Publicado em 11.03.2009, às 00h04
De Cidades/JCO homem de 23 anos, preso por estuprar e engravidar a enteada de 9, em Alagoinha, no Agreste, atentou contra a própria vida utilizando um fio de náilon para cortar os pulsos. A tentativa de suicídio ocorreu há cerca de dez dias, mas apenas nessa erça-feira (10) a Secretaria de Ressocialização do Estado (Seres) confirmou a informação, obtida após relatos de dois companheiros de cela do detento, que o monitoravam a pedido da direção do presídio. O exame de corpo de delito realizado no jovem, que encontra-se preso desde o último dia 27 em uma unidade prisional do interior, atestou as lesões.
O superintendente de segurança penitenciária do Estado, coronel Isaac Wanderley, disse, no entanto, que o acusado não chegou a correr risco de vida. “As lesões foram pequenas e não chegaram a causar nenhum tipo de dano maior à saúde do detento. Tivemos que mandá-lo para uma delegacia para realização de exames, apenas para resguardar os dois presos que o acompanhavam e o próprio presídio, já que ele chegou a sofrer ameaças”, explicou. O coronel acrescentou que o detento passou a receber maior segurança desde que a Seres tomou conhecimento do fato. “Pedimos à direção da unidade que realizasse um monitoramento constante para que esse fato não se repita”.
O delegado responsável pelo inquérito, Antônio Dutra, informou, ontem, que ouvirá novamente a mãe da vítima para confirmar se houve omissão em relação à filha. “A investigação está em andamento e a possibilidade de omissão é uma das hipóteses com a qual estamos trabalhando. Devo escutá-la ainda esta semana, provavelmente no Recife, já que ela não está mais na cidade”, contou.
O caso da garota ganhou repercussão internacional depois que a garota se submeteu a um aborto legal no Centro Integrado Amaury de Medeiros (Cisam). O arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, excomungou a equipe responsável pelo procedimento e recebeu apoio do Vaticano. Até o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, manifestou opinião sobre o caso, defendendo a atitude dos médicos. A mãe, a criança e uma irmã encontram-se em um abrigo, sob proteção do Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário