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domingo, 26 de outubro de 2008

Crise derruba ações de empresas brasileiras negociadas em Nova York




Publicada em 25/10/2008 às 18h12m

O Globo

RIO - A crise financeira que ganhou contornos mais graves nos últimos três meses atingiu em cheio as grandes empresas brasileiras com negócios na Bolsa de Valores de Nova York, revela reportagem de Juliana Rangel publicada na edição deste domingo no jornal O GLOBO. Os chamados American Depositary Receipts (ADRs, os recibos de ações) dessas companhias tiveram o quinto pior desempenho em um ranking de 29 países com papéis listados no mercado americano, segundo estudo exclusivo do economista Felipe Casotti, da Máxima Asset. O levantamento mostra que 31 ações brasileiras despencaram, em média, 49,64% nos últimos três meses até o dia 21 deste mês. Sem contar a possibilidade de captar recursos nos EUA, as empresas têm agora menos fôlego para engordar o seu caixa e fazer novos investimentos.


O ranking - que engloba 641 papéis de empresas de diferentes setores - é liderado pela Rússia, com perdas de 61,68% desde que a turbulência internacional começou a se agravar. Em seguida vêm Noruega (-55,81%), África do Sul (-50,29%) e Cingapura (-49,71%). A Índia ocupa a 18ª posição, com queda de 36,98%; e a China, a 15ª, tem perdas de 38,38%. Entre as empresas, a brasileira Aracruz tem o segundo pior desempenho no ranking geral. Seus papéis caíram 79,54% em três meses.

Casotti explica que os ADRs do Brasil foram afetados também pela forte desvalorização do real, que atingiu 41,3% em apenas três meses. Há uma relação de preços entre os papéis negociados nos EUA e suas respectivas ações na Bolsa de Valores de São Paulo. Com o real valendo menos, o valor em dólar do ADR também cai. Além disso, com o grau de investimento dado ao Brasil no fim de abril, pelas agências classificadoras de risco, as ações brasileiras dispararam até maio. Só que na medida em que o cenário piorou, vários investidores que ganharam com ADRs brasileiros venderam as ações para "realizar" os lucros. Outro fator que pesa sobre o país é a concentração de ADRs brasileiros em setores ligados a commodities, como petróleo e minério de ferro, que tiveram forte desvalorização no segundo semestre.



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