[Valid Atom 1.0]

segunda-feira, 26 de julho de 2010

'Governo tem mais facilidade que oposição'


Autor(es): Agencia o Globo
O Globo - 25/07/2010

ENTREVISTA José Gregori

Escolhido pela terceira vez pelo candidato a presidente José Serra (PSDB) para comandar suas contas de campanha, o exministro da Justiça José Gregori é do tipo que valoriza a discrição. E é a esse perfil que o tucano atribui os convites para uma função polêmica, já alvo de escândalos.

Gregori conversou com o GLOBO sobre a tarefa de administrar, nos próximos três meses, a campanha que tem a estimativa mais alta de gasto desta eleição R$ 180 milhões, contra R$ 157 milhões de Dilma Rousseff (PT) e R$ 90 milhões de Marina Silva (PV). O tucano diz que a situação financeira do comitê de Serra é promissora, mas admite que a candidata governista deverá ter mais facilidade para arrecadar recursos

Silvia Amorim

O GLOBO: A campanha do Serra tem o maior orçamento desta eleição. Quanto já foi arrecadado nesses primeiros dias?

JOSÉ GREGORI: As coisas estão promissoras, mas não vou falar em números. O primeiro balanço deve ser enviado à Justiça Eleitoral na semana que vem. Vamos cumprir a lei e pretendemos também colocar no site da campanha a quantia arrecadada nesse período.

O que posso dizer é que começamos no último dia 15 a movimentação da nossa conta.

Ela já não é mais intocada.

Qual é a estratégia para buscar os recursos?

GREGORI: O valor informado à Justiça Eleitoral não é o que você gasta. É o que você estima.

É um processo burocrático penoso, que praticamente para o funcionamento do comitê.

Portanto, desta vez decidimos estimar com folga. Estamos naquela fase de surgir pessoas interessadas em ajudar.

Ainda não há necessidade de trabalho de proselitismo.

Quanto o PSDB prevê, de fato, gastar?

GREGORI: O nosso valor se aproxima do valor do PT. E os dois são bastante maiores que o da Marina porque ela tem a metade das alianças que nós temos. Ela vai trabalhar de uma forma mais intensa na metade dos estados brasileiros.

Nós vamos trabalhar em todos os estados.

Como o senhor avalia que será a corrida por recursos?

GREGORI: Todo governo tem mais facilidade do que a oposição, porque cria inevitavelmente dependências e relacionamentos que, às vezes, duram exatamente o período da campanha. Realmente o governo, na soma dos fatores que levam alguém a ajudar, terá sempre uma clientela maior de pessoas dependentes do que a oposição.

O PSDB não está tão em desvantagem porque tem o governo de São Paulo...

GREGORI: Não é bem assim.

Hoje você tem para quase tudo uma dependência que é indispensável do governo federal.

Não acontece isso com o governo estadual.

Que setores da economia têm sido mais receptivos?

GREGORI: É tudo mesclado.

Pelo menos, neste começo, não dá para dizer que há uns mais receptivos que outros

Estava em discussão na campanha a contratação de uma auditoria para o comitê financeiro. Houve decisão?

GREGORI: Imaginando que vamos ter uma massa de papéis muito grande, a ideia é montar um grupo de maneje essa cascata de notas e recibos.

Para a verificação dos documentos mais corriqueiros, talvez a gente tenha uma empresa especializada. Está p r a t i c a m e n t e e m v i a s d e (contratar).

A eleição deste ano traz novidades como a doação pela internet. O PSDB vai usar esse expediente?

GREGORI: Por enquanto, não.

Ele é muito importante. O problema é que ninguém disse ainda como a gente tem que se estruturar para isso.

Também será a primeira eleição após a proibição da doação oculta. Isso pode afastar doadores?

GREGORI: Acho que não. Depois do mensalão todo mundo sabe que precisa de clareza e transparência em relação a doações. A doação oculta é geralmente aquela que vai parar na mídia.

O senhor está se referindo a caixa 2. Algum partido consegue fazer campanha sem caixa 2?

GREGORI: Nós sempre conseguimos.

As nossas contas foram sacramentadas pela Justiça Eleitoral sem problemas.

O cargo de tesoureiro já foi alvo de polêmica e escândalos. É a terceira vez que o senhor é escolhido por Serra para a função.

A que atribui isso?

GREGORI: A uma boa história política, sem nenhum comprometimento judicial, policial ou jornalístico.



๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑๑۩۞۩๑


LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: