Principal testemunha da Operação Shaolin e ex-funcionário das ONGs que participaram das fraudes no Ministério do Esporte, Michael Vieira acusa o governador do DF e ex-ministro de ser o principal chefe do esquema e de ter recebido propina
Claudio Dantas SequeiraENROLADO
Governador do DF teria comandado as fraudes no
programa Segundo Tempo, de acordo com testemunha
Nos últimos dias, o escândalo dos desvios de
verbas de ONGs ligadas ao Ministério do Esporte, detonado pelo policial
militar João Dias Ferreira, atingiu em cheio o ministro Orlando Silva e
colocou em xeque a administração de nove anos do PCdoB à frente da
pasta. Agora, uma nova e importante testemunha do caso pode dar outros
contornos à história, ainda repleta de brechas e pontos obscuros. O que
se sabia até o momento era que os comunistas, além de terem aparelhado o
Ministério do Esporte, montaram um esquema de escoamento de verbas de
organizações não governamentais para abastecer o caixa de campanha do
partido e de seus principais integrantes. Em depoimentos ao longo da
semana, o PM João Dias acusou Orlando Silva de ser o mentor e principal
beneficiário do esquema. A nova testemunha, o auxiliar administrativo
Michael Alexandre Vieira da Silva, 35 anos, apresenta uma versão
diferente. Em entrevista à ISTOÉ, Michael afirma que o atual governador
do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e ex-ministro do Esporte, hoje no
PT, mas que passou a maior parte de sua trajetória política no PCdoB, é
quem era o verdadeiro “chefe” do esquema de desvio de recursos do
Esporte. Até então, Agnelo vinha sendo poupado por João Dias.
Michael foi a principal testemunha da Operação Shaolin, deflagrada no ano passado pela Polícia Civil do DF e na qual foram presas cinco pessoas, entre elas o próprio soldado João Dias. Seu papel nesse enredo é inquestionável. Michael trabalhou nas ONGs comandadas por João Dias, conheceu as entranhas das fraudes no Ministério do Esportes e, durante um bom tempo, esteve a serviço dos pontas-de-lança do esquema. Sobre esse período, ele fez uma revelação bombástica à ISTOÉ: “Saquei R$ 150 mil para serem entregues a Agnelo (então, ministro)”, disse ele na entrevista.
Michael foi a principal testemunha da Operação Shaolin, deflagrada no ano passado pela Polícia Civil do DF e na qual foram presas cinco pessoas, entre elas o próprio soldado João Dias. Seu papel nesse enredo é inquestionável. Michael trabalhou nas ONGs comandadas por João Dias, conheceu as entranhas das fraudes no Ministério do Esportes e, durante um bom tempo, esteve a serviço dos pontas-de-lança do esquema. Sobre esse período, ele fez uma revelação bombástica à ISTOÉ: “Saquei R$ 150 mil para serem entregues a Agnelo (então, ministro)”, disse ele na entrevista.
COMPLICOU
Denúncias de desvios de verbas do Ministério do Esporte
fragilizaram o ministro Orlando Silva e a administração comunista
Na entrevista à ISTOÉ, Michael revela ainda que o esquema de fraudes com ONGs de fachada transcende as fronteiras do PCdoB e do Esporte. Atingiria também, segundo ele, o Ministério da Ciência e Tecnologia, então na cota do PSB. Ele conta que chegou a ser convocado pela CPI das ONGs para falar sobre o tema, mas seu nome foi retirado da lista de depoentes na última hora sem qualquer justificativa. Sobre o envolvimento do Ministério de Ciência e Tecnologia, Michael diz que o Instituto Novo Horizonte chegou a assinar convênios com a Secretaria de Inclusão Social, subordinada à pasta, para a instalação de uma biblioteca digital em Natal, no Rio Grande do Norte, no valor de R$ 2 milhões. Esses contratos, segundo Michael Vieira, teriam sido avalizados pelo então secretário, o atual deputado distrital Joe Valle (PSB), amigo de Medeiros e definido no grupo como laranja de João Dias no comando do Instituto Novo Horizonte.
