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sábado, 9 de maio de 2009

As muitas faces da Índia




Por Fernanda Meneguetti

Verdade seja dita: uma novela do horário nobre é imbatível no quesito lançamento de moda. O que inclui locações e destinos que passam a ser alvo da curiosidade e sonho de consumo turístico de uma parcela significativa do público. Neste início de ano, o país da vez é a Índia, embalada pelo visual exuberante e pelo toque místico mostrado na telinha. Quem já trabalhava com o destino tratou de destacá-lo junto ao consumidor. E mesmo operadoras dedicadas ao turismo nacional não vão perder a chance de oferecer um momento de sonho em frente ao Taj Mahal.
Lucila Nedelciu, diretora da Raidho, operadora especializada em destinos exóticos, tem razões de sobra para indicar os motivos que a levaram, há 18 anos, a trabalhar com o país. A cada ano, ela convence mais de 500 pessoas a conhecerem esse misterioso território com mais de um bilhão de habitantes, diversos idiomas e uma energia muito própria. Sem vacilar, Lucila revelou à Host & Travel dez motivos (e muitas dicas) para quem deseja curtir suas férias com uma passagem pela Índia

Laços afetivos
Sabe aquela sensação indizível que só as paixões despertam? Não, não se trata de criar amores e constituir família. “Na Índia me sinto em casa, não consigo pensar em pobreza ou em sujeira. Fico à mercê da amorosidade infinita do povo de lá”, explica Lucila (foto). A diretora da Raidho – e viajante inveterada – já esteve por lá seis vezes e, a cada jornada, encanta-se ainda mais com o comportamento do povo. “Os indianos são muito curiosos e abertos e te tratam com um carinho absurdo. Apesar das diferenças sociais, a violência parece não existir, porque as pessoas se mostram de uma dignidade e de uma serenidade apaixonante. O escritor e ator francês Jean-Claude Carrière dizia que se você não gosta de gente não deve ir à Índia, pois sua essência são as pessoas. Eu acrescentaria uma coisa: elas também são a sua maior riqueza”.
Religiosidade
Católica por batismo, espiritualista por opção, Lucila estudou filosofias religiosas por dez anos. Primeiro pelas páginas das leituras, depois ao vivo e em meio a muitas cores ela descobriu a devoção dos indianos e se encantou com a fé e a alegria que os movem. “Se eles estão numa vida de determinada forma é porque merecem e por isso se esforçam para melhorar, para ter bom carma. A vida é sempre uma honra. Jogar as cinzas no rio Ganges (foto), por exemplo, é sinônimo de purificação e também um jeito de sair do samsara, que é a roda da vida e do sofrimento”, conta a empresária. Apesar disso, para ela o mais belo exemplo dessa religiosidade é outro: “Em Varanasi, às seis da tarde, há monges que cantam mantras à beira do rio, enquanto pessoas fazem oferenda à mãe Ganga. As águas se enchem de flores e lamparinas. É de arrepiar.”

Exotismo
Várias línguas, várias etnias, várias religiões, várias especiarias – esse pluralismo todo torna a Índia atraente há tantos séculos. Se em outros tempos a riqueza comercial e cultural movimentou disputadas rotas históricas, hoje ela agita viajantes curiosos. “A Índia é tão diferente, que você precisa ter vários olhares para enxergar suas cores e sombras, seus valores e seu viver tão intenso”, diz Lucila. Não que viajar à Europa tenha perdido o charme, é só que o elemento surpresa fica arrefecido diante de um templo misterioso como o Taj Mahal, passando pela fauna selvagem que inclui tigres, e até pelo duro processo de colonização inglesa que fez emergir personagens fabulosos como Mahatma Gandhi. Sem dizer que o país tem sua própria Veneza – Udhaipur é toda cortada por canais e mantém a mesma aura romântica da cidade italiana – e filosofias incríveis, como a da ayuverda e da ioga, que o Ocidente tenta incessantemente incorporar ao seu distinto modo de vida.

