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domingo, 24 de julho de 2011

Indústria da duplicação


Correio Braziliense - 24/07/2011

Na brecha da omissão de quem deveria fiscalizar, as famílias brasileiras tentam pressionar por casa própria. Em Manaus, a avenida do Turismo foi tomada por gente que deixou a invasão José Alencar para ocupar as margens da pista que está prestes a ser duplicada. Cerca de 200 famílias que invadiram a área garantem só deixar o acampamento se receberem do governo a garantia de que serão incluídos no programa Minha Casa, Minha Vida. Uma conduta tratada pelos representantes do governo do Amazonas como "indústria da invasão".

"A questão é que esse programa não existe para quem não tem emprego. Do que adianta? Onde vamos viver se não atingimos as faixas de renda exigidas? Enquanto não decidem nosso futuro, vamos ficando e fazendo apelos para que os governantes olhem por nós. É nossa única saída", resume Maria Ivanilda Ferreira, 42 anos e dois filhos.

No acampamento improvisado também estão a família de Gelson da Silva e a de Adriana Azevedo. Gelson tem 21 anos, vive de bicos e ajuda a comprar comida que muitas vezes é doada para os vizinhos. Com ele, vivem no barraco de lona a mulher, Lidiane Silva, e um bebê de um ano e meio. Adriana é mãe solteira. Tem dois filhos, de 3 e 4 anos, que vivem soltos e brincam no meio-fio que separa a casa onde vivem da passagem dos carros em alta velocidade. "O risco aqui é todo dia e toda hora. Mas não há o que fazer. Estou desempregada e tenho que criar as crianças. Mas só quero sair se for para ganhar uma casa. Pagar aluguel não tem condições", diz ela.

A assessoria do governo do Amazonas afirma que possui uma política habitacional para atender o deficit de moradias do estado e que há atualmente 10 conjuntos em construção, que totalizam 15 mil novas unidades habitacionais. Enquanto isso, a esperança dos moradores é o inicio das obras de ampliação da avenida, quando o governo será obrigado a negociar para retirá-los.








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