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domingo, 13 de dezembro de 2009

Motorista de van é obrigado a pagar R$ 70 por dia para milícia ou tem o carro queimado


Paulo Carvalho - Extra

Milícia cobra taxa de incêndio de motoristas de vans. Foto: Jadson Marques

RIO - A milícia da Zona Oeste resolveu aumentar a exploração contra motoristas de vans que atuam naquela região. Antes eles eram obrigados a pagar R$ 50 pela segurança e R$ 20 pelo terreno ocupado por eles como estacionamento. Agora, os 347 donos de veículos estão pagando uma nova taxa no valor de R$ 70: a taxa de seguro contra incêndio, por dia. O faturamento total mensal da milícia gira em torno de R$ 1, 5 milhão.

A nova taxa começou a ser cobrada há mais ou menos dois meses. Os motoristas começaram a ser abordados por seguranças da milícia nos pontos finais, onde geralmente ficam os despachantes das linhas.

Segundo os motoristas, a taxa diária deve ser separada e, pelo menos uma vez por semana, eles devem depositar o que foi armazenado durante os sete dias trabalhados em uma conta corrente.

Os avisos chegam por meio de bilhetes. Neles além das informações vão constando também ameaças. Caso o motorista se recuse a pagar a taxa, terá sua van queimada. Em um mês, cinco carros foram incendiados em Campo Grande. Dois no Rio da Prata, um no bairro Jardim Maravilha e outra em Jardim Monteiro.

Com medo, alguns motoristas acabam não procurando a delegacia para fazer o registro do ataque. De acordo com o delegado Fábio Barucke, nos últimos seis meses na 35ª DP (Campo Grande), houve apenas três registros de vans destruídas pelos bandidos. Duas delas, no mês passado. O delegado admite, entretanto, que já investiga essa nova estratégia adotada pelos milicianos.

Liga da Justiça perde forçana região

As duas grandes operações denominadas Têmis, para desestabilizar o grupo de miliciano denominado Liga da Justiça, parece ter surtido o efeito desejado. As prisões dos grandes chefões e de homens de confiança do bando colocou medo em quem ainda resiste e continua solto na Zona Oeste.

Investigações da polícia descobriram que, há pouco tempo, Toni Ângelo de Souza Aguiar, que atualmente é o chefe do grupo, reuniu-se com os milicianos para conversas com o bando. Ele teria tirado dinheiro do próprio bolso para dar como gratificação aos homens. O gesto, na verdade, representou o medo de Toni em perder aliados para o rival.

O delegado Fábio Barucke admite que o Comando Chico Bala vem ganhando corpo na região. O grupo já teria tomado diversas linhas de vans, principalmente em Campo Grande.

- A Liga da Justiça ainda não morreu. Mas ficou muito fraca depois que todas as prisões de pessoas ligadas a ela foram feitas. Só restou mesmo o Toni Ângelo - afirmou.

A denúncia de que um terceiro grupo estaria se formando na região não foi confirmada pelo delegado. Segundo ele, algumas pessoas ligadas aos dois grupos estão tentando sair. Isso pode estar causando confusão entre os topiqueiros.










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