Com todo esse arsenal de informações, entende-se por que a investigação sobre as fraudes do PCdoB no Distrito Federal foi deflagrada a partir de denúncia de Michael ao Ministério Público. O que Michael contou à ISTOÉ, com riqueza de detalhes, também está registrado em outros 11 depoimentos que prestou em sigilo à Polícia, ao Ministério Público e à Justiça nos últimos três anos. Michael e o policial João Dias participavam de um mesmo esquema enquanto Agnelo Queiroz ocupou o Ministério do Esporte. Depois, tomaram rumos diferentes. Agnelo se elegeu governador do Distrito Federal e o PM circula ao seu lado até hoje, mesmo sendo réu em um processo que apura desvio de dinheiro público. No governo do DF, emplacou um afilhado político, Manoel Tavares, na BRB Seguros, a corretora do Banco Regional de Brasília, um dos cargos mais cobiçados do governo local. Até bem pouco tempo atrás, o PM mantinha silêncio absoluto sobre as fraudes das quais participou, confiante de que sua relação com autoridades influentes lhe serviria de salvo-conduto. “Ele fez isso por dinheiro e para se livrar das denúncias que fiz a seu respeito”, afirma Michael. Ele assegura que João Dias tentou silenciá-lo, primeiro com ofertas financeiras, e depois com ameaças de morte. Por causa do assédio, Vieira entrou no Programa de Proteção a Testemunhas. Mas após alguns meses abriu mão da proteção para tentar retomar sua vida. Hoje, Michael vive com mulher e filhos de pequenos bicos e da ajuda de amigos numa cidade do interior de outro Estado. Não se arrepende de ter denunciado o esquema, mas passou a desconfiar de tudo e todos, especialmente depois que foi usado pelo ex-governador Joaquim Roriz para atingir Agnelo na campanha eleitoral do ano passado.
LUXO
O PM (acima) que delatou o esquema mora numa mansão em
Sobradinho (DF). Em sua garagem, um Volvo, um Camaro e uma BMW
A trama policial tem contaminado o ambiente político em Brasília. Até o final da semana, a presidente Dilma Rousseff, temendo precipitar uma crise com um importante aliado, o PCdoB, hesitava em mudar o comando do Ministério do Esporte. Na quinta-feira 20, Dilma disse a assessores que não agiria sob pressão e reclamou publicamente do “apedrejamento moral” que o ministro do PCdoB estaria sofrendo. Chamou os comunistas de aliados históricos. “Temos de apurar os fatos, temos de investigar. Se apurada a culpa das pessoas, puni-las. Mas isso não significa demonizar quem quer que seja, muito menos partidos que lutaram no Brasil pela democracia”, afirmou. Em Brasília, Orlando Silva reuniu-se por cinco horas com a cúpula do PCdoB.
Ao chegar de Angola na noite da quinta-feira 20, Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência com a coordenação política do governo. No encontro, comentou que não tinha convicção sobre as denúncias contra Orlando Silva, mas admitiu que o desgaste político sofrido era irreversível. Dilma também consultou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o andamento das investigações na Polícia Federal e no Ministério Público. Na avaliação da presidente, as explicações que o ministro dos Esportes deu na Câmara e no Senado não foram suficientes para reverter o quadro. Pesam também contra Orlando os embates com a Fifa e a CBF para a organização da Copa de 2014. Dessa maneira, o mais provável é que a presidente aguarde os desdobramentos do caso para tomar uma decisão de cabeça fria. Nas fileiras comunistas, caso o PCdoB não perca o ministério, o nome mais cotado para substituir Orlando Silva é o da ex-prefeita de Olinda (PE) Luciana Santos, hoje deputada federal. Seu nome já havia sido sugerido por Dilma quando montou a equipe, mas Orlando acabou mantido por pressão do PCdoB – além de apoio aberto do ex-presidente Lula. Caso a presidente resolva retirar a pasta das mãos dos comunistas, já há articulações para tentar emplacar no cargo o ex-ministro Márcio Fortes, hoje presidente da Autoridade Pública Olímpica. Procurado por ISTOÉ, Agnelo estava fora do País e até o fechamento desta edição não havia se manifestado.
CONTRATO
Empresa Personnalité, dirigida por uma pessoa ligada a João Dias, trabalha para o MP
Valor máximo de benefícios do INSS deve ir para R$ 3.921
O valor máximo das aposentadorias pagas pelo INSS pode ir de R$ 3.691,74 para R$ 3.920,63 no ano que vem, conforme prevê o relatório inicial do Orçamento 2012, apresentado ontem pelo deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), na Comissão Mista do Congresso.
