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segunda-feira, 26 de julho de 2010

OS CIFRÕES E OS PERIGOS DA PLÁSTICA NO DF


Setor milionário e perigoso
Autor(es): Noelle Oliveira
Correio Braziliense - 26/07/2010

O mercado de procedimentos estéticos movimenta cerca de R$ 125 milhões por ano em Brasília. Mas esse número se refere apenas aos cerca de 140 especialistas que atuam na área. Na capital federal, há em torno de 80 profissionais não habilitados.

Carlos Moura/CB/D.A Press - 5/4/10
O promotor Diaulas Ribeiro alerta para a vulgarização de procedimentos estéticos: “Daí saem as histórias tristes”

A cada hora, aproximadamente três mulheres passam por alguma cirurgia plástica no Distrito Federal. Em média, o setor movimenta cerca de R$ 125 milhões por ano na capital. Com o registro de uma intervenção estética a cada 20 minutos, são realizados anualmente 25 mil procedimentos em toda a unidade da federação. Os números levam em conta apenas os profissionais especializados do DF que atuam na área — aproximadamente 140 médicos. Segundo levantamento informal da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), existem outros cerca de 80 profissionais da saúde não habilitados para atuar no ramo — ou 36,3% do total —, mas que também realizam cirurgias, além de especialistas que esporadicamente chegam à cidade para fazer operações. A projeção feita pelo Correio — que tem como base dados de uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) em 2009 e o levantamento atualizado da quantidade de profissionais que atuam no setor em 2010 — reflete um mercado lucrativo, em que predominam mulheres em busca de exigentes padrões de beleza.

Vistos de outro ângulo, os registros do mercado, dessa vez relativos a tragédias com pacientes que se submeteram às cirurgias, também impressionam. Apenas este ano, quatro mulheres moradoras da capital federal morreram após se submeterem a procedimentos do tipo. Desde 2000, foram 11 as vítimas que, em busca do ideal estético, perderam as vidas. Ao todo, o DF conta hoje com 20 clínicas especializadas para realizar esse tipo de cirurgia. Os procedimentos também são feitos em alguns hospitais da cidade. Um total de cerca de 80 estabelecimentos realizam as intervenções no DF.

Valores
Nacionalmente, o preço médio de uma cirurgia plástica é de R$ 5 mil. Por aqui, a associação de procedimentos mais procurada — que contempla a colocação de próteses de silicone e retoques na barriga, braços ou costas — sai, em média, por R$ 11 mil. Em Goiânia, a 210 quilômetros, o mesmo conjunto de procedimentos pode ser feito por R$ 9 mil, o que atrai brasilienses a realizarem as cirurgias fora. “O que falta é a conscientização dos pacientes de que cirurgia não é corte de cabelo. Os procedimentos desse tipo estão sendo vulgarizados. É justamente daí que saem as tristes histórias que conhecemos”, afirmou o promotor de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida), Diaulas Costa Ribeiro. A discrepância pode ser ainda maior. Em algumas operações realizadas no estado vizinho, como a colocação de próteses de silicone, a intervenção pode sair até mesmo pela metade do preço.

Mesmo com o crescimento do mercado de cirurgias plásticas no DF, o vice-presidente da SBCP, Ognev Meireles, afirma que a quantidade de procedimentos realizados pelos especialistas não tem aumentado. “A potência individual na verdade diminuiu, já que muitos novos profissionais estão chegando aqui, ou simplesmente se deslocam para cá para realizar determinados procedimentos”, considera. O DF forma, por ano, seis novos cirurgiões plásticos. A maioria deles permanece na capital para trabalhar. “Os pacientes têm que ficar atentos e exigir de cirurgiões que vêm de fora uma estrutura que possa socorrê-los aqui, em caso de alguma complicação. Se não for assim, eles ficam completamente abandonados e acabam procurando atendimentos não especializados”, alerta Ognev.


