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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Gripe suína: doença deixa em alerta fronteira entre Brasil e Venezuela, onde vive tribo yanomami


Plantão | Publicada em 04/11/2009 às 21h07m

Reuters, O Globo

SÃO PAULO - A fronteira entre o Brasil e a Venezuela, exatamente no ponto onde vivem cerca de 32 mil índios yanomamis, formando a maior tribo relativamente isolada da Amazônia, está fechada devido ao risco de gripe suína. O vírus atingiu indígenas que vivem no lado venezuelano, causando sete mortes nas duas últimas semanas, segundo a ONG Survival International.

Outros mil membros da tribo yanomami na Venezuela teriam sido contaminados pela gripe, de acordo com o grupo de proteção aos direitos dos povos indígenas. Há a preocupação de que a gripe possa se espalhar pela região e causar mais mortes entre os indígenas, que têm pouca resistência a vírus introduzidos em suas comunidades.

O diretor da Survival, Stephen Corry, disse que a situação é crítica e que os governos de Venezuela e Brasil devem agir imediatamente para deter a epidemia e melhorar as condições de saúde dos yanomamis.

- Se eles não agirem, podemos ver mais uma vez centenas de yanomamis morrendo de doenças tratáveis. Isso seria devastador para essa tribo isolada, cuja população se recuperou apenas recentemente das epidemias que dizimaram seu povo 20 anos atrás - disse em comunicado.

Cerca de 20% dos yanomamis morreram de gripe, malária e outras doenças disseminadas nos anos 1980 e 1990 quando garimpeiros invadiram seu território, de acordo com a ONG.

O governo da Venezuela fechou a fronteira e enviou equipes médicas à região.

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) descartou a circulação do vírus entre os Yanomami no território brasileiro. O coordenador regional da Funasa, Marcelo Lopes, informou que desde o início da epidemia, a fundação implantou o protocolo do Ministério da Saúde também nas regiões indígenas. Com as notícias de que índios do lado venezuelano havia contraído a gripe suína, um novo alerta foi emitido para que as equipes de saúde reforcem a atenção com as medidas preventivas.

Em toda a terra indígena Yanomami há mais de 260 profissionais da saúde não-indígenas e 150 agentes indígenas que atendem 37 polos-bases, sendo dois na fronteira com a Venezuela. Também há medicamentos para combater a gripe suína. Um avião e um helicóptero estão em alerta caso seja necessária fazer transporte de doentes.

Os 17 casos da doença e as oito mortes ocorreram nas regiões amazônicas de Platanal e Ocamo, no Sul do país, e foram confirmados pelo Ministério do Poder Popular para os Povos Indígenas da Venezuela. Há pelo menos 50 médico na região e mais 50 serão enviados.

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