Isso porque o relatório já espera que a previsão da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços do Consumidor) aumente neste ano de 5,7% para 6,2%.
O índice é usado no reajuste dos benefícios do INSS e do salário mínimo (R$ 545, hoje). (Veja, ao lado, a tabela com o valor dos benefícios para 2012, considerando a inflação de 6,2%).
A previsão do aumento da inflação, que leva em conta dados do Banco Central, só poderá ser mesmo confirmada no relatório final do Orçamento, que deverá ser apresentado no início de dezembro, de acordo com a assessoria técnica da comissão.
Veja a íntegra das peças de acusação e defesa no processo do mensalão
Os 38 réus que respondem ao processo do mensalão do
Supremo Tribunal Federal (STF) precisaram de 5.498 páginas para a
redação de suas defesas. Com a entrega dos documentos, o relator do
caso, ministro Joaquim Barbosa, pode começar a redigir seu voto. A
expectativa é que ele leve a matéria para julgamento em plenário em maio
de 2012.
O mensalão foi o principal escândalo político do governo Luiz Inácio
Lula da Silva. A primeira denúncia sobre o caso, apresentada pelo então
procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, precisou de 144
páginas para ser escrita e foi apresentada ao STF em março de 2006. Já
as alegações finais de acusação, protocoladas na Corte em agosto deste
ano e produzidas pelo atual procurador-geral Roberto Gurgel, contam com
390 folhas.
Na acusação, o Ministério Público alega que o então chefe da Casa
Civil de Lula, José Dirceu, chefiou uma quadrilha que pagava mesada a
parlamentares da base como forma de garantir o apoio político a projetos
do governo.
A defesa dos 38 réus, no entanto, alega falta de provas, diz que os
recursos usados eram para o pagamento de despesas e caixa 2 de
campanhas, e que a ideia de um “mensalão” é uma espécie de fantasia do
Ministério Público.
Veja a íntegra das peças de acusação do processo: Primeira denúncia e alegações finais.
Veja abaixo o crime que cada réu responde e sua defesa no processo.
As penas, contudo, podem ser maiores do que as apresentadas, uma vez que
o procurador-geral da República Roberto Gurgel alegou que alguns dos
réus incorreram mais de uma vez no mesmo delito:
Anderson Adauto (ex-ministro dos Transportes) –
Corrupção ativa (dois a 12 anos de reclusão e multa) e lavagem de
dinheiro (três a dez anos de reclusão e multa). Para sua defesa foram usadas 32 páginas.
Anita Leocádia (ex-assessora do deputado Paulo Rocha) – Lavagem de dinheiro (três a dez anos de reclusão e multa). Sua defesa tem 35 páginas.
Antônio Lamas (irmão de Jacinto Lamas) – A PGR pede sua absolvição por falta de provas. Sua alegação final de defesa conta com 14 folhas.
Ayanna Tenório (ex-vice presidente do Banco Rural) –
Responde pelo crime de gestão fraudulenta de instituição financeira
(pena varia de três a 12 anos de reclusão e multa), lavagem de dinheiro
(três a dez anos de reclusão e multa) e formação de quadrilha (um a três
anos). Sua defesa final tem 384 páginas.
Breno Fischberg (ex-sócio da corretora Bônus-Banval)
– A PGR quer sua condenação pelos crimes de formação de quadrilha (pena
de um a três anos), lavagem de dinheiro (três a dez anos de reclusão e
multa). A defesa ficou com 221 páginas.
Carlos Alberto Quaglia (operador de câmbio) – A PGR
quer sua condenação por formação de quadrilha (pena de um a três anos de
reclusão). Ele também responde por incorrer sete vezes em crimes de
lavagem de dinheiro (três a dez anos de reclusão e multa). Sua defesa, de 14 páginas, foi elaborada pela Defensoria Pública da União.
Carlos Alberto Rodrigues Pinto (bispo Rodrigues,
ex-deputado) – Responde pelo crime de corrupção passiva (pena de dois a
12 anos e multa) e por lavagem de dinheiro (três a dez anos de reclusão e
multa). Defesa conta com 169 páginas.