Ioga
“Foi há uns 18 anos que li a Autobiografia de um Yogue (lançado em 1971 pela Editora Bestseller) do Paramahansa Yogananda, o guru que promoveu a ioga e a meditação pelo mundo. O livro me envolveu tanto que quando percebi já estava perdidamente apaixonada pelo destino. Cada passagem sobre um lugar me fazia querer levar gente para lá. Foi muito mágico. Até hoje pratico sua filosofia e, na agência, até os funcionários praticam ioga uma vez por semana!”. Em outras palavras, Lucila deixa claro: a comunhão física e espiritual é outro motivo para ir à Índia.
Tradições culturais
A tecelagem da seda, o artesanato, a dança. Por falar nela, ela sozinha já seria um motivo! “Há danças específicas por regiões. E em Kajuraho, por exemplo, toda noite há apresentações das várias manifestações que fazem parte dessa cultura de mais de 5.000 anos”. Contudo, as tradições não se esgotam aí: os casamentos e os festivais, por exemplo, são interessantíssimos! “Os primeiros ainda são arranjados por castas e o impressionante é que tem uma taxa de divórcios baixíssima”, brinca Lucila, complementa: “Já festivais em homenagem a um deus dão um banho de beleza com seus shows de luzes e flores”.
Arquitetura
Palácios, fortes, templos: cada cantinho da Índia tem um. Mas é difícil não falar do Taj Mahal (foto), o monumento indiano mais célebre e uma das sete maravilhas do mundo. “Cada vez que sento no jardim e olho todo aquele esplendor em mármore branco cravejado por pedras preciosas, eu choro. E pensar que o Taj foi construído por amor. O príncipe Shah-Jehan, inconformado com a morte da mulher no parto de seu 14º filho, ordenou que mais de 22 mil homens erguessem aquele mausoléu. E não eram quaisquer homens: eram os melhores do mundo, mas, mesmo assim, precisaram se dedicar por mais de 20 anos para que a construção se completasse. É impossível não sentir toda essa energia de amor lá na frente. Nas noites de lua cheia, em especial, é possível fazer uma reserva para admirar suas formas. É fantástico!”, empolga-se Lucila. Ninguém duvida!
Gastronomia
Atire a primeira pedra quem não pensa em curry, pimenta e outras especiarias quando se fala em Índia! É fato: a culinária indiana é super condimentada. E saborosíssima. “Não que a gente não tenha bons restaurantes indianos, mas eles não são a mesma coisa... o nan (pão típico) de lá é inigualável! Até a pimenta é diferente, ela não faz mal! Agora, meu prato predileto é o palak paneer (foto), uma mistura incrível de um queijo caseiro típico ao creme de espinafre e especiarias, claro”. E que faz todo o sentido de ser apreciado num país onde grande parte da população é vegetariana.
Safáris
Safári na Índia? Pois é. Para quem já conhece muito, como Lucila, percorrer áreas verdes como o Parque Nacional de Ranthambhore, no estado do Rajastão é motivo para voltar ao país. O lugar ainda é um dos poucos redutos onde o tigre-de-bengala pode ser visto. A atração selvagem, e rara diga-se de passagem, atrai milhares de turistas anualmente – número que cresce consideravelmente nos últimos tempos e que rende mais de US$ 20 milhões (cerca de R$ 44 milhões) aos cofres indianos. Alavancando o movimento, estão hotéis ecológicos mega-luxuosos que instalam os hóspedes em suítes e tendas glamourosas e os levam em jipes pelas centenas de quilômetros quadrados de floresta, que guardam macacos, leopardos, hienas, alces e muito mais. “Eu nunca vi um tigre de bengala. É um bom motivo para uma próxima viagem, não é mesmo?” arremata Lucila.
Compras
Na terra das sedas, dos tapetes e das jóias, não há quem não deixe a carteira a postos. Você pode apostar. “Tudo na Índia é muito barato. A mulherada delira! Uma correntinha de prata com uma esmeralda pode custar menos de US$ 20. Se jóia é barato, imagine as bolsas, roupas, pashminas, pulseiras, colares, além do artesanato e dos tapetes tecidos à mão na Kashemira! A indiana é por natureza adornada. Até uma mulher com uma britadeira na rua está maravilhosa. E ver isso me mudou. Desde a primeira vez em que percebi essa feminilidade, passei a usar mais saias, mais acessórios, fiquei mais ousada”. E mais consumista, Lucila? “Bom, no mínimo, da Índia você volta repleto de histórias e, de quebra, de enfeites também”.

Quem opera?
Raidho
O mais novo pacote da Raidho (11 3382-1200, www.raidho.com.br) é o Caminho das Índias, de 13 dias, que passa por Delhi, Agra, Jaipur, Fatehpur Sikri, Jodhpur, Ranakpur e Udaipur e sai a partir de US$ 3.678.

Designer Tours
A Designer Tours (11 2181-2900, www.designertours.com.br) oferece o Índia Highlight Básico. São 10 dias entre Delhi, Agra e Jaipur que custam a partir de US$ 3.963.

Highland
Na Highland (11 3254- 4999, www.highland.com.br), o roteiro Planície Gangética de 12 dias percorre os pontos clássicos do país, como o Taj Mahal e a Fortaleza de Amber, com preço a partir de US$ 4 490.

Sakuratur
A Sakuratur (11 3389-0000, www.sakuratur.com.br) tem o pacote Triângulo Dourado, de seis noites, que passa por Nova Déli, Jaipur e Agra a partir de US$ 3347.

Queensberry
Na Queensberry (tel. 11 3217 7200; www.queensberry.com.br ) o pacote Caminho das Índias via Dubai, visitando entre outras cidades Delhi, Agra, Jaipur, Amber, Dubai, em 16 dias, custa a partir de US$ 5.558.

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