“COMO ESQUECER” fala sobre conflitos e sentimentos que são comuns à maioria das pessoas. Assim, as situações e emoções vivenciadas na trama são passíveis de pertencer à trajetória de qualquer um de nós, tornando a história envolvente, divertida e emocionante.
Duas mulheres formam o par amoroso central, mas quando a relação se desfaz, todo um deserto de lembranças e sofrimentos nos é revelado. Em meio a uma série de conflitos internos e diante da necessária readaptação para uma nova vida, Júlia, a protagonista, não disfarça sua dor enquanto narra suas emoções. Ao longo do filme, ela vai encontrando e se relacionando com outras pessoas que também estão vivendo, cada uma a seu modo, a experiência de ter perdido algo muito importante em suas vidas. Todas elas compartilham a experiência da dor, da solidão assim como o desejo por dias melhores.
Tratando de temas universais e tão comuns à vida contemporânea como o amor, a perda, a solidão, a amizade e o sexo, a história de “COMO ESQUECER” ganha de imediato a identificação e a cumplicidade do espectador. independente de sua opção sexual. A história mostra conflitos e sentimentos que são comuns à maioria das pessoas. Assim, as situações que estão presentes na trama podem estar acontecendo, ter acontecido ou ainda acontecer na trajetória de cada um de nós. Esse é um dos pontos fortes de “COMO ESQUECER”: a identificação do publico com o filme, sempre permeada por humor e emoção.
A proposta da direção, da produção e de todos os envolvidos no projeto, é a de realizar um longa-metragem de alta qualidade técnica e estética. Entendemos que nosso grande objetivo é ter um filme que conquiste o público, gerando identificação, e sensibilizando os espectadores garantindo, dessa forma, retorno de crítica e público.
A história tem como cenário a cidade do Rio de Janeiro, com todas as suas peculiaridades, mas também poderia ser ambientada em qualquer ambiente contemporâneo já que aborda um tema universal e atemporal: Qual é a natureza do amor? E quando esse mesmo amor se vai?
O filme nos traz personagens cujos sentimentos, suas ações e suas reações estão muito próximas de nós. Uma trama instigante que fala de pessoas comuns enfrentando os desafios de superar as dores do passado e a busca de uma nova chance de encontrar a felicidade. O espectador vai acompanhar cada instante da jornada dilacerante e desafiadora de Júlia, uma professora de literatura inglesa, 40 anos, que luta para vencer a depressão e reconstruir sua vida depois de viver uma intensa e duradoura relação amorosa com a enigmática Antônia. Abandonada e mergulhada numa dolorosa aprendizagem da agonia, Júlia vê sua vida e seus valores estilhaçados pela melancolia. O que lhe resta são fragmentos, por vezes desfocados, de memória. Ela troca o dia pela noite. Às três da manhã pode estar trabalhando diante do computador em sua tese de doutorado sobre O morro dos ventos uivantes e às duas da tarde, dormindo debaixo dos cobertores. Sobre seu relacionamento com os amigos Julia tem consciência de que eles não sabem o que fazer diante de um desespero de longo curso que não da sinais de melhora : “Minha depressão os esmaga... “ O mundo contemporâneo mostra-se pouco à vontade ante uma dor que excede seus prazos exíguos. O sofrimento alheio dá enjôo. Pouco importa que se tenha perdido tudo. E daí?”
Mas Júlia se surpreende com as novas possibilidades que se abrem para sua vida, depois que ela decide dividir uma ampla e confortável casa nas proximidades do Rio com seu melhor amigo Hugo, um ator que ainda se recupera da dor de ter perdido para o câncer o seu companheiro, e com Lisa, uma jovem professora que vive uma tumultuada relação com o namorado depois de se descobrir grávida. Em torno da nova morada do trio, transitam ainda: Alexandre Mauro, o solitário aluno de Júlia; o septuagenário Honório; Nani, o novo namorado de Hugo; e Helena, prima de Lisa, que com seus dotes culinários e alto poder de agregação torna o ambiente vívido e luminoso, despertando em Júlia sentimentos adormecidos como a ternura, o encantamento e a sedução.
Júlia, Hugo, Helena, Honório, Lisa, Alexandre, Nani. Pessoas comuns que tentam, cada uma a seu modo, enfrentar as suas dores e seus bloqueios: a perda de um grande amor, a morte, o medo de recomeçar, o desejo de ousar. Num clima ao mesmo tempo dramático, emocional e divertido, os personagens do romance de Myriam Campello, como todos nós, enfrentam o mesmo desafio: sobreviver aos valores descartáveis de nossos dias, sem fugir da experiência humana de desejar, amar e enfrentar as conseqüências de suas decisões.
Murilo Rosa faz o amigo, também homossexual, em Como Esquecer, próximo filme de Malu De Martino
Luiz Carlos Merten, RIO
Quem fala é a produtora Elisa Tolomelli e ela comemora o fato de ter contado com Ana Paula. A atriz, tão logo leu o roteiro, deu seu aval, sem se preocupar com as possíveis consequências para sua carreira. Afinal, Ana Paula é um objeto de desejo do público masculino, projeta uma imagem de glamour. Em Como Esquecer, ela parece acabada. Sofre como uma condenada. "Quer glamour?", a própria Ana Paula provoca o repórter do Estado. "Vai procurar na revista." No set, ela é essa mulher que se isola para curtir a dor de uma separação. Ela levou um pé da mulher que era o amor de sua vida, como diz seu companheiro de elenco, Murilo Rosa, que também faz um gay. "Levei um pé? Que coisa mais vulgar", exclama Ana Paula. O sofrimento que transmite é genuíno. Ana Paula saiu melhor do que a encomenda para a diretora Malu De Martino.