Cristiano Paz (ex-sócio de Marcos Valério) – A PGR
quer sua condenação por dois crimes de corrupção ativa (dois a 12 anos
de reclusão e multa), formação de quadrilha (um a três anos), evasão de
divisa (dois a seis anos de reclusão), peculato (dois a 12 anos e multa)
e lavagem de dinheiro (três a 10 anos e multa). A defesa tem 270 páginas.
Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) – Responde por
formação de quadrilha (uma a três anos e multa), e corrupção ativa (dois
a 12 anos de detenção e multa). A defesa foi redigida em 136 folhas.
Duda Mendonça (ex-marqueteiro do PT) – A PGR quer
sua condenação pelos crimes de lavagem de dinheiro (três a dez anos de
reclusão e multa) e evasão de divisas (dois a seis anos e multa). Sua defesa conta com 32 páginas e é feita conjuntamente com a de Zilmar Fernandes da Silveira.
Emerson Eloy Palmieri (ligado a Roberto Jefferson) –
Incorreu, segundo o MP, nos crimes de corrupção passiva (dois a 12 anos
de reclusão e multa) e lavagem de dinheiro (três a 10 anos de detenção e
multa). Sua defesa conta com 23 páginas.
Enivaldo Quadrado (dono da corretora Bônus-Banval) –
Formação de quadrilha (dois a 12 anos de reclusão e multa) e lavagem de
dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa). A defesa, feita em conjunto com a de Breno Fischberg, tem 221 páginas.
Geiza Dias (ex-funcionária de Marcos Valério) -
Lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa), corrupção
ativa (dois a 12 anos), formação de quadrilha (um a três anos), evasão
de divisas (dois a seis anos de reclusão). A defesa tem 10 páginas.
Henrique Pizzolato (ex-diretor de marketing do Banco
do Brasil) – A PGR quer sua condenação pelos crimes de peculato (dois a
12 anos de reclusão e multa), corrupção passiva (dois a 12 anos e
multa), lavagem de dinheiro (três a 10 anos e multa). Sua defesa conta com 93 páginas.
Jacinto Lamas (irmão de Antônio Lamas) - Formação de
quadrilha (um a três anos de reclusão), lavagem de dinheiro (três a 10
anos e multa), corrupção passiva (dois a 12 anos e multa). Defesa de 50 páginas.
João Claudio Genu (ex-assessor da liderança do PP) -
Formação de quadrilha (reclusão de um a três anos), corrupção passiva
(dois a 12 anos e multa) e lavagem de dinheiro (três a 10 anos e multa).
A defesa tem 47 folhas.
João Magno (ex-deputado PT-MG) - Lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa). Fez sua defesa em 14 páginas.
João Paulo Cunha (ex-presidente da Câmara) - Lavagem
de dinheiro (três a 10 anos e multa), corrupção passiva (dois a 12 anos
e multa) e peculato (dois a 12 anos e multa). Usou 523 folhas para
fazer sua defesa.
José Borba (ex-deputado PMDB-PR) - Corrupção passiva
(dois a 12 anos e multa); Lavagem de dinheiro (três a 10 anos de
reclusão e multa). Sua defesa tem 32 páginas.
José Dirceu (ex-ministro Chefe da Casa Civil) -
Corrupção ativa (dois a 12 anos e multa), formação de quadrilha (um a
três anos de reclusão). Os argumentos de defesa ocupam 162 páginas.
José Genoino (Ex-presidente do PT e atual assessor
do ministro da Defesa Nelson Jobim) - Corrupção ativa (dois a 12 anos e
multa); formação de quadrilha (um a três anos de reclusão). Sua defesa tem 161 páginas.
José Janene – Falecido.
José Luiz Alves (ex-diretor financeiro do ministério dos Transportes) - Lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa). Sua defesa foi feita em 30 páginas.
José Salgado (ex-vice-presidente do Banco Rural) -
Gestão fraudulenta (pena varia de três a 12 anos de reclusão e multa),
lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa), formação de
quadrilha (um a três anos de reclusão) e evasão de divisas. Sua defesa foi feita em 284 páginas.
Kátia Rabello (ex-presidente do Banco Rural) -
Gestão fraudulenta (três a 12 anos de reclusão e multa), lavagem de
dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa), formação de quadrilha (um
a três anos de reclusão) e evasão de divisas (dois a seis anos de
reclusão e multa). Sua defesa tem 223 páginas.
Luiz Gushiken (ex-secretário de Comunicação Social
da Presidência da República) – Absolvido pela PGR em suas alegações
finais por falta de provas, fez sua defesa em 19 páginas.
