09/06/2009 - 17:26 , atualizada às 21:18 09/06 - Redação com Agência Estado
SÃO PAULO – Cerca de 30 policiais militares da Tropa de Choque enfrentaram no começo da noite desta terça-feira estudantes, professores e funcionários das três principais universidades públicas do Estado - Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os manifestantes estavam fazendo um “trancaço”, bloqueando o acesso à universidade pelo portão 1, quando a PM chegou.
- Revista Brasileiros: Campus de Guerra
A Polícia usou nove bombas de efeito moral e balas de borracha e os manifestantes responderam com pedras na direção dos policiais.
De acordo com a PM, o policiamento no local foi reforçado e três manifestantes foram encaminhados ao 93º Distrito Policial de São Paulo para prestar depoimento. Foram presos Celso Luciano Alves da Silva, Claudionor Brandão e José Ailton Dutra Junior.
O objetivo da corporação, segundo foi informado, é garantir o acesso dos universitários que não aderiram à greve e querem assistir às aulas.
AE |
Estudante e policiais militares |
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), entre os três presos estão dois funcionários e um estudante. Um deles é o dirigente do próprio Sintusp, Claudionor Brandão, que foi demitido em maio pela reitoria da universidade. O estudante levado ao DP teria sido ferido por estilhaços de uma das bombas de efeito moral atiradas pela polícia.
Após o conflito, os estudantes, funcionários e professores seguiram para o prédio da Faculdade de História e Geografia da USP, onde estão concentrados.
O bloqueio da entrada principal da USP aconteceu por quase duas horas. Um carro de som bloqueou a rua até as 16h41, quando uma marcha de cerca de 2 mil pessoas retornou ao prédio da reitoria. Durante o ato na Rua Alvarenga, estudantes e funcionários gritaram palavras de ordem a 20 policiais militares.
AE |
Estudante entrega flor a policial militar |
Posição da Reitoria
Quase quatro horas depois do conflito entre manifestantes e polícia, a Reitoria da USP divulgou um comunicado lamentando o confronto.
"A Reitoria lastima que a ação isolada de um grupo radical de manifestantes tenha provocado o confronto, inclusive com a depredação do patrimônio público, resultando em cenas inadmissíveis dentro do ambiente universitário, no qual o diálogo deve ser sempre privilegiado", diz a nota.
Greve
As principais reivindicações dos funcionários, professores e estudantes são a saída da PM da universidade e a reabertura de negociação salarial com a reitora Suely Vilela, interrompida no último dia 25.
Na segunda-feira, o Fórum das Seis (que representa alunos, funcionários e professores da USP, Unicamp e Unesp) passou o dia organizando a mobilização. Ao menos 250 pessoas da Universidade Estadual de Campinas e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba, vieram de ônibus para participar do ato na capital. Outras unidades também enviarão representantes. Funcionários da USP iniciaram a greve em 5 de maio. Professores e alunos ingressaram no movimento há uma semana, mas a adesão continua baixa.
Serra
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse nesta terça-feira, após inaugurar um ambulatório de Saúde na Zona Sul da capital, que a presença da PM na universidade se deve a uma ordem judicial. "A reitora pediu segurança e o governo não tem outra alternativa a não ser manter a PM lá", disse. Um grupo de sete estudantes da USP protestou em frente à unidade com faixas pedindo a saída de policiais da universidade.
Veja imagens do confronto na USP
Tenente explica confronto na USP
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