17 de novembro de 2009 • 16h42 • atualizado às 23h25
Um dos países mais fechados do mundo em termos de recepção a estrangeiros, o Irã deverá autorizar a partir do próximo ano que brasileiros permaneçam até duas semanas no país a passeio ou negócios. Outra ideia é liberar diplomatas e empresários brasileiros da obrigatoriedade de obtenção de visto para entrar em território iraniano.
As duas mudanças estão na pauta de negociações dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad, na próxima segunda-feira. Em entrevista nesta terça-feira à Agência Brasil, o embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, afirmou que o objetivo é ampliar o acordo de liberação de vistos para toda a população.
"Inicialmente, diplomatas e empresários deverão ser liberados do visto. Depois, a população em geral. Há estudos também deverá ser autorizada a permanência (de brasileiros no Irã) por até 15 dias", afirmou.
Em outubro, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Alireza Salari, afirmou que a visita de Ahmadinejad ao Brasil vai fortalecer as relações consulares entre os dois países. Com isso, o Brasil passaria ser um dos poucos países a não exigir visto para cidadãos iranianos.
Para Salari, as conversas entre os presidentes vão gerar ainda um processo de integração econômica e cultural, em decorrência dos perfis do Brasil e do Irã. De acordo com Salari, as duas economias, em fase de desenvolvimento, são complementares e têm um Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de US$ 1 trilhão.
Estudos realizados pelo governo iraniano indicam que os acordos em projetos industriais e comerciais devem envolver não apenas as empresas públicas, mas o setor privado. De acordo com Shaterzadeh, durante a visita de Ahmadinejad ao Brasil, serão negociados vários acordos nas áreas culturais incluindo música e cinema.
No próximo fim de semana, o presidente do Irã desembarca em Brasília com uma comitiva de 300 pessoas. São empresários que atuam nas mais diferentes áreas desde indústrias até mineração, agricultura, agronegócios e pesquisas, entre outros. A visita do iraniano gera críticas e ocorre uma semana depois de o presidente de Israel, Shimon Peres, ter estado no Brasil.
Agência Brasil
17/11/2009 - 17h51
Irã condena cinco à morte por protestos pós-eleitorais
Folha OnlineO Irã condenou à morte cinco pessoas pelos protestos que se seguiram à contestada eleição presidencial do país em junho, informou a TV estatal nesta terça-feira. Pelo menos outros três envolvidos já haviam recebido sentenças de morte anteriormente.
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A Justiça deu início em agosto a um julgamento coletivo de figuras proeminentes da oposição e ativistas, por uma série de acusações de espionagem a rebelião e conspiração, no que as autoridades chamaram de "revolução suave" para derrubar os governantes islâmicos do país.
A oposição liderou grandes protestos de rua, marcados por choques com as forças de segurança e milícias islâmicas leiais ao governo na semana seguinte à eleição presidencial de 12 de junho. A oposição alegou fraudes depois que as autoridades eleitorais declararam o presidente Mahmoud Ahmadinejad em primeiro turno. A revolta desencadeou os distúrbios internos mais graves no país nos últimos 30 anos, desde a Revolução Islâmica, que instalou o regime clerical xiita.
Durante os protestos, cerca de 4.000 pessoas foram detidas e 140 foram indiciados.
Em um comunicado, o Departamento de Justiça disse que os cinco condenados à morte eram membros de "grupos terroristas e armados da oposição", informou a televisão estatal. Segundo o comunicado, os tribunais condenaram um total de 89 réus desde o início do julgamento, e 81 deles receberam penas de prisão entre seis meses e 15 anos. Três foram absolvidos.
"Os veredictos emitidos aqui não são definitivos e podem ser objeto de recurso," informou o comunicado, acrescentando que o tribunal emitiu a declaração para "prevenir a propagação de boatos infundados e irreais sobre a forma de emissão dos veredictos."
Em outubro, a agência de notícias iraniana Isna informou que três pessoas haviam sido condenadas à morte por acusações relacionadas à pós-agitação votação e as ligações a grupos de oposição no exílio.
Eles foram acusados de filiação a um grupo pró-monarquia e ao Mujahideen do Povo do Irã, uma organização de oposição no exílio, considerado pelo governo iraniano e pelos Estados Unidos como um grupo terrorista.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu no mês passado que os tribunais de recursos revisassem a três penas de morte cuidadosamente.
A oposição diz que mais de 70 pessoas morreram nos distúrbios pós-eleitorais. Nas contas das autoridades, o número de mortos cai para a metade e inclui membros da milícia islâmica Basij.
O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas.
Apesar de os protestos de rua terem acabado nos últimos meses, o reformista Mor Hossein Mousavi, segundo colocado na eleição, e outras figuras da oposição, como o ex-presidente Mohammad Khatami, recusaram-se ao silêncio. O mais explícito dos oposicionistas tem sido o também candidato Mehdi Karubi, que denunciou torturas e estupros contra prisioneiros políticos --o que foi veementemente negado pelo governo.
O líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei informou no mês passado que enviou mensagens particulares para aqueles que continuavam a questionar a eleição dizendo que eles poderiam não ser capazes de controlar o rumo dos acontecimentos --uma ameaça implícita de ação governamental adicional se não cessassem as suas atividades.
No último dia 4, centenas de opositores se manifestaram em Teerã de forma paralela à concentração convocada pelo regime iraniano para comemorar o 30° aniversário da invasão da embaixada dos EUA no país por militantes islâmicos. Segundo a polícia, 109 pessoas foram detidas, das quais 47 foram libertadas sob fiança e 62 foram presas e processadas.
Com Associated Press, Reuters e Efe
Trânsito em SP pela Rádio SulAmérica
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