Saiba mais
Segundo no ranking

No prazo de um ano são realizadas aproximadamente 629 mil cirurgias plásticas no Brasil por profissionais especializados. O País já é o segundo no ranking de cirurgias plásticas, perdendo apenas para os Estados Unidos. Um mercado que ultrapassa os R$ 3 bilhões por ano. Das intervenções, 73% são estéticas, enquanto outros 27% são reparadoras. A maioria dos procedimentos (86%) são de caráter cirúrgico.

O perfil preferencial dos pacientes que realizam esse tipo de cirurgia no Brasil são mulheres brancas. Ainda de acordo com o levantamento da SBCP, a maior parte das cirurgias plásticas tem caráter privado, sendo realizadas em hospitais particulares (58%) e pagas pelo próprio paciente (82%).


Previna-se

Dicas para escolher bem
um cirurgião plástico:

» Não selecione um nome
ao acaso. Converse com pessoas que já tenham
feito cirurgia plástica,
peça referências e tire
todas as suas dúvidas sobre
o atendimento do médico,
sobre o pré e o pós-operatório e os resultados obtidos.

» Não se contente, no entanto, apenas com a opinião dessas pessoas. Procure saber se o médico é especialista em cirurgia plástica. Ligue para
a Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica pelo telefone 3346-2300 ou acesse o site www.cirurgiaplastica.org.br
/df. Na seção “membros”, é possível conferir, por estado, se o profissional em questão está na lista dos associados.

» Entre em contato também
com o Conselho Regional
de Medicina (CRM) e
pergunte se há alguma decisão da entidade contra
o cirurgião. No Distrito Federal, o telefone para
esse tipo de consulta é o 3322-0001. Peça para falar
com o setor de registro.

» Feito isso, marque consulta com, pelo menos, dois médicos e compare opiniões. Privilegie os profissionais
que transmitam confiança e segurança, os que falam
dos riscos envolvidos com
a cirurgia e deixam a
decisão final para você.

» Conheça também o local
onde será realizada a operação. Cheque se há Unidade de Terapia
Intensiva (UTI), aparelhos, medicamentos e infraestrutura adequada para casos de emergência.

» Desconfie dos que cobram valores muito abaixo do
preço de mercado. Também desconfie de anúncios mirabolantes que prometem resultados fantásticos.

» Caso o médico se apresente como cirurgião plástico, mas não possua especialização
na área, acione o Procon
pelo telefone 151.


Memória
Mortes em 2010

Reprodução - 31/1/10

2 de abril

A assessora Kelma Macedo Ferreira Gomes, 33 anos, morreu sete dias depois de lipoescultura realizadaem clínica localizada no Setor Universitário da capital goiana. Laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal (IML) aponta para morte em decorrência de pneumonia e embolia pulmonar. O Ministério Público do Distrito Federal e a 23ª Delegacia de Polícia (P Sul) investigam o caso.

6 de março

A brasiliense Lana Elisa Gomes, 35 anos, morreu em Anápolis (GO), após passar por uma cirurgia plástica. Ela morava com o marido na Espanha havia três anos, mas estava no Brasil desde janeiro para realizar os exames médicos. Após sentir-se mal, foi transferida para um hospital, mas não resistiu. Lana sofreu parada cardiorrespiratória.

25 de janeiro

A jornalista Lanusse Martins Barbosa, 27 anos, perdeu a vida durante lipoaspiração realizada no Hospital Pacini, na 715/915 Sul. Investigações policiais concluíram que houve erro do médico Haeckel Cabral Moraes, que acabou indiciado e denunciado por homicídio qualificado pela morte da jovem. A autópsia revelou que houve perfuração da veia renal direita de Lanusse durante a lipo.

9 de julho

A tesoureira Marinalda Araújo Neves Ribeiro, 46 anos, morreu durante procedimento cirúrgico que iria lipoaspirar culotes e abdômen, retirar excesso de pele e implantar próteses nos seios,além de um procedimento de reparação das pálpebras. As cirurgias seriam realizadas na Clínica Magna,localizada no Edifício das Clínicas, na Asa Norte.Marinalda deu entrada na clínica às 8h30. A paciente realizou todos os exames pré-operatórios e de risco cirúrgico.


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