Esse enfoque ?intimista? é o que também se propõe Aluizio Abranches em Do Começo ao Fim, em fase de finalização, sobre dois irmãos gays e incestuosos. São filmes que prometem fazer barulho. Malu De Martino concluiu no fim de semana a filmagem de Como Esquecer em Pedra de Guaratiba, a quase duas horas de distância do Rio. A cidade já foi point litorâneo nos anos 80. Hoje, perdeu o glamour - como a personagem de Ana Paula Arósio -, mas possui todos os requisitos que Malu e Elisa Tolomelli necessitavam. Tem mar, um píer muito bonito, tem rio. E tem essa casa que a produção metamorfoseou para transformar num personagem tão atuante na trama quanto os de Ana Paula e Murilo Rosa. Ele perdeu o companheiro, de aids. Ambos se apoiam. Num momento de carência, possuem uma cena íntima. Mas um e outro vão ter seus momentos com pessoas do mesmo sexo. Como Esquecer, o título, pode ser uma pergunta, mas aqui não há interrogação. É uma afirmação, portanto. Como esquecer? A vida vem.
Ana Paula afirma que não filma tanto quanto gostaria. Ela tem o trabalho na TV, as campanhas publicitárias e, às vezes, mesmo quando o trabalho interessa, chega quando ela está comprometida com outros projetos. No caso de Como Esquecer, o timing foi perfeito. Ela podia fazer, e quis. O repórter lembra seu começo, com Walter Hugo Khouri. Forever, em 1990. "Ele foi um visionário. Viu do que eu seria capaz antes de qualquer outra pessoa, antes que eu mesma." Murilo Rosa, ao seu lado, no set, elogia. "A Ana é de uma concentração extraordinária. Ela vive a personagem com entrega. Era para sofrer? Ana foi fundo. Não importa quantas vezes seja preciso repetir a cena. Ela está sempre pronta."
No dia em que o repórter visita o set, Ana, que tem uma casa na Barra, está se transferindo para Pedra de Guaratiba com os cachorros (dois). Ela vai ficar aqui, integrada ao restante da produção (e do elenco), à espera de sua cena homossexual (com Arieta Correa), que a diretora prometia rodar no maior sigilo, no fim de semana. Murilo vinha alternando a filmagem com a gravação de suas cenas na novela Caminho das Índias. O ator entrou na trama de Glória Perez para salvar o filho de Duda e Raj, Tânia Kalil e Rodrigo Lombardi, e já caiu no gosto do público. Falar de filho é com ele mesmo. Murilo não descuida de seu melhor papel, o de pai (na vida) de Lucas, seu filho com a modelo Fernanda Tavares, nascido em outubro de 2007. Malu De Martino e Elisa Tolomelli, diretora e produtora, dividem arte e vida. Elas se preocupam com o destino de seu filme. Na primeira vez que Como Esquecer surgiu na imprensa foi numa nota para dizer que o filme conta a história de ?uma sapatão?. Seria o mesmo que definir O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee, como a história de dois ?viados?! Elisa é uma das mais conhecidas produtoras do País. Além dos próprios filmes, é altamente qualificada como diretora de produção. Elisa bateu em várias portas, atrás de patrocínio. Ouvia sempre - "Que legal! Sucesso!" Mas nenhuma empresa quis ligar seu nome a um filme gay. Salvou-a o governo federal, por meio da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
Como Esquecer é uma adaptação da história autobiográfica de Miriam Campello. O roteiro demorou três anos - três! - para ser escrito. Elisa nunca se dava por satisfeita. Queria um roteiro não apenas bem escrito, mas verossímil, com cheiro de verdade. Quando Ana Paula Arósio, além de dar o sim, disse que se havia emocionado muito ao ler, Elisa sentiu que havia chegado lá. Ela forneceu a Malu De Martino uma equipe altamente qualificada. A equipe, essencialmente feminina - feminista? -, inclui a diretora de fotografia Heloisa Passos, que filma em super 16 mm, usando a lente Ultra Prime - mais comum em equipamentos para 35 mm - em busca de uma alta definição da imagem. Tudo é feito no capricho. Malu sabe que está ousando. "Na maioria das vezes, o homossexualismo feminino entra na tela para estimular o voyeurismo masculino, como uma fantasia dos homens. O sexo faz parte da nossa história, mas estou falando de afeto, de sentimentos. Se a personagem de Ana Paula estivesse sofrendo por um homem, não seria diferente. Chegamos a pensar na mudança, mas por quê? Miriam teve a coragem de escrever seu livro, que é muito bonito, muito verdadeiro. Espero fazer um filme à altura, tão sincero quanto o livro dela." A filmagem no Brasil já terminou. Como Esquecer terá agora mais uns dias em Londres, lá por agosto/setembro. Serão as cenas de Ana Paula com a ex, seus momentos de felicidade que serão vistos, não como flash-backs, mas filminhos domésticos.
COMO ESQUECER
“Como Esquecer” é uma história de personagens complexos cujas ações estão muito próximas de nós. Uma trama instigante que fala de pessoas comuns que enfrentam os mesmos desafios: como superar as dores do passado e buscar a redenção?
fichatécnica
Ano de Produção: 2009
Cor: Cor
País: Brasil
Gênero: Ficção
Idioma: Português
Diretora: Malu De Martino
Produtora: Elisa Tolomelli
Roteiro: Douglas Dwight
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