

3º lugar - A cearense Debora Soft, stripper e estrela de show de sexo explícito, lançou-se aqui mesmo em Fortaleza com o slogan: “Vote com prazer!”

2º lugar - Em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, tem um candidato chamado Defunto: aí o cara saiu-se com “Vote em Defunto, porque político bom é político morto!”. Nesse ponto, ele tem toda razão.

1º lugar - Luiz Sobral, candidato a prefeito de Irecê, no sertão da Bahia, detonou: “Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a eleição.” Aí, fedeu.

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Vamos dividir irmamente:

um pra lá, dois pra cá

Tenho um filho, hoje homem feito, pai de família, com 42 anos, que já foi muito egoísta, na infância. Pecado perdoável em crianças donas de personalidade forte. Então, ele brincava com a irmã mais nova e, ao dividir balas e biscoitos, dizia alto e bom som, para quem quisesse ouvir:

- “Bina, vamos dividir irmamente. Dois para mim e um para você!

É o que vou botar em prática na divisão do espaço desta coluna de hoje, em relação ao posicionamento político de artigos que julgamos importante transcrever.

Vamos divulgar um cordel para a Dilma, recebido da colaboradora Tereza Halliday, do Recife, e dois textos que considero importantíssimos para fundamentar o voto dos nossos leitores quanto ao 2º turno.

Primeiro: não resta a menor dúvida que a mais importante manifestação política desses últimos dias partiu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Manietado por uma estratégia considerada errada mais adiante, boca fechada e sem qualquer menção ou defesa de seus mandatos, no primeiro turno, FHC teve esta semana o sinal verde para se manifestar.

E o fez muito bem, em nossa opinião, através de artigo assinado na Folha de São Paulo.

Vamos ler, na íntegra, seu quase desabafo, dirigido ao presidente Lula:

Sem medo do passado

Fernando Henrique Cardoso

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo?

Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.

Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.

Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010.

“Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”. (José Eduardo Dutra)

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

Fernando Henrique Cardoso

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Musa inspiradora

E, agora, o prometido "Cordel da Dilma", de autoria do poeta popular Miguezim de Princesa, paraibano radicado em Brasília. Lendo essa rima rica do teu verso, Migué, lembrei a letra maravilhosa do sambista Ataulfo Alves, quando agradece ao criador, no caso aqui o Lula, que te "fez um sonhador, pra melhor te exaltar":

Cordel da Dilma

Miguezim de Princesa

Quando vi Dilma Roussef

Sair na televisão

Com o rosto renovado

Após uma operação,

Senti que o poder transforma:

Avestruz vira pavão.

De repente ela virou

Namorada do Brasil:

Os políticos, quando a vêem,

Começam a soltar psiu,

Pensando em 2010

E nos bilhões que ela pariu.

A mulher, que era emburrada,

Anda agora sorridente,

Acenando para o povo,

Alegre, mostrando o dente,

E os baba-ovos gritando:

É Dilma pra presidente!

Mas eu sei que o olho grande

É na montanha de bilhões

Que Lula botou no PAC

Pensando nas eleições

E mandou Dilma gastar,

Sobretudo nos grotões.

Senadores garanhões,

Sedutores de donzela,

E deputados gulosos,

Caçadores de gazelas,

Enjoaram das modelos,

Só querem casar com ela.

Eu também quero uma lasquinha

Uma filepa de poder

Quero olhar nos olhos dela

E, ternamente, dizer

Que mais bonita que ela

Mulher nenhuma há de ser.

Eu já vi um deputado

Dizendo no Cariri

Que Dilma é linda e charmosa,

Igual não existe aqui,

E é capaz de ser mais bela

Que Angelina Jolie.

Dilma pisa devagar

Com seu jeito angelical,

Nunca deu grito em ninguém

Nem fez assédio moral

Ou correu atrás de gente

Com um pedaço de pau.

Dilma superpoderosa:

8 bilhões pra gastar

Do jeito que ela quiser,

Da forma que ela mandar,

Sem contar com o milhão

Do cofre do Adhemar

Estou com ela e não abro:

Viro abridor de cancela,

Topo matar jararaca,

Apagar fogo na goela,

Para no ano vindouro

Fazer um PAC com ela.