Marcos Valério (acusado de ser operador do esquema e
dono de agências de publicidade) - Corrupção ativa (dois a 12 anos e
multa); peculato (dois a 12 anos e multa), lavagem de dinheiro (três a
10 anos de reclusão e multa), formação de quadrilha (um a três anos de
reclusão) e evasão de divisas (dois a seis anos de reclusão e multa).
Foram usadas 149 páginas para a redação de sua defesa.
Paulo Rocha (ex-deputado PT-PA) - Lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa). Sua defesa tem 38 páginas.
Pedro Corrêa (ex-presidente do PP) - Formação de
quadrilha (um a três anos de reclusão), corrupção passiva (dois a 12
anos e multa) e lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e
multa). A defesa conta com 98 páginas.
Pedro Henry (ex-deputado PP-MT) - Formação de
quadrilha (um a três anos de reclusão), corrupção passiva (dois a 12
anos e multa) e lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e
multa). A defesa tem 42 páginas.
Professor Luizinho (ex-deputado pelo PT-SP) - Lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa). A defesa foi escrita em 126 páginas.
Rámon Hollerbach (ex-sócio de Marcos Valério) -
Corrupção ativa (dois a 12 anos e multa), peculato (dois a 12 anos e
multa), lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa),
formação de quadrilha (um a três anos de reclusão), evasão de divisas
(dois a seis anos de reclusão e multa). A defesa tem 51 páginas.
Roberto Jefferson (ex-deputado e delator do esquema)
- Corrupção passiva (dois a 12 anos e multa) e lavagem de dinheiro
(três a 10 anos de reclusão e multa). A defesa, mais extensa dentre os réus, conta com 1632 páginas.
Rogério Tolentino (apontado pelo MP como sócio
Marcos Valério) - Lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e
multa), corrupção ativa (dois a 12 anos e multa) e formação de quadrilha
(um a três anos de reclusão). A defesa tem 23 páginas.
Romeu Queiroz (ex-deputado federal e atual deputado
Estadual em Minas Gerais) - Corrupção passiva (dois a 12 anos e multa) e
lavagem de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa). A defesa tem 15 páginas.
Silvio Pereira (ex-secretário Geral do PT) – Está fora do processo pois fez acordo e cumpriu pena alternativa.
Simone Vasconcelos (ex-gerente financeira de uma das
agências de Marcos Valério) - Lavagem de dinheiro (três a 10 anos de
reclusão e multa), corrupção ativa (dois a 12 anos e multa), formação de
quadrilha (um a três anos de reclusão) e evasão de divisas (dois a seis
anos de reclusão e multa). Sua defesa foi redigida em 75 páginas.
Valdemar da Costa Neto (ex-presidente do PL) -
Formação de quadrilha (um a três anos de reclusão), lavagem de dinheiro
(três a 10 anos de reclusão e multa) e corrupção passiva (dois a 12 anos
e multa). A defesa tem 169 páginas.
Vinícius Samarane (ex-diretor do Banco Rural) -
Gestão fraudulenta (três a 12 anos de prisão e multa), lavagem de
dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa), formação de quadrilha (um
a três anos de reclusão) e evasão de divisas (dois a seis anos de
reclusão e multa). Sua defesa conta com 138 páginas.
Zilmar Fernandes (sócia de Duda Mendonça) - Lavagem
de dinheiro (três a 10 anos de reclusão e multa) e evasão de divisas
(dois a seis anos de reclusão e multa). Sua defesa, redigida conjuntamente com a de Duda Mendonça, conta com 32 páginas.
O Museu da Corrupção, que reúne alguns dos casos mais recentes de corrupção no Brasil.
No espaço, tem até uma pizzaria.
A
ex-deputada Angela Guadagnin(não foi reeleita) e sua coreografia no
plenário da Câmara, tristemente conhecida como a "dança da pizza":
celebração da impunidade
Dança da Pizza faz cinco anos
Dancinha da ex-prefeita Angela Guadagnin (PT) se transformou em um símbolo de mensalão
‘Se ela dança, eu danço, se ela dança, eu danço...’. Esta
foi a trilha sonora que embalou o vídeo da ‘dança da pizza’, que alçou
Angela Guadagnin (PT) ao posto de ícone do ‘mensalão’
Arthur Costa / São José
Agência BOM DIA
Como você comemora
uma boa notícia? Sorrindo? Cantando sua música preferida bem alto?
