Sarkozy elogia fim das operações militares na Ossétia do Sul; Moscou impõe condições para acordo de paz
Agências internacionais
A decisão de suspender as operações militares da Rússia aconteceu em meio à chegada do presidente francês a Moscou para negociar o fim do conflito. Medvedev não chegou a dizer, entretanto, que a Rússia irá retirar seu Exército da Geórgia. Sarkozy, que ocupa a Presidência rotativa da União Européia, elogiou o anúncio russo.
"A declaração do fim das hostilidades por parte da Rússia é uma notícia que esperávamos. É uma boa notícia", disse Sarkozy, durante a reunião com o presidente russo no Kremlin, segundo a agência Interfax. "Agora é preciso tornar efetivo o cessar-fogo".
"Os objetivos das operações foram atingidos. A segurança de nossas forças de paz e da população civil tem de ser recuperada", afirmou durante um encontro com o Ministro da Defesa. Ao mesmo tempo, o líder russo ordenou que seus chefes militares "reprimam, caso surjam, qualquer foco de resistência ou de agressão" na área. "O agressor foi castigado e sofreu baixas significativas. Suas forças armadas ficaram desorganizadas", disse.
Medvedev afirmou que um assentamento das operações militares na Geórgia dependiam de duas condições: "primeiro, o retorno de todas as tropas georgianas a suas posições iniciais de lugar e a desmilitarização parcial dessas unidades. Segundo, a assinatura de um documento vinculativo sobre o não uso da força, que é no que a parte francesa está trabalhando".
O primeiro-ministro da Geórgia, Vladimir Gurgenidze, denunciou que a aviação russa retomou os bombardeios contra a cidade georgiana de Gori, a principal entroncamento viário entre o leste e o oeste do país. "A universidade e o escritório dos correios estão em chamas", disse o chefe de governo, que acrescentou que aviões russos bombardearam também as aldeias de Tkiavi e Svaneti, nos arredores de Gori, cidade que se encontra 70 quilômetros ao leste de Tbilisi.
Separatistas abkhazes tomaram hoje a cidade de Azhara, centro administrativo do vale de Kodori, informou a agência russa Interfax. O presidente da autoproclamada república da Abkházia, Serguei Bagapsh, declarou que, além de Azhara, tropas tomaram a aldeia de Chjalta. "Já controlamos a maior parte do vale de Kodori", disse o líder da região separatista georgiana, fronteiriça com a Rússia.
A UE tem pedido um cessar fogo imediato e exigiu que a Rússia respeite a integridade territorial da Geórgia, mas recusou-se a culpar um dos lados do conflito, que irrompeu na semana passada na região separatista georgiana da Ossétia do Sul.
Ao todo, em quatro dias de conflito, cerca de 2 mil civis morreram, segundo a Rússia. De acordo com o governo em Tbilisi, o número de vítimas seria menor: 130 civis georgianos mortos e 1.165 feridos. Os dois lados se acusam mutuamente de realizar uma "limpeza étnica" na região.
(Com Lourival Sant´Anna, de O Estado de S. Paulo, e Cynthia Decloedt, da Agência Estado)
terça-feira, 12 de agosto de 2008, 07:29 | Online
Refugiados por conflito na Geórgia chegam a 100 mil, diz ONU
Nações Unidas criticam governos por não cumprirem acordo de acesso às vítimas do confronto no Cáucaso
Jamil Chade - O Estado de S. Paulo
A ONU acredita que número de feridos e mortos é substancial. Algumas cidades estariam sendo esvaziadas. No final de semana, os governos da Rússia e da Georgia indicaram que estavam dispostos a abrir dois corredores humanitários para permitir que as entidades internacionais possam resgatar as vítimas.
Agora, não há garantias de que os governos vão cumprir a promessa de dar acesso as vitimas. Para a ONU, se essa situação for mantida, centenas podem não sobreviver diante da falta de tratamento, água potável e alimentos.
Conflito com a Rússia não atinge capital da Geórgia
TV Estadão | 11.8.2008
Imagens realizadas pelo repórter especial Lourival Sant"Anna mostram que a cidade de Tbilisi ainda não foi castigada pelo conflito. Os combates estão restritos ao interior do país.
O confronto militar entre Rússia e Geórgia
TV Estadão | 11.8.2008
Os jornalistas Roberto Godoy e Cristiano Dias, da editoria de Internacional de O Estado de S. Paulo, comentam o conflito separatista na Geórgia
O conflito no Cáucaso
Direto de Tbilisi, o enviado especial Lourival Sant"anna fala da situação na Geórgia para a rádio Eldorado
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