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Vamos encerrar com um artigo "na ferradura" que nos manda, com exclusividade para a coluna, o médico escritor cearense José do Vale Pinheiro Feitosa, morador do Leblon, Rio de Janeiro, bem distante do Cariri e do seu último pau-dearara. Com certeza, voto certo da Dilma Rousseff, coerente com toda sua trajetória político-ideológica, de ex-lider estudantil de esquerda, no Ceará. - "Vamos lá, Zé do Vale. Valeu!", diz a torcida.

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As escolhas políticas da campanha de Serra

José do Vale Pinheiro Feitosa

A democracia é como o sol a pino: clareia os espaços ensombrados da sociedade. Assim como o sistema de saúde descobre os casos de catapora uma vez que os doentes o procuram.

Vejamos algumas referências que a campanha a Presidente de José Serra está trazendo à luz: aborto, homossexualismo, religiosidade (ou não), preconceito partidário, aversão à políticas de transferência de renda, venda das estatais, dureza contra certos governos sul-americanos e estado mínimo.

As quatro últimas referências são estruturais na aliança política de Serra e nos anos noventa tiveram imenso vigor ideológico através do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Naqueles anos noventa era uma ideologia mundial, com grandes efeitos na América Latina e pergunte-se a qualquer cidadão médio norte-americano com seu domicílio a perigo o que acha desta fase neoliberal.

O preconceito partidário contra o PT na campanha de Serra poderia bem ser atribuído ao embate normal na política. O PT, o PDT, o PSB, por exemplo, não deixariam de criticar a prática do PSDB e do DEM e menos ainda de generalizar a crítica.

Mas o que a campanha do Serra está fazendo é um movimento reacionário, fundamentalista, de perseguição ao PT e sua candidata, incluindo os demais partidos da frente, usando-se como correia de transmissão da mídia principal, de setores golpistas de certas igrejas e grupos radicais de extrema direita.

Sobre o aborto o que fazem é uma aberração política. O aborto existe em larga escala, clandestino, com o concurso de médicos formados e registrados nos conselhos de classe, com enfermeiros, pessoas práticas e até mesmo com a própria mulher se pondo em risco.

É natural que toda a sociedade democrática entenda o seguinte: uma vez iluminado este vão obscuro, pretendemos criar regras gerais de proteção das mulheres. E isso em sociedades democráticas se chama lei e as leis são para serem cumpridas.

Portanto o aborto deve ser um assunto democrático, não pode cair neste fundamentalismo oportunista que surgiu na campanha de Serra, buscando uma farsa com religiosos que só pensam no chicote sobre o lombo dos outros.

Alguém aí tem dúvida sobre o papel da pílula anticoncepcional, sobre os métodos anticonceptivos, mas, no entanto, o Papa atual prefere negar a reconhecer a sua ampla realidade.

É esta negação antidemocrática que permeia a campanha oposicionista. E poderia ser diferente e mais esclarecedora, mas optou pela farsa. Não cumprirá nada que promete aos grupos fundamentalistas ou então vai governar como um Aiatolá do Irã.

Ontem e hoje, foi a vez de Índio da Costa, o candidato a vice-presidente, na chapa do Serra, condenar uma lei contra a discriminação ao homossexualismo e diz que se o Serra for eleito irá vetá-la.

Novamente um vão esclarecido, não tem nenhuma razão biológica, psicológica ou ética que justifique como aberração ou desvio as preferências homossexuais de alguém.

Portanto não se podem perseguir homossexuais e perseguir é demonstrar aversão a eles ou a seu comportamento. É isso que o Projeto de Lei 122 que Serra vetará regula no comportamento social.

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Os que contribuíram com a coluna de hoje estão citados no texto.

O artigo de FHC na Folha de São Paulo recebemos das mais diversas fontes,

destacando José Torres, Rodrigo de Sá Menezes e Giuseppe Mastroianni

que são nossos atentos olhos de Big Brother na imprensa internacional.



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