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domingo, 25 de outubro de 2009

Amigo Judas




sáb, 24/10/09
por gmfiuza |
categoria Geral

Lula não fez por mal. Ele é amigo de todo mundo. Já deu tapinha nas costas de Marmoud Ahmadinejad. E Judas nunca disparou um míssil nuclear clandestino. Não pode ser tão mau assim.

Um dia, Lula acordou invocado e ligou pro Bush. Questões de Estado se resolvem assim, com um telefonema e três piadas. Por isso o general Muammar Kadafi também é amigo do presidente brasileiro. E os terroristas das Farc ganharam acesso direto ao Palácio do Planalto.

Não pensem que se trata de uma grande conspiração de forças obscuras. Nada disso. Tudo é festa na DisneyLula.

Ele é o filho do Brasil. É o homem que sobreviveu ao companheiro Delúbio, ao companheiro Valério, ao companheiro Silvinho, ao companheiro Dirceu, aos companheiros Bargas, Lorenzetti, Valdebran e Gedimar. Quem Judas pensa que é?

Lula, o filho do Brasil, erradicou o mal. Sarney, Calheiros, Collor e companhia circulam alegres na sua aba, beneficiados pela imunidade moral do presidente. Estar com Lula é estar com Deus. Se bem que este último já já sai de moda.

Historiadores e teólogos se debruçam neste exato momento sobre os alfarrábios para ver se Judas alguma vez travou a restituição do imposto de renda, para gastar em campanha eleitoral fora de hora. Os estudiosos não querem retocar a biografia do traidor de Jesus. Só querem verificar se na Roma antiga uma trapaça dessas também ficava por isso mesmo.

O Brasil sairá da era Lula um pouco mais bagunçado. Um pouco mais unido também. Talvez nenhum outro líder nacional tenha sido tão representativo, e isso é um fato positivo. Também é fato que se trata de um presidente desestimulador de crises, com seu jeito de governar como se estivesse tomando uma cerveja depois da pelada.

Se vier por aí a filha do filho do Brasil, talvez os brasileiros tenham saudade da camaradagem entre Lula e Judas. A mulher-dossiê, alma gêmea do Iscariotes, não dá samba, nem filme-exaltação. No máximo, um roteiro de suspense.



  • Guilherme Fiuza

    Guilherme FiuzaJornalista, é autor de Meu nome não é Johnny, que deu origem ao filme. Escreveu também os livros 3.000 Dias no Bunker, reportagem sobre a equipe que combateu a inflação no Brasil, e Amazônia, 20º Andar, a aventura real de uma mulher urbana na floresta tropical. Em política, foi editor de O Globo e assinou em NoMínimo um dos dez blogs mais lidos nessa área. Este espaço é uma janela para os grandes temas da atualidade, com alguma informação e muita opinião.





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