Abraçando alguém? E por que não dançando? Ontem, a ‘dança da pizza’, a
famosa manifestação protagonizada pela então deputada federal Angela
Guadagnin (PT), completou cinco anos. E você, caro leitor, lembra do
caso?
Na madrugada de 23 de março de 2006, ao final de uma sessão da
Câmara dos Deputados que julgava parlamentares envolvidos no suposto
esquema do ‘mensalão’, a petista, ex-prefeita de São José, comemorou,
com uma ‘dancinha’, a absolvição de seu colega de partido João Magno
(PT-MG).
Sua celebração foi alvo de críticas da oposição e capa dos
jornais no dia seguinte. Cinco anos se passaram e a ex-deputada, hoje
vereadora de São José, sofre até os dias de hoje as conseqüências do
episódio.
“Fui trucidada pela pequena e grande mídia. Fui condenada
por algo que não fiz e sequer fui citada no processo [do mensalão]. A
sessão já havia acabado, eram mais de 1h da manhã e o que eu fiz foi
comemorar a absolvição de um amigo. O João Magno foi inocentado com 308
votos. Não foi uma comemoração de corrupção como foi divulgado. Ele foi
inocentado”, salienta a parlamentar.
injustiça /Angela lembra que não
faz sentido ter sua imagem relacionada ao ‘mensalão’ -- seu nome não
consta na investigação. Como integrante da Comissão de Ética da Câmara,
ela conta que buscou dar o direito de defesa a todos os parlamentares
que tiveram o nome citado no processo. “Não teve dança coisa nenhuma.
Levantei os braços como forma de comemoração. ”, explica.
Após cinco
anos, ela reluta em falar do tema e se arrepende da forma como
comemorou. “Talvez tenha errado por ser uma pessoa expansiva, alegre,
que manifesta seus sentimentos, que luta por seus amigos. Mas era um
colega absolvido”, declarou a ex-prefeita.
Ação da mídia ou não, o episódio da dança da pizza refletiu
diretamente nas urnas no caso de Angela Guadagnin. “Na eleição de 2002,
tive 150 mil votos. Já na de 2006, foram 35, 37 mil. Isso com certeza
prejudicou minha carreira”, destacou Angela Guadagnin. À época do
ocorrido em Brasília, Angela Guadagnin era deputada federal.
Posteriormente, tentou se reeleger sem sucesso em 2006, meses após o
caso do ‘mensalão’ estourar e, atualmente, ocupa o cargo de vereadora na
Câmara de São José dos Campos.
O julgamento do caso ‘mensalão’
deverá acontecer em 2012 pelo Superior Tribunal Federal. A expectativa
era de que o processo fosse julgado ainda este ano. No entanto, o
relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, já admitiu que a
realização de diligências solicitadas por 12 dos 38 réus e pelo
Ministério Público Federal poderá atrasar a data da realização do
julgamento e o mais certo é que a definição saia apenas em 2012.
O
ministro disse precisar de um ano de isolamento para elaborar seu voto.
Atualmente, a investigação já conta com mais de 41 mil páginas de
material.
Haddad quer ser prefeito, e Chalita
o lugar dele
Oficialmente, o projeto político do ambicioso
deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) é ser eleito prefeito de São Paulo,
mas seu sonho mais acalentado é substituir o rival Fernando Haddad no
Ministério da Educação, como tem dito a amigos. Em particular, jamais em
público, Chalita tem o hábito de criticar duramente a atuação
desastrada de Haddad e ainda aguarda o cumprimento da promessa de ser
ministro.
- 18/09/2011 | 00:00
Meu garoto
Dilma queria Gabriel Chalita como seu
ministro da Educação. Ela é leitora e fã do deputado. Mas Lula impôs
Fernando Haddad no cargo.
- 18/09/2011 | 00:00
Marionetes
Lula estimulou a filiação de Chalita ao PSB e
apoiou seu ingresso no PMDB. Prometeu-lhe o céu. Mas queria mesmo era
tirá-lo do PSDB.
- 18/09/2011 | 00:00
Projeto duplo
O secretário-geral Gilberto Carvalho foi o
artífice da adesão de Chalita à base governista. E transmitiu a ele a
promessa de que seria ministro.
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