Revista diz que crise no país foi 'cemitério' dos planos de Barack Obama de restaurar relações com vizinhos
"Ninguém poderia prever que a pequena Honduras seria o cemitério tanto da diplomacia da América Latina como da tentativa de Barack Obama de um início amigável com os vizinhos. Ainda assim, foi o que ocorreu", diz a revista.
A revista conta que a recente eleição de um sucessor para o presidente derrubado Manuel Zelaya dividiu os países da região. "Os Estados Unidos e meia dúzia de países latino-americanos querem reconhecer o resultado e restaurar relações com Honduras", diz a Economist. "Mas o resto da região, liderado pelo Brasil, diz que isso legitimaria um golpe de Estado".
"Talvez seja assim", afirma a revista. "Mas, ao impedir uma saída para o impasse, rejeitar (o presidente eleito Porfírio) Lobo seria punir ainda mais o cidadão comum hondurenho".
A revista afirma que o governo de Obama poderia ter ajudado a solucionar a crise caso tivesse agido com mais rigidez desde o começo das disputas. Mas ele foi retardado pela oposição republicana no Congresso, que bloqueou a nomeação de diplomatas sêniores para a América Latina". "Depois", diz o editorial "Obama reverteu seu curso, abandonando a causa de Zelaya".
Segundo a Economist, o Brasil também "agiu mal", ao permitir que a embaixada brasileira se tornasse "o quartel general da campanha de Zelaya" e ao fracassar em alcançar a restituição do líder deposto.
Além das críticas aos Estados Unidos e ao Brasil, a Economist afirmou ainda que a postura do líder deposto, Manuel Zelaya, foi "arbitrária", já que ele teria desobedecido a ordens judiciais.
Apesar disso, a revista também questiona a credibilidade das eleições presidenciais no país, que elegeram Porfírio "Pepe" Lobo, afirmando que o pleito foi "longe de perfeito". De acordo com o artigo, as restrições às liberdades pelo governo interino teriam prejudicado a legitimidade